terça-feira, 23 de dezembro de 2014

A História da Minha Vida - Fragmento 28 - Felipe Amaral

Fragmento 28


Para buscar estrelas o “Pequeno Príncipe” não precisava de nada mais que uma rede de apanhar borboletas. E como ia longe!... Neste mundo escuro, se quisermos apanhar estrelas temos que, no mínimo, tornamo-nos “paparazzi” de artistas de Hollywood. Odiados “paparazzi”. É quando o mundo real se choca com o imaginário... Sim! O nosso mundo parece ser o chato mundo dos simples. Não parece! É! O planeta cinema não nos reservaria a desgraça do cotidiano hostil que nos desgraça dia a dia. Todos estão sempre felizes. E, mesmo em tragédias, as mortes parecem sempre ter sentido. Por isso há tragédias que “bombaram” em bilheteria. Na vida chata, todos têm que sair de casa sem propósito algum para fazerem coisas sem nenhum propósito. São duras coisas. Não se pode dizer “Feliz Natal!”, não se poderia falar “Bom Dia!”, o dia e a noite nunca são aprazíveis. Tudo mais se assemelha a um tombo contínuo. As pessoas morrem sem razão. As pessoas vivem sem razão. Para que ter uma vida, se a única coisa que “se deve mesmo fazer” é perdê-la? Cansar-se, estressar-se, chorar, sofrer e repassar para os filhos que devem viver do mesmo jeito? “É o certo!” – dizem todos, mas eu não sei quem lhes revelou isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário