Fragmento 28
Para
buscar estrelas o “Pequeno Príncipe” não precisava de nada mais que uma rede de
apanhar borboletas. E como ia longe!... Neste mundo escuro, se quisermos
apanhar estrelas temos que, no mínimo, tornamo-nos “paparazzi” de artistas de
Hollywood. Odiados “paparazzi”. É quando o mundo real se choca com o
imaginário... Sim! O nosso mundo parece ser o chato mundo dos simples. Não
parece! É! O planeta cinema não nos reservaria a desgraça do cotidiano hostil
que nos desgraça dia a dia. Todos estão sempre felizes. E, mesmo em tragédias,
as mortes parecem sempre ter sentido. Por isso há tragédias que “bombaram” em
bilheteria. Na vida chata, todos têm que sair de casa sem propósito algum para
fazerem coisas sem nenhum propósito. São duras coisas. Não se pode dizer “Feliz
Natal!”, não se poderia falar “Bom Dia!”, o dia e a noite nunca são aprazíveis.
Tudo mais se assemelha a um tombo contínuo. As pessoas morrem sem razão. As
pessoas vivem sem razão. Para que ter uma vida, se a única coisa que “se deve
mesmo fazer” é perdê-la? Cansar-se, estressar-se, chorar, sofrer e repassar
para os filhos que devem viver do mesmo jeito? “É o certo!” – dizem todos, mas
eu não sei quem lhes revelou isso.
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