quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A Imbecil Poesia da Vida 5

Por vezes quero chorar. Não me entenda mal. Não sou tão sentimental assim. Só quero chorar. Desse "querer chorar" não se pode, necessariamente, entender que eu seja um bebê chorão! "Péra lá"! Ou se pode? Vou rir um pouco. Continuando... O que me incomoda é o fato de ninguém se incomodar com os grilhões aos quais está preso. O mundo todo é uma prisão. Falei antes da "não pretensão". O contrário da autopromoção. Você anda assistindo a TV? Tudo é lindo nas novelas e nos filmes. Você até pode ser quem você é (isso só acontece em filmes cabeça, não nas novelas da Globo). Você pode ter sucesso na vida sendo um escritor, mesmo sem ter que bajular um e outro para conseguir uma vaguinha que seja. Estamos emparedados ou nos emparedamos? Queremos ser idolatrados. Eis a autopromoção! Mas, entenda, quando digo que sou poeta, é só isso que eu estou dizendo, nada mais. Não me entenda mal. Sou poeta, não sua mãe.

A Imbecil Poesia da Vida 4



Resta-me rir. Não pelo mundo ser injusto ou porque você pisou no meu calo. Isso passa. Até o mundo injusto. Resta-me rir do riso. Do próprio riso. Fato é que nada dura. Você está bem sorridente em um dia e, no outro, apatia. A indiferença por vezes nos assalta. Você acha que vai durar? Uns se apaixonam; outros conseguem um emprego... Vejo só o ódio durar. Não o meu ódio! Calma. Digo, o que é ruim. Parece que só isso dura. Um dia nos envolvemos com o amor (de homem e mulher) e ficamos "nas nuvens". Tudo é riso. Tudo são flores! Oh que belo! Eis um poema! Mas os dias se repetem. São intermináveis. Podem até serem os melhores. Mas quem agüenta o melhor sempre? "Café com pão. Café com pão. Café com pão". Ainda que fosse café com o Pão de Açúcar!... Um dia tudo esmaece. Somos fracos demais! É por isso que eu sou poeta.

A Imbecil Poesia da Vida 3



Vejo pessoas que passam. São pessoas boas. Não quero dizer que sou mais que ninguém. Todavia, vejo também desprezo em seu olhar (das pessoas). Será que amanhã terei o sucesso que me cobram? Esforço-me bastante. Passo noites em claro, lendo. Mas nada que faço serve para nada. "Rir é o melhor remédio". O mundo está perdido em um sistema de ordem de classes. Julgam-me por não ser de uma casta superior (e nem querer ser mesmo!). Eu não tenho que me matar fazendo o que os outros querem que eu faça! A vida vai acabar amanhã... Ou depois... Sei lá! O que você andou fazendo de tão importante? Seja você. Isso já é trabalhoso o bastante. Repito: Sou um poeta. Então não me julgue baseado no último pregão da Bolsa de Valores.

A Imbecil Poesia da Vida 2



Alguns me perguntam muito isto: " Você quer ser o quê?" " O que eu já sou!" - Respondo. Sou alguém. Não preciso ser mais nada! Só que aí começa o embate. "Você tem um carro? É engenheiro? Médico? Milionário simplesmente?" Ao que retruco: "Sou eu, serve?" Deixe-me ser nada, se é de nada que me chamam. Não necessito de nada. E o nada não pode acrescentar nada ao que já é nada. Mas alguém teria pena de mim. Não estou aqui denegrindo a minha imagem. Ao contrário, estou me afirmando quando tento não me afirmar em nada em que insistem em dizer-me que eu deveria me afirmar. Sou um poeta. Deixe-me pensar!

A Imbecil Poesia da Vida 1




Você já parou pra pensar o quanto o seu esforço não significa nada na verdade? Pois é. Tudo que lutamos pra conseguir. Leituras. Projetos erigidos. Nada tem sentido! Quero que você reflita comigo:
Será que faço o que faço por que desejo fazê-lo ou é só por que preciso me afirmar em algo? E ainda que quiséssemos fazê-lo, isso não diminuiria em nada a falta de sentido. Veja. Só o que redimiria a nossa escolha seria a não pretensão. Mas como podemos não pretender ser algo? A sociedade em que vivemos nos doutrina dia após dia a sermos "isso" ou "aquilo" para que, só então, possamos nos destacar, vencer na vida, ser alguém. É hilário. Mas muita gente que vier a ler isto vai pensar que se trata de filosofia barata. Trata-se do óbvio que ninguém está disposto a querer ver. Afinal de contas, eu sou um poeta, não um economista!

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Soneto: Eis a noite. Esta noite que me inspira...

Eis a noite. Esta noite que me inspira.
Sopra a brisa. Há amor em cada olhar.
Minha musa é a lua... Devo achar
Fora a paz pela qual meu ser suspira.

Denominam-me louco, mas - sem ira -
Silencio... Há amigos a chamar.
Vou à praça e me assento a conversar.
E, entre fados, minh'alma, então, delira.

Há poemas, canções, risos e ais...
Mas, se há dores, são essas passionais,
Em poéticos dísticos, expressas.

Eis a noite dos vates abstêmios
Do diurno esplendor. Nobres boêmios.
Seres livres de angústias inconfessas.

Poeta Felipe Amaral - Tabira -PE
(Em estilo neoparnasiano-simbolista)

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Reverendo Ronaldinho, O Expulsador de Demônios.

Reverendo Ronaldinho,
O Expulsador de Demônios.
1
Ainda quando menino,
Ronaldinho já pregava,
Mostrando de Deus o dom
Da pregação que ele herdava
Do seu pai, que foi pastor
E, da'igreja, um condutor
Quando ainda aqui estava.
2
Ronaldinho já falava
Que iria ser pregador,
Sendo ainda uma criança
Bem no início do fervor
Da vida primaveril
E esse pendor infantil
Provinha do Criador.
3
Quando seu pai, o pastor
João Wesley de Andrade,
Ainda em vida pregava
Para toda a cristandade,
Colocava o seu renovo
Para cantar para o povo
Da cristã comunidade.
4
Sendo ali que, na verdade,
Estimulava o menino
À evangelização
E ao abençoado ensino
Para que, quando crescesse,
No trabalho, o sucedesse,
Cumprindo assim seu destino.
5
Sendo antes um peregrino
Pregador itinerante,
Seu genitor, João Wesley,
Encontrara-se em constante
Luta contra as hostes vis,
Expulsando entes hostis
De pessoas todo instante.
6
E a lida evangelizante
Do seu pai foi para o filho
Um exemplo a ser seguido
Devido à luz em seu trilho,
Num caminhar tão fiel
Que resguardava o laurel
Da paz do celeste brilho.
7
E, quando, sem empecilho,
Seu pai os céus adentrou,
O filho, por incumbência
Do Criador que o chamou,
Seguiu da lida o exemplo,
No templo e fora do templo,
Pregando o Deus que o salvou.
8
Como o pai, se deparou
Com potestades do mal.
E, no nome de Jesus
Esconjurou o infernal
Espírito mau que afligia
As gentes, e assim, seguia
Trazendo à paz ao local.
9
E aqui começa o focal
Ponto desta exposição.
Pois que, entre os seus exorcismos,
Houve uma situação
Que o abalou sobremodo...
E até mesmo eu me incomodo
Ao seguir a narração.
10
Deu-se numa ocasião
Uma confusão sem par,
Semelhante a que Davi
Teve um dia que enfrentar.
Ronaldinho se abalou,
No entanto, não hesitou
Em partir para ajudar.
11
É que um amigo exemplar
Havia se desviado
Do caminho de Jesus
E até já tinha se dado
À pagã necromancia
E, aconteceu pois, que um dia
Caiu endemoniado.
12
Ronaldinho, acabrunhado,
Devido à notícia hostil,
Partiu para a moradia
De quem - no tempo infantil,
Fora seu maior amigo -
Pra' expulsar do seu abrigo
Aquele demônio vil.
13
De forma nada sutil
O demônio o afrontou
Quando ele se pôs de pé
No quarto e iniciou
Sua prece, em contrição,
Por concessão do perdão
Do Deus que tudo criou.
14
Porém ele terminou
Aquela dada oração,
Mesmo diante dos gritos
Do amigo na' habitação.
E, após, os olhos abrir,
Sem se deixar inibir,
Postou-se em confrontação.
15
E, enquanto a'esconjuração
No lar se desenvolvia,
Coisas estranhas se davam
Dentro da tal moradia,
Mas o forte Ronaldinho
Seguia sem desalinho
O exorcismo que fazia.
16
Só sei que, naquele dia,
Algo incomum ocorreu...
É que, em tantos exorcismos
Que ele mesmo empreendeu,
Demônio nenhum achara
Que o resistisse na cara,
Como co'o tal ocorreu.
17
O possuído se ergueu
E começou a jogar
Coisas sobre Ronaldinho
Para tentar evitar
Que ele ali o expulsasse
E, por mais, que se ordenasse,
Ele insistia em ficar.
18
No entanto, sem se deixar
Levar pela ocasião,
Ronaldinho a Deus pediu
Que, à sua disposição,
O Mesmo ali colocasse
Um arcanjo que enfrentasse
Aquele espírito em questão.
19
Já, após a petição,
Mais leve a coisa ficou.
E, mesmo ante horríveis brados,
O possuído sentou
Na cama e, aí, Ronaldinho
Com calma e sem desalinho,
O exorcismo retomou.
20
Fato é que o bem triunfou
Diante de um mal relutante.
Mas Ronaldinho de Andrade
Nunca esqueceu desse instante
Em que se viu confrontado,
Mas muito aprendeu co'o dado
Momento e seguiu adiante.
21
Seu amigo, hoje, durante
O culto e as orações,
Medita no acontecido
E acha nas reflexões (c-s)
Conforto pra sua alma,
Que agora desfruta a calma
Que Deus põe nos corações.
22
Fecundas são as razões
Excelsas do Criador.
Luta contra o Inimigo;
Impede o mal do Opressor;
Pára as ações diabólicas;
E prende o Devorador.
23
Assim, medita sem dor
Mais e mais na Viva Luz.
Age com fé e amor.
Resguardando a paz que induz
Ao Lar Sagrado do Alvor
Libertador de Jesus.

Autor: Poeta Felipe Amaral