terça-feira, 23 de dezembro de 2014

A História da Minha Vida - Fragmento 27 - Felipe Amaral

Fragmento 27


Deve ser a brisa que sopra, entrando pela janela do meu quarto, cheio de “sonhos de liberdade”, ou só o clima mental das minhas próprias convicções que “faz” com que eu me perca neste mundo, buscando realizar o que a realidade presente não me permite. Deve ser o sol. A noite passada que estava triste. Vil, a cidade toda! O povo que passa em frente às lojas cheias dos mesmos artigos da moda. Revolta-me tudo. Ou talvez esteja só andando em direção contrária à racionalidade humana. Certo é que não consigo manter-me consciente da forma que se requer de um ser experiente. Certo é que tudo se mostra incerto para mim. E quem define o que é certo neste mundo (em se falando puramente da matéria de que são constituídos os nossos corpos mortais)? Mas, ainda que grite e me revolte, tudo já foi predefinido. O susto bateu-me à porta e a desventura parece chegar mais rápido que a luz que entra pelas frestas da porta gelada do meu quarto. Os rebeldes são mesmo só boas personagens para roteiros de cinema. A realidade não os permite existir na realidade. Na vida real, eles têm outro nome: perdedores.

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