sábado, 24 de março de 2012

O Charles - Cordel Urbano

O Charles - Cordel Urbano
1
Quando Charles foi embora,
Foi mais por não agüentar*
A cobrança que havia
Pra que viesse parar
De acreditar no seu sonho
Que almejou realizar.
2
"Se dispôs" a trabalhar
Em uma recepção
De um hotel que havia ali
Distante da região
Da qual saíra... E voltar
Não era sua intenção.
3
O seu sonho e vocação
Era escrever sem cessar
Suas histórias que vinham
Sempre muito retratar
A sua vida esquecida,
"Seja" em qual fosse o lugar.
4
O país inexemplar
Não lhe dava condição
De crescer dentro da área
Onde a sua atuação
Era muito boa mesmo,
Já beirando a perfeição.
5
E não havia uma ação
Que ele pudesse tomar.
No local onde morava
Ninguém queria ajudar.
E até a sua família
Não o queria apoiar.
6
No bojo familiar
Todos diziam que não.
Entre os colegas, aquilo
Era algo pra gozação.
E para todo o restante,
Só uma grande ilusão.
7
Porém Charles fez questão
De querer continuar,
Mesmo diante do fato
De ninguém o apoiar,
Porque queria viver
Do que o pudesse agradar.
8
Começou a trabalhar
Naquela recepção.
Chegando em casa, depois
Do ofício e obrigação,
Ia escrever os seus contos
Com bastante empolgação.
9
Mantinha a sua atenção
Compenetrada ao narrar
As histórias que mesclavam,
De maneira singular,
O real e a ficção,
Que as tais vinham permear.
10
Dispôs-se então a juntar
Uma grana co'a visão
De usar aquele dinheiro
Pra'arcar co'a publicação
Dos contos que acumulava
Lá na sua habitação.
11
Juntou muito e fez menção
Sobre o seu plano exemplar.
Alguns "colegas" o ouviram.
Vieram o incentivar.
Mas "deixa" que, na verdade,
Planejavam o roubar.
12
Naquele dia, ao seu lar
Charles chegou na'intenção
De recontar o dinheiro.
E, ao estar co'a grana à mão
Alguém chegou lá na porta
Para uma visitação.
13
E ele, sem má impressão,
Mandou o "colega" entrar
Com'o tal vieram mais três
Com'a intenção de "assaltar"
O moço ali e fugirem,
Logo depois de o matar.
14
Um se dispôs a trancar
A porta sem lentidão.
Outro se agarrou com'o Charles
E o derrubou lá no chão.
E os outros dois o amarraram
Dando chutes sem razão.
15
"Acabou", pois, que a ação
Deu-se a se finalizar
Co'a ocultação do corpo
E a limpeza do lugar...
Sem culpados, sem juiz,
Porque aquele país
Deixa'a'injustiça reinar.

*não sigo o Novo Acordo Ortográfico

sexta-feira, 23 de março de 2012

O Teletransportador - Cordel de Horror - 1º Parte

O Teletransportador – RF Amaral
1
Depois de me revoltar
Com tanta corrupção
No meu país de origem,
Quis partir em direção
A um canto onde pudesse
Descansar da'agitação.
2
Numa peregrinação,
Que eu já via se tratar
De um feito que levaria
Toda uma vida pra’estar
Totalmente terminado,
Eu segui sem recear.
3
De tanto me deslocar
A pé e de avião,
Achei-me na Noruega
E, ali tive uma visão...
Era 9 de novembro
A citada ocasião.
4
Em 2009, o ano
Daquela visão sem par,
Olhei pra o céu e avistei
Algo estranho a se formar.
Era um vórtice gigantesco
Girando ali sobre o mar.
5
Ali no Golfo de Áden
Houve uma aglomeração
De uma gente estarrecida
Com o tamanho clarão
Produzido pela “coisa”
Que brilhava em rotação.
6
12 minutos aquilo
Ficou ali a girar.
Quando parou, todo mundo
Tentou querer explicar,
Mas “acaba” que as dúvidas
Ninguém pôde elucidar.
7
Eu caminhei pelo meio
Daquela aglomeração.
Queria partir pra casa
Pra pensar sobre a visão.
Mas, no caminho de volta,
Conheci um cidadão.
8
Seu nome, Dêinel Istêndin,
Habitante do lugar.
Contou-me que, muitas vezes,
Que achava de ressonar
No alpendre do seu quarto
Tinha visões de assustar.
9
E o que aquilo tinha a ver
Com o episódio em questão?
Disse ele que havia tido
Como uma premonição
Que aquilo iria ocorrer
Em tal localização.
10
Pensei comigo que aquilo
Tudo era de se tratar
Como uma impressão “barata”.
Coisa dita pra assombrar
Os menos apercebidos.
Nada pra se admirar.
11
Cumprimentei o tal homem
E parti em direção
Ao hotel onde eu estava.
E, sem preocupação,
Entrei e deitei na cama
Lá da minha habitação.
12
Só que quando quis dormir,
Ao me cobrir e fechar
Os olhos ali deitado,
Eu mal pude acreditar...
Algo grande e ruidoso
Veio, então, a me acordar.
13
Era um buraco no teto
Parecendo um furacão,
Como o vórtice do Golfo,
Em desmedido clarão
E me atraindo pra dentro
Cheio de irradiação.
14
Quis me segurar na cama
Pra assim tentar evitar
Que aquele redemoinho
Viesse a me suplantar
As forças e me engolisse,
Porém não pude agüentar.
15
Sustentei o quanto pude,
Mas, por finalização,
Acabei dentro do “bicho”,
Voando sem direção
Cada vez mais para o fundo
Daquilo sem reação.
16
Fechei os olhos e tive
A impressão de parar
De voar dentro do vórtice
Que veio a me abocanhar,
Mas, ao abri-los, estava
Inda no mesmo lugar.
17
Decidi ficar, por fim,
Buscando concentração
Que me acalmasse, ali dentro,
E, após uma sensação
De tranqüilidade, vi-me
Em uma outra dimensão.
18
Fechei os olhos e tive
A impressão de parar
Novamente. Então pensei
Em assim continuar.
Daí, foi só algum tempo,
Pra me achar noutro lugar.
19
Era o centro da cidade,
Mas a localização
Da cidade eu não sabia
E nem qual era a nação.
Desviei-me então dos carros
E saí da contramão.
20
Notei que estava de moto.
Nunca soube pilotar!
Mas, por alguma razão,
Estava ali a guiar
Aquele transporte (e bem!).
Nem podia acreditar.
21
Parei perto de um presídio,
Depois de “transitação”
Por mim tão bem sucedida
Ante tanta condução
E arranha-céus que chamavam
Demais a minha atenção.
22
Era como que uma força
Estivesse a me levar
A fazer aquelas coisas.
Não dava pra evitar.
Findei dentro do recinto
Perto do qual quis parar.
23
Deu vontade de dizer
Que vim pra visitação
De um conhecido que ali
Se encontrava em detenção.
Disse seu nome e um agente
Me atendeu na’ocasião.
24
Seu nome, Dêinel Istêndin.
Pasmei-me ao pronunciar
Esse nome, pois houvera
Estado em outro lugar
Co’o sujeito, mas não dera
Muita importância ao estar.
25
Ele chegou e sentou
Sem ver preocupação.
Parecia conhecer-me.
Então me estendeu a mão.
Cumprimentei-o e ouvi
Da sua situação.
26
Após falar que haveria
De amanhã se enforcar,
Contou-me que teve um sonho
No qual pôde se encontrar
Como sendo um marinheiro
Navegando em alto mar.
27
No sonho, disse-me Istêndin,
Em estranha entonação,
Chamava-se Dêniel Foss
E guiara a embarcação
Até ela naufragar
Numa dada região.
28
Algum tempo navegara
Antes de ele naufragar.
Partira da Filadélfia
Co’a intenção de chegar
Às Ilhas da Amizade,
Onde queria atracar.
29
Mas deu-se uma tempestade
E, por fim, a embarcação
Foi sacudida de um jeito
Que não houve condição
De evitar que ela virasse,
Tendo danificação.
30
Ele nadou e ficou
Numa ilha a esperar
Que algum barco ali passasse
Para vi-lo a resgatar,
Mas só depois de 8 anos
Um navio o pôde achar.
31
Após findar o relato,
Estendeu-me sua mão
E me deu um envelope,
Que eu peguei com suspeição
Que fosse isso algo ilegal,
Já que estava na prisão.
32
Mas, mesmo assim, aceitei
E me dispus a guardar
O envelope no bolso,
Ligeiro e sem hesitar
Pra não levantar suspeitas
Em quem ‘tava no lugar.
33
Saí daquele presídio.
Peguei minha condução.
Mas, foi só acelerar,
Pra me achar em rotação
De novo naquele vórtice,
Voando sem direção.
34
A impressão era certa.
Abri os olhos no ar.
Estava dentro de novo
Daquele tufão sem par.
Tentei outra vez manter
A calma ali pra parar.
35
Bem, foi só me concentrar,
Pra me encontrar, sem razão,
Em um canto diferente
E sem localização...  –
Pelo menos que eu soubesse
Pra minha auto-informação!
36
Na hora senti-me em casa.
Era um “resort” sem par.
Liguei a TV pra ver
O que é que estava a passar
E me deitei sobre a cama
Para tentar descansar.
37
Alguém bateu lá na porta
E eu fui, pra recepção.
Era uma jovem garota
De uma bela feição.
Perguntou-me o que eu queria
Para minha refeição.
38
Eu falei: “Agora não”.
“É que eu quero descansar”.
“Certo, senhor” – ela disse
E partiu pra me deixar
Sozinho. E eu, logo em seguida,
Pensei num banho tomar.
39
Tomei uma ducha quente
E pedi a refeição.
A garota apareceu
Co’uma bandeja na mão
E depois, em um carrinho
Trouxe o jantar em questão.
40
Fiz-lhe uma interrogação
Para poder me informar
Sobre o lugar, mas sem nada
De ali dar a suspeitar
Que não sabia onde estava
E ela tratou de falar.
41
Aquele imenso lugar
Já tinha reputação,
Segundo a tal senhorita,
De melhor da região.
San Zi era o nome dado.
Vi impresso num cartão.
42
Dormi a noite todinha.
Mas, quando pude acordar,
Abri a porta do quarto
Onde estava a repousar
E vi corpos sobre o chão
E sangue em todo o lugar.
43
Parei. Não pude explicar
Aquela situação.
O condomínio geral
Tava ainda em construção,
Mas os pedreiros estavam
Todos caídos no chão.
44
Aí, nessa ocasião,
Quando eu pensava em chamar
A polícia para vir
Com pressa àquele lugar,
Vi-me de novo no vórtice
Solto, girando no ar...

Poetic Lit - A Traição - 1º Parte

Poetic-Lit – A Traição
1
Quando a Cláudia decidiu
Por querer abandonar
O seu muito atencioso
Namorado e começar
Um namorico com'o Marcos,
Ninguém pôde acreditar.
2
Começaram a ligar
Com extrema inquietação
Pra o seu celular pra ver
Se aquilo era fato ou não.
E, ao final, se abismavam
Depois da confirmação.
3
Sabiam que a relação
Dos dois era algo sem par.
Viviam sempre juntinhos.
Não costumavam brigar.
Então por que eles vieram,
Por fim, a se “separar”?
4
A dúvida ficou no ar.
Grande era a agitação.
Seus amigos não pensavam
Jamais que tal decisão
Fosse se realizar
Em tão boa relação.
5
Sandro deu sua versão
E a Cláudia quis discordar.
Pelo visto a confusão
Não iria terminar
Pra que os dois pudessem vir
A se “reconciliar”.
6
Coisa de se admirar
Foi esse fato em questão.
Ninguém sabia explicar
Esse fim de relação.
E só restava aos amigos
Fazer especulação.
7
Depois de investigação
Acurada e exemplar,
Puderam, pois, finalmente
Chegarem a algum lugar.
A relação se desfez
Por um fato singular.
8
Marcos veio pra morar
Naquela imediação.
A Cláudia morava perto.
E, após uma relação
Amigável com o mesmo,
Mudou a concepção.
9
Passou a ver, desde então,
Sua casa e admirar
Seus muitos bens, sua vida.
Passeava em seu Jaguar
E ia com ele aos cantos
Mais caros para jantar.
10
E, assim, a continuar
Com essa tal relação
De amizade tão estreita,
Viu que a finalização
Do seu relacionamento
Com'o Sandro era uma opção.
11
Pôs término na relação
Com'o Sandro sem se importar
Com'o que ele iria sentir
E o que iriam pensar
Seus amigos que pensavam
Que os dois iriam casar.
12
Não dava pra imaginar
Que uma forte ligação
Daquelas iria, ao fim,
Findar por motivação
De uma sede de “status”,
Grana ou alta posição.
13
Mas, sem ver hesitação,
A Cláudia, enfim, quis botar
Um fim numa relação
Que antes quis tanto prezar
Pra não ver o seu desfecho
Ao ver o amor se acabar.
14
Há muito estava sem dar
Ao Sandro muita atenção.
Ele até desconfiara
Dessa sua reação.
Mas não suspeitava nada,
Devido à sua paixão.
15
Não havia suspeição
Também por ver se tratar
Talvez de uma TPM
Ou de algo similar
Que suscitasse a mudança
A qual estava a notar.
16
E, sem se preocupar,
Ele não via razão
Pra colocá-la diante
De qualquer indagação,
Pois jamais imaginava
Um fim pra tal relação.
17
Toda a sua atuação
Fora sempre a apoiar.
E, ante essa transformação,
Em nada iria mudar.
Iria apoiá-la sempre
Sem se deixar abalar.
18
Mas nem se dera a pensar
Que aquele dia em questão
Que ela veio da escola
Co'um bilhete em sua mão
Seria o dia do término
Dessa sua relação.
19
Após comunicação
Que deixara a desejar,
Ela entregou o bilhete
E ele, sem acreditar
Naquilo tudo, parou
Olhando ela a caminhar.
20
Ao vê-la ali a deixar
Tamanha interrogação
Na sua mente, ele quis
Entender qual a razão
Daquilo tudo e abriu
O bilhete em sua mão.
21
Porém sua inquietação
Não o deixou terminar
Aquela carta, que ele
Lia, mas sem abarcar
O seu significado,
Então decidiu parar.
22
Foi andando pra o seu lar.
Nem pegou a condução.
Estava muito abismado
Co'aquela situação.
Era como um pesadelo
Tendo concretização.
23
A tal realização
Do que nunca quis pensar
Era estranha por demais,
Não dava pra suportar,
Todavia a sua vida
“O obrigava” a agüentar.
24
Aquilo era um grande azar.
Não havia explicação.
E ele, ao chegar ao seu lar,
Tentou uma ligação
Pra o fone dela, mas ela
Não quis atendê-lo não.
25
Ele ficou sem ação,
Então se pôs a lembrar
Os bons momentos dos dois
E, aí, não pôde agüentar
Começou a chorar baixo
Ali na sala-de-estar.
26
Já ela foi ao lugar
Onde, já de antemão
Marcara pra se encontrar
Com'o Marcos, que fez questão
De esperar quase uma hora
Sentado em frente ao balcão.
27
Não houve qualquer tensão
No encontro em dado lugar.
Ela nem demonstrou nada
Que é natural demonstrar
Quando se finda um namoro
Que demorou pra acabar.
28
É bom o leitor notar
Que o Marcos não tinha não
Informação do namoro
Daquela moça em questão.
E jamais imaginara
Entrar numa traição.
29
Gostava de distração
Salutar e não vulgar.
Nunca traíra os amigos
Que fizera em tal lugar.
Mas não conhecia o Sandro,
Nem pudera se informar.
30
A “mina” em vez de falar
Sobre a sua relação.
Deixou o rapaz “vendido”
Naquela situação.
Já totalmente envolvido
Num plano de traição.
31
Marcos não tinha intenção
De se envolver, no lugar,
Com quem já fosse de outro,
Porém não pôde encontrar
Qualquer indício que aquela
“Mina” o queria enganar.
32
Foi fácil ludibriar
O rapazinho em questão.
Ela, com todo o seu charme
E sem demonstrar tensão,
“O envolveu” sem levantar
Qualquer mera suspeição.
33
E ele, sem hesitação,
Ante o que pôde notar:
Seu jeito, sua beleza,
A maneira de falar,
Se sentiu foi atraído
Sem nada desconfiar.
34
A formosura sem par
Daquela moça em questão
“A fazia” simplesmente
Um verdadeiro “avião”
E ele não seria besta
De negar a relação.
35
Sua imensa habitação
Ficava em frente ao lugar
Onde a moça residia,
Um belo primeiro andar...
E a conhecer foi tão fácil
Que ele não pôde evitar.
36
Começou a visitar
A sua edificação.
E ela também não mostrou
Qualquer uma inibição.
E os dois, ao fim, terminaram
Numa forte relação.
37
Do Sandro a habitação
Ficava noutro lugar,
A'uns dez quilômetros dali.
E nunca “deu de” “topar”
Com ele por pura sorte...
Ou então por puro azar.
38
Quando ele ia visitar
Aquela edificação,
A Cláudia estava sozinha,
Por isso, uma condição
De encontrar-se com o Sandro
Não via na'ocasião.
39
Naquela edificação
A Cláudia pôs-se a morar
Quando os seus pais se mudaram
Por comprarem outro lar.
E ela não quis ir com eles,
Pois se dispôs a ficar.
40
Aquele primeiro andar
Estava à disposição
Ainda dos pais da Cláudia
Para a sua habitação.
E, ao que o quiseram vender,
A Cláudia falou que não.
41
“O quis” por premiação,
Já que iria completar
Vinte e um anos de idade.
E os pais a quiseram dar.
E ela, assim, continuou
Inda naquele lugar.
42
Insistiu para morar
Só naquela habitação.
Mas seus pais aconselharam
Que tomasse a decisão
De morar co'outra garota
Para maior proteção.
43
E ela, sem oposição,
Achou espetacular
Escolher alguma amiga
Com quem pudesse habitar.
Chamou a Paula Alessandra
E ela veio ali morar.
44
Porém, antes de aceitar
Vir pra sua habitação,
Pediu pra que os pais da Cláudia,
Em rápida conversação,
Explicassem aos seus pais,
Daquilo, toda a razão.
45
Seus pais, em aceitação
Cordial e singular,
Disseram que a Paula iria
Habitar naquele lar
Pra que a Cláudia não tivesse
Que ir pra outro lugar.
46
Pois gostavam de encontrar
As duas em relação
De amizade tão frutífera...
E seria, aquela ação
De separá-las, um ato
De quem não tem coração.
47
Ante aquela opinião
Tão afetiva e exemplar,
Os pais ficaram contentes
E decidiram deixar
As mocinhas habitando
Naquele primeiro andar.
48
Mas retornando a falar
Qual tinha sido a razão
Do Marcos não encontrar
Outro alguém na'habitação.
É que a Paula havia ido
Pra'um intercâmbio em Milão.
49
E a Cláudia, em explicação
Aos seus pais, pôs-se a falar
Que iria chamar a Samy
Pra que viesse morar
Com ela, enquanto a Paulinha
Não pudesse retornar.
50
Mas demorou pra chamar.
Depois não viu condição.
Havia muito trabalho
Da'escola, muita lição.
Então decidiu deixar
Para uma outra ocasião.
51
Na sua imaginação
O que queria era dar
Um espaço pra que o Marcos
Viesse a se encontrar
Bem próximo para que ela
Pudesse com ele estar.
52
Pra ver se concretizar
Toda a sua projeção,
Teria que pôr um fim
Na antiga relação.
Então decidiu fazê-lo
Sem nenhuma hesitação.
53
Após tão perversa ação,
Viu-se livre pra contar
Pra o Marcos sobre o namoro
Que acabara de findar.
Chegou ao local marcado
E o viu ali a esperar...
54
Daqui dá pra gente olhar
Como segue a narração.
E o que irá acontecer...
Só a continuação
Irá dizer, mas aqui
Paro e deixo o frenesi
Que, decerto, irá se dar
Só a outra parte entregue,
Que a outra parte que segue
Haverá de o desvendar.
[fim da 1º parte]