Fragmento 25
Todo
mundo propõe-se a fazer alguma coisa. Um pinta; outro apaga. Como
deve ser. E assim a vida segue. Há momentos de desalento, como há
momentos de motivações aparentemente infindas. As flores secam, mas
depois voltam a crescer. Espero que não se demorem para mim. Tenho
receio. Receio que tudo se desmorone. Que o céu caia sobre a minha
cabeça. Buscaria alento e não acharia. O que faria? Sou um pobre
peregrino neste mundo de dores. Sou um pobre ser entregue ao fado de
viver. Entregue ao fadado instante vivencial... fadado ao
imprevisível. E essa imprevisibilidade mata-me, fere-me,
aprisiona-me, mutila-me aos poucos, corta fora a certeza dos meus
simplórios cálculos. O que será? O episódio não foi escrito
ainda. A janela ainda não se abriu. A lua vê lá de cima. O sol
caustica quando vem. Eis uma moça que me vê. Uma menina que me olha
de longe. O flerte da morte ou da vida. Só o Senhor tem o poder! O
que pretendo ser? Ou seria: “dizer?” Falar não é a solução
para tudo. Em silêncio o tempo arrasta-se e ganha muitas lutas
assim. Por que me precipitar? Há muito que pensar...
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