segunda-feira, 30 de abril de 2012

Poema ao Gozo da Noite - em oitava-rima

Poema ao Gozo da Noite

1
A noite hoje nos convida
A vivermos nova vida
Que a pura paz consolida
Como a luz que não definha.
É o prazer que nos chama.
O riso de quem nos ama.
O alento dessa flama
Que no coração se aninha...
2
O segredo que convinha
Desvendar a cada linha
De assunto que se avizinha
Aos ouvidos já atentos.
Esse fervor nos atiça.
Esplendor que nos ouriça!
A vida que faz justiça
Aos nossos seres sedentos.
3
Sintamos nós esses ventos
Que fogem dos nevoentos
Céus e trazem adventos
De uma alegria sem fim.
O fulgor que nos cativa.
O “vivor” que nos aviva.
A pulsação convulsiva.
E um fim pra todo esse esplim.
4
“A lua cor de marfim”.
O perfume de jasmim
Que toma todo o jardim.
E o firmamento que traz
A brisa que nos liberta,
O sopro que nos oferta
A força que em nós enxerta
Uma overdose de paz.
5
Tudo vivo. Tudo assaz
Inspirador e capaz
De nos fazer ir atrás
De mais do melhor que existe.
Um calor que nos impele
A dançar, suar a pele,
Obedecer quem compele
A vida a ser menos triste.
6
Um voejo em cada alpiste.
Uma sensação que insiste.
A emoção que persiste
Em fazer-nos jubilar.
O teor dessa energia
A nos doar alegria.
Grande torpor que extasia:
É Deus que vem nos tocar!
7
O som das ondas do mar.
A branca cor do luar.
A amplidão do lugar.
O coração que se apraz.
O prazer que nos destina
A’um porvir que nos inclina
A ir até a marina
Contar os barcos do cais.
8
Alvores celestiais.
Resplendores divinais.
Refulgências siderais
Que bailam soltas no ar.
O impulso que nos povoa.
A música que o vento entoa.
A mão que nos abençoa.
Luz que ilumina o olhar.
9
Tudo é belo e salutar.
A ventania a cantar
Nos faz correr e pular
De alegria em meio à praia.
O peito se robustece.
E a felicidade aquece
A alma que se oferece
Pra que a maré a distraia.
10
Borda branca de cambraia.
Curvas de mulher em saia
Feita da canga, que espraia
Os seus traços femininos.
Lábios que aprisionam lábios.
Ressábios. Doces ressábios!
Volúpias que fazem sábios
Perderem-se em desatinos.
11
Os mais sortudos destinos.
Foz dos prazeres mais finos.
Voz dos melhores ensinos.
Brilho dos olhos do céu.
Remanso do mar da paz.
Descanso santo que apraz.
Som divino que não traz
Inquietações e escarcéu.
12
Iluminuras de véu
Celeste voando ao léu.
Felicidade de ilhéu
Que avista o barco a chegar.
O frio que alivia a alma.
A ventania que acalma.
Vida vivida sem trauma.
Vontade de gargalhar.
13
Marulho da’água do mar.
Silêncio vindo ecoar
Em cada canto do lar.
Prodígios de Deus que dão
Sossego ao impaciente,
Nova saúde ao doente
E, para o ser descontente,
A plena satisfação.
_Autor: RF Amaral_
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sábado, 28 de abril de 2012

POEMA AO PRAZER E À PAZ- Em oitava-rima

Aviso: Se houver erros, comuniquem-me e eu os corrigirei posteriormente. Há probabilidade disso acontecer devido à extensão do texto. Boa leitura!

POEMA AO PRAZER E À PAZ
1
Deixe que eu celebre a vida
E que a dor faça partida
Para que eu, logo em seguida,
Comemore a decantar
Canções de beleza infinda...
Contemple esta noite linda
Que alenta risos e brinda
A paz que há neste lugar.
2
Quero sorrir e pular
De alegria, em vez de estar
A chorar e lamentar
Uma vida de aflição.
Venha comigo, colega,
Que a noite faz a entrega
Da paz sem fim que se agrega
Ao risonho coração.
3
Sinta a infinda emoção
Que flui na imensidão
Ante a comemoração
De noite espetacular.
O mundo parece um céu.
A lua no escuro véu
Brilha e não há escarcéu
Que nos venha atormentar.
4
Como é lindo observar
O povo a rir sem parar.
Uma chama a tremular
Perante as luzes da rua.
O amor que brota dos ares.
O riso que invade os lares.
Paz em todos os lugares
E alvor que embranquece a lua.
5
Emoção que em nós atua.
Sossego que continua
Em clima que perpetua
A luz da felicidade.
Boas vindas e passeios.
Corações de sonhos cheios.
Almas nas quais devaneios
Tornam-se realidade.
6
Sem orgulho, vaidade,
Desengano, falsidade,
Angústia, disparidade,
Desassossego e rancor
Partimos nós sempre em busca
Da’alegria que corusca
Em cada estrela que ofusca
A persistência da dor.
7
Contemplamos o amor
Em cada ser co’o vigor
Da paz que doa esplendor
Aos brilhos que a noite tem.
O coração agradece.
O prazer nos embevece.
E a emoção não decresce
Nas sensações que a sustêm.
8
Todos nos sentimos bem.
E o peito se faz refém
Desse gozo que mantém
A chama da vida acesa.
É o prazer! É a paz!
Repouso que satisfaz
Esse ser que andava atrás
De alguma nova surpresa.
9
Há fartura sobre a mesa.
Parentes, com gentileza,
Nos saúdam, na certeza
De tomarem seu lugar,
Pra que a festa continue
Acalorada e que atue
Fazendo que a paz, que flui,
Possa se perpetuar.
10
A casa se torna o lar
De quem vem aproveitar
A festa e comemorar
A boa vida que passa,
Mas passa com alegria,
Sem a dor que propicia
Tristeza que anuncia
Lamento, choro e desgraça.
11
O coração ultrapassa
Seu limite e descompassa,
Mas nem pára e nem fracassa
Em levar sua missão
De continuar fazendo
O ser feliz. E, batendo,
Continua abastecendo
O ser de pura emoção.
12
Linda e lauta refeição.
Alta, infinda empolgação.
Um que brinda à distração;
Outro, ao amor que inda pulsa.
Se abraçam todos contentes.
No céu, estrelas cadentes
Cortam os ares fulgentes
Numa agitação convulsa.
13
Não há rancor nem repulsa.
A vida a tristeza expulsa
Do seu meio e a paz, avulsa,
Antes, ao meio se agrega.
E os corações comovidos
Doam mais vida aos sentidos
Pra que os seres envolvidos
Achem-se em total entrega.
14
A vida o riso não nega.
Vindo o prazer, nos sossega.
E esse lazer só nos lega
Mais luz e vigor pra vida.
Na praça há um chafariz
Que jorra a força motriz
Da’inspiração em matiz
Da água que é espargida.
15
Tudo lindo! A fé contida
No peito, “onde” faz jazida,
Na mente, “onde” faz guarida,
No povo, “onde” se propaga...
O prazer que Cristo traz.
O lazer que satisfaz.
A alegria que apraz.
E o desamor que se apaga.
16
Perfeição que o ser alaga.
Amizade como adaga
Que, sem cicatriz nem chaga,
Penetra o interior
De todos co’a afeição
Que provoca sensação
Que mergulha o coração
Nos oceanos do amor.
_Autor: RF Amaral_

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Poetic-Lit – A Inconformável Glenn

Poetic-Lit – A Inconformável Glenn
1
A Glenn já tinha vivido
Bastante em, tão esquecido,
Lugar e não tinha sido
Despertada pra pensar
Em sair daquele canto.
Então, sem qualquer espanto,
Teve uma luz e, portanto,
“Resolveu-se a” viajar.
2
Quis procurar um lugar
Que lhe pudesse ofertar
O que estava a procurar:
Alguma oportunidade
De mudar a sua vida,
Já há muito concebida
Como uma coisa vivida
Sem muita felicidade.
3
A Glenn tinha era vontade
De achar-se numa cidade
Cheia da capacidade
De fazê-la mais feliz.
Mostrar-lhe “um outro” horizonte.
Outro viver. Outra fonte
De vivências. Sim, e um monte
De coisas que sempre quis.
4
Chegando, não viu hostis
As ruas, nem pueris
Seus planos, que os juvenis
Viventes dali também
Arquitetavam seus planos,
Com vista a não verem danos,
Visando o prazer que os anos
De juventude detêm.
5
Começou a se dar bem
Quando “se impôs ir além”
E achou um emprego sem
Estresse e desassossego
Numa loja de cd’s.
Sem erros, dúvidas, porquês,
Achou-se a viver de vez
Sem pressa, arranque e ofego.
6
Sem ver “presente de grego”,
Desarranjo ou “desagrego” (^),
Angústias, desaconchego,
Levava a vida na paz.
Gostava da loja. E tudo
Tinha agora um conteúdo
De novidade e agudo
Grau de um conforto que apraz.
7
A vida que satisfaz
Ela tinha agora. Mas
Antes não tivera nas
Paragens onde morava.
Começou a estudar
Ali naquele lugar,
Após se estabilizar,
Próximo de onde trabalhava.
8
Ao centro escolar rumava.
Com muitos já conversava,
Pois com todos se enturmava...
Na verdade, quase todos!
A vida era um paraíso.
A paz ornava o sorriso.
Detinha o que era preciso
Sem se valer de engodos.
9
Não lhe faltavam “denodos”.
Via na vivência os rodos
Que lançavam longe os lodos
Que a pudessem envolver.
Via-se em tudo capaz
Levando uma vida assaz
“Motivante”, sempre atrás
De achar inda mais prazer.
10
Nessa busca, pôde ter
A alegria de ver
Alguém que viria a ser
Seu mais forte pretendente.
Colegas de faculdade,
Os dois, sem rivalidade,
Se tornavam, na verdade,
Namorados no presente.
11
Cada’um ali mais contente.
A vida assaz sorridente.
Fato é que, rapidamente,
Se viram “super ligados”.
E tudo às mil maravilhas.
Apenas risos nas trilhas
Trilhadas ante partilhas
De afetos, amor e agrados.
12
Depois de uns meses passados,
O amor fez que ambos os lados
Quisessem se ver mais dados
A’um convívio familiar.
“Agora” a Glenn o levava
À sua “city” e falava
Dos seus pais, que tanto amava,
Mas que os teve que deixar.
13
Ela queria alugar
Outra casa e, outro lar,
Constituir no lugar,
Agora, onde já se via.
Ele aceitou o convite.
E, do amor, o apetite
Cresceu sem traçar limite.
Igualmente, a alegria.
14
Uma vida dia a dia
Vivida com empatia,
Tendo do amor energia
Pra durar “eternidades”.
Todavia, algo ocorreu
Que transportaria o breu
De um sol que se escureceu
Àquelas localidades.
15
Com pouco, as intimidades,
Carícias, diversidades
De assuntos, e as liberdades
Foram ficando menores.
Havia algo em cada prédio:
Um engano sem remédio.
Desilusão... Era o tédio
Fazendo os dias piores!
16
Por melhores pormenores,
Fato é que, sem ver melhores
Tempos, ela, sem maiores
Censuras se resolveu.
Agora vive distante.
Por certo busca um instante
Mais de paz, mas, adiante,
Vê que já se arrependeu.
17
Muda de novo, pois seu
Viver já se vê no breu
Do tédio que o envolveu
E ela almeja a novidade...
Ele casou. Se conteve.
Em um amor se deteve.
E esse foi o que o manteve
Longe da frivolidade.
18
Vai de cidade em cidade
Ela em busca, na verdade,
De uma tal felicidade
Que nunca haverá de achar.
E, assim, se vão os amores.
Aos corações restam dores.
E, a ela, somente flores
Sem aroma pra cheirar.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Batalha de Embolador (Escrito Acordelado)




Batalha de Embolador
(Escrito Acordelado)

Refrão meu e quadras minhas:
Meu bem, vem olhar
A praia do Arpoador:
Colibri beijando a flor
Ante a beleza do mar.

1
Se prepare aí, doutor,
Que a minha rima é pesada.
Senão vai levar lapada
De o espinhaço esquentar.
2
A mente está preparada.
Enfrento qualquer peleja.
Que eu não vou dar de bandeja
Glória a quem vem me enfrentar.
3
Esteja ele onde ele esteja,
Cantor não me causa dano.
Que eu meu verso é sobre-humano
E a rima, espetacular.
4
Deixa de espalhar engano,
Que o teu verso não me acoita.
Por que quem se esconde em moita
Não vê o claro solar.
5
Eu vim topar esta “loita”
Sem me esconder do conflito.
Mas, se quer causar atrito,
Eu tô pronto pra brigar.
6
Você não canta bonito.
Nunca prestou. Nunca vence.
A quem a glória pertence
É que se tem que exaltar.
7
Sua fala não convence.
Seu estilo é muito fraco.
Não confiei em seu taco
E nunca irei confiar.
8
Feito um peba num buraco
É você aqui “de banda”.
Se nunca dançou ciranda,
Se prepare pra “dançar”.
9
Você, que não tem demanda
Pra vir “topar” meu fabrico,
Não me amedrontou “um tico”,
Por isso não vai ganhar.
10
Falo de pobre e de rico;
De barão de vagabundo;
De quase tudo no mundo,
Mas tu não “sabe” cantar.
11
Meu conhecer é profundo.
Teu conhecer é mesquinho.
De gênio eu me avizinho,
Você faz é se afastar.
12
Com todos tenho carinho,
Mas com você eu não tenho.
Longe de ti me mantenho,
Que é pra não me misturar.
13
Sempre tive um desempenho
Pelos outros invejado.
Só fica aqui do meu lado
Vate que souber cantar.
14
Você tá adoidado,
Pensando que é eficaz.
O que eu faço, ninguém faz;
Onde estou, não vais estar.
15
Teu verso não satisfaz
A platéia que é seleta.
Que escutar trova incompleta,
Ninguém “se atreva escutar”.
16
Eu prossigo em linha reta,
Mas a tua é tortuosa.
Nem no verso e nem na prosa
Tu “pôde” se destacar.
17
Tudo é fácil pra quem dosa
Tudo como a conta-gotas.
Mas as tuas trovas rotas (^)
Não podem me alcançar.
18
Os rapazes e as garotas
Que escutam, me admiram.
Mas pra fazer que prefiram
Teu verso, isso não vai dar.
19
Bom é que todos confiram
As coisas que você fala.
Porque tudo o que propala
É asqueroso e vulgar.
20
Eu, que tenho uma escala
De valores, não me importo
Com ameaças, que entorto
Quem quer me desconsertar.
21
Boas notícias reporto.
Não gosto de parvoíce,
Mentira, “disse-me-disse”,
Conversa de lupanar.
22
Eu não prezo a “gaiatice”
De gente que se envaidece.
Se conhece, então,“comece
Reconhecer” seu lugar.
23
Tem gente que se apetece
Com ameaças vazias.
Mas suas propostas frias
Não podem me amedrontar.
24
Eu topo todos os dias
Com cantadores ridículos
Que se socam em cubículos
Pra ninguém os criticar.
25
Não erro a citar versículos
Das Escrituras Sagradas;
Incisos de Leis frisadas...
Mas tu não “sabe” os citar.
26
São balelas reputadas
Por conversas desmedidas
Estas tuas desvalidas
Palavras soltas no ar.
27
Minhas frases conhecidas
São respeitadas por todos.
Mas tu só trazes engodos (^)
Em tudo que “vem” falar.
28
Pra limpar “precisam rodos”
Que lancem fora os teus versos.
Que estes teus termos dispersos
Não “dão” pra se apreciar.
29
Conhecimentos diversos
Não são nunca apreciados
Por sujeitos afetados
Propensos a “se orgulhar”.
30
Meus versos são fabricados
Com esmero e com talento.
Mas vate ruim, não agüento,
Que só vêm pra me irritar.
31
Tudo aquilo que comento
Tem dosagem, tem medida,
Mas, quem se dá mal na vida,
Não visa a ninguém prezar.
32
A pessoa envaidecida
É de mim muito diversa,
Pois visa em toda conversa
A ofender quem falar.
33
Uma advertência inversa
Aqui não se faz presente.
Quem é esperto pressente
Quando deve se acertar.
34
Você se mostra contente
Querendo me corrigir,
Mas não sabe dirimir
As dúvidas do seu falar.
35
Quem não sabe admitir
Que vive em erro na vida
Segue em jornada sofrida
E não quer se consertar.
36
Tô bem em minha guarida.
Respeito todos os meus.
Você que implore aos seus
Pra virem “lhe” perdoar.
37
Admoestações de Deus
Eu escuto todo dia.
Mas quem vive de anarquia,
Nem fala em se sujeitar.
38
O justo tem ousadia
De vir na vida a fazer
Todo esforço pra manter
A sua vida no altar.
39
Mas você não quis dizer
Nada que venha propor
Mudança em qualquer setor
Da sua vida vulgar.
40
Não é vulgar meu dispor
Nem chula a minha existência.
Esta tua advertência,
Tu “é” que “tem” que escutar.
41
Tenho plena consciência
Que você enlouqueceu...
Ainda não percebeu
Que és tu quem tem que mudar?!
42
Não menospreze o meu “eu”.
Não diga coisas banais.
Que por frases triviais
Você vai ter que pagar.
43
As danações infernais
Só maltratam quem se porta
Mal como tu... E importa
Que lá você vá queimar.
44
Tu tens a tua’alma morta.
Dá pra ver pelo teu porte.
Nem pense que a tua morte
Pra o céu irá te levar!
45
Eu já tenho o passaporte.
O transporte é o caixão.
E o corpo é hoje a mansão
Que, ao morrer, eu vou deixar.
46
O fogo da perdição
Espera todos que morrem
E ao Salvador não recorrem
Antes de “vir a tombar”.
47
As minhas práticas concorrem
Pra minha demonstração
De que sou salvo... Isso não
Não poderá me assustar.
48
O Reino da Salvação
Será pra os bons e clementes.
Porém as chamas ardentes
Hão de te fazer pagar...
49
Sigamos nós como crentes
Sem julgamentos errados.
Porque só trazem agrados
Os que se podem provar.
50
Há nos Escritos Sagrados
Avisos contra as más práticas.
As punições são dramáticas
Pra quem Deus desrespeitar.
51
Vamos findar as enfáticas
Falas de céu e de inferno.
Pois quem teme ao Ser Eterno
Há de deixar de pecar.
52
Que nós sigamos em terno
Procedimento de amor
Pra gozarmos do Senhor
O Livramento sem par.
53
Quero acabar o labor
Aqui na nossa batalha
Certo e sem cometer falha
Quando ele finalizar.
54
Então esconda a navalha
E o revólver jogue fora
E me cumprimente agora
Pra gente se dispersar.
55
Tá certo, então, nesta hora,
Acabo a rixa da gente.
Você foi inteligente
E eu também fui singular.
56
Que Deus abençoe a gente
E que outra vez nós venhamos
Nos ver de novo e possamos
“Noutra” disputa adentrar.
_ Autor: RF Amaral _

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Poema ao Criador - Canto I

Poema ao Criador – Canto I

1
Ó Deus de poder infindo,
Minha alma por ti suspira.
Dá-me um verso "escol" e lindo
Que o dom perenal inspira.
Doa-me estímulo sem fim.
Procura achegar-te a mim,
Supremo Deus imutável,
Pra que eu tua voz escute
E, assim, minha'alma desfrute
Da'inspiração infindável.
2
Tu que és o insofismável
Criador do universo.
Deus de força imensurável,
Abençoa este meu verso...
Vê, Senhor, o quanto almejo 
Apresentar-te o versejo
Que da minha pena emana.
Porém, só não terá fim
Se tu, ó grande Eloim,
Tocares minha'alma humana.
3
Meu ser agora se irmana
Ao teu Ser, ó grande Deus.
Livra-me da frase insana
Permear os versos meus.
Eu sou teu servo e te peço
Perdão por todo insucesso
Que tive em minhas ações.
Toca meus olhos, meus lábios.
Faz-me como os santos sábios
De inefáveis visões.
4
Dá-me as mais belas canções,
Os mais belos pensamentos
Pra que, em elucubrações,
Realize os meus intentos.
Ó onipotente Rei,
Inspira-me hoje, pois sei
Que só tu podes fazer
Com que eu exulte feliz
Ao ver, como antes já quis,
A minha obra se erguer.
5
Tu que tens todo o poder
Nos céus e na terra, vem,
Toca profundo o meu ser,
Pois tua'unção me faz bem.
Ilumina, ó Deus de paz,
De uma maneira vivaz
Meu limitado intelecto
Para que eu possa cantar
A canção mais singular
De um "escol" e puro aspecto.
6
Simples é este prospecto
De propaganda divina,
Mas é livre do infecto
Orgulho que ao mal atina...
Sei que não sou nada e quero
Empreender o que espero
Poder com fé construir...
Mas é que sou insistente!...
Porém, confiantemente,
Eu sei que irei conseguir.
7
Ajuda-me hoje a seguir
Pelas vias divinais
De um dom que é qual elixir
Que nutre os versos primais,
Os quais dão origem certa
Ao poema audaz que oferta
Ao ser um toque do céu.
Ó Deus, a vida te canta.
Dá-me o dom que me acalanta,
Que ele há de ser meu troféu.
8
Venho a ti sem escarcéu
Pedir com zelo e fervor
Para cobrires co'o véu
Da paz meu verso de amor.
Não deixes, Deus, que eu me sinta
Sem a condição distinta
De escrever este poema
E alfarrábio qual baú;
Trabalho no qual és tu
O principal e único tema.
9
Aniquila o vil problema
De haver "bloqueio mental"
Que me ponha em um dilema
Que venha a me fazer mal...
Ó Deus, faz-me não chorar
Por não poder acabar
Esta obra que eu inicio.
Dá-me um gole do teu estro
Pra que eu possa achar-me destro
Para exarar o que crio.
10
Eis o dia que anuncio
Como sendo o meu primeiro,
Visto que nele hoje eu fio
Um trabalho verdadeiro.
Grande Senhor, vê que obra!
Consente tu que a manobra
Perfeita por mim se faça.
Não deixes, Pai, que eu lamente.
Enche tu continuamente
Este poema de graça.
11
Faz com que eu beba da taça
Do vinho da'insuflação
Infinita que ultrapassa
Os limites da razão.
Iavé, leva-me ao teu
Lar para que o verso meu
Não seja denominável...
Que não haja nele abalo
E só ousem compará-lo
A algo incomensurável.
12
Que ele seja admirável,
Pois ele de Ti provém:
Não é meu este insondável
Dom que me leva ao além.
Iavé, és tu meu Guia
Na'estrada da poesia
Onde intentei caminhar.
Minha inspiração Tu és,
Por isso eu venho aos teus pés
Para poder te adorar.
13
Queiras tu, Deus, colocar
Tua mão sobre o meu ombro,
Ainda que venha alçar
Ela, em mim, um grande assombro...
Quero sentir o teu toque,
Embora até me coloque
À disposição do medo.
Todavia, ainda almejo
A tua unção e desejo
Não guardar nenhum segredo.
14
Viso correr no arvoredo
Propagando o que fizeste.
Bradar de um alto rochedo
E andar de leste a oeste,
Norte a sul dizendo tudo
Que vi, tendo por escudo
Tua Palavra fiel.
Irei às extremidades
Do mundo sem vaidades
Pregando o Deus de Israel.
15
Tu, que és escudo e broquel
E o Autor da criação,
Doas-me o maior laurel,
Que é o dom da salvação.
E agora me inspiras tanto
Que em mim causas um quebranto
Que inquieta a minha alma.
Mas esse quebrantamento
Traz-me o arrependimento
E o perdão que me acalma*.
(*"acalma" está concordando só com "perdão")
16
Adoro ao Senhor com palma.
Canto com todo o meu ser.
E, sem trauma, mas com calma,
Entrego a Ele o viver.
A todos eu digo agora:
É feliz o ser que adora
O Senhor Onipotente!
Ó Deus, eu propago a tua
Palavra que em mim atua
E me faz um ser contente.
17
Levo-te diariamente
Dentro do meu coração.
Ó Deus zeloso e valente,
Pai Doador do perdão.
Diante disso, eu te imploro - 
Porque é por Ti que eu choro - 
Dá-me insuflação infinda
Para que eu te compreenda
E expectativas atenda
Nesta minha obra tão linda!
18
Almejei sempre "essa" vinda
De inspiração tão vivaz
A qual de Ti é provinda
E a minha'ânsia satisfaz...
Hoje eu peço, brado e grito,
Suplico pelo bendito
Estro que pode insuflar
Meu ser e "fazer-me" todo
Propenso a vir com denodo (^)
Glorificar-te ao versar.
19
Bom é poder jubilar
Diante de Ti, meu Pai.
E, após, com fé, levantar
Um louvor santo que sai
De dentro do coração
E soa sem distorção
No recinto onde é alçado,
Para que chegue aos teus ares
E nos celestes lugares
No tempo determinado.
20
Ó Deus, tu que tens cuidado
De mim de forma tão pura,
Ante a água, ergue o cajado
E me livra da'amargura
Que às vezes quer me amarrar,
Oprimir e encarcerar
Nas grades da agonia...
Hoje, eu te suplico, toca
Na minha mente e coloca
Em mim estro e alegria.
21
Deus, a tua companhia
É para mim qual alento
Que dirime a nostalgia
E me arremessa no vento
Do plectro mais fumegante,
Brusco, intenso e cintilante
Qual ciclone impetuoso.
Ó majestoso Senhor,
Abençoa este labor
Para mim tão precioso.
22
Eu não me faço orgulhoso
Por motivo de hoje alçar
Verso tão maravilhoso
Provindo do Deus sem par.
Eu oferto este poema
Belo e que tem como tema
A exaltação divina
A todos para que olhem
Que os bons são os que escolhem
Seguir a Santa Doutrina.
23
Vejo o Deus que me ensina
Qual o caminho a seguir,
Soprando a fria neblina,
Fazendo a chuva cair,
Bradando e, assim, abrindo
Rochas num caminho infindo
Que insiste em perpetuar...
É grande esse Deus tão forte
E pode livrar da morte
Todo o que "a Ele aceitar".
24
Deus Pai começa a falar
E a montanha, então, se abre;
E o seu tão cortante olhar
Penetra mais do que sabre.
Ele bebe a chuva fina;
Duas de uma só colina
Ele faz, partindo ao meio
Aquela que, antes inteira,
Completando a cordilheira,
De nada tinha receio.
25
Daqui vejo um lago cheio
E pequenas ondas fracas.
Porém, vindo um vento alheio
A tudo arranca as estacas
Que contornavam, no'esmero (^)
Das tardes sem desespero,
O lago belo e pomposo.
Deus nesse vento aparece
E esfria o sol que aquece
Aquele solo garboso.
26
Oro pra que o venturoso
Dom de Deus em mim atue.
Lance-me o sabor ditoso
Que em meu "eu" se perpetue...
Cada verso meu pressente
Que o toque de Deus consente
Que eu possa emanar essência,
A qual estimula os seres
E os preenche dos prazeres
Da celeste residência.
27
Peço a Deus a'inteligência
Divina, "inspiracional",
Leve, pura; e a ciência
Da arte sentimental,
Que é para eu ver se consigo...
Sim... Se com tudo o que digo
Conseguirei provocar
Sensações emocionais,
Poéticas e divinais
Naquele que me escutar.
28
Não é de se admirar
Que eu insista tanto assim
Pra que Deus venha tocar
Meu "eu" que, "dentro de mim",
Vagueia em busca de mais
Insuflações magistrais
As quais me fazem poder
Enxergar o invisível,
Expressar o "indisível"
E preencher o meu ser.
29
Bom é poder entender
O que diz o oceano;
O que fala o meu viver;
E o que canta o ventre humano.
Deus Pai, olha para mim,
Por que o teu olhar, assim
Que me almeja, eu fico bem
De saúde e poesia,
Decantando a brisa fria
Que me acalanta também.
30
Tua voz ressoa além
Das montanhas, ó Senhor,
Qual maré num vai-e-vem
Perante todo o verdor
Do matagal radiante,
Inspirador, excitante,
Bucólico e de tom suave.
Só tu és a "força-máter"
Que lapida o meu caráter
Ao quebrar qualquer entrave.
31
Eu te dei a áurea chave
Do meu peito quebrantado
E fui liberto qual ave
Que voa perante o prado.
Sou agora um despenseiro,
Servidor e apregoeiro
Da verdade divinal.
Sou teu e tu és meu Pai.
Ó Deus, grandioso Adonai,
Estou liberto do mal.
32
Contemplo a fenomenal
Obra que em mim tu fizeste.
Vejo que o que era banal
Desprezaste e não quiseste.
Operaste de tal forma
Que aquela vil plataforma
Da'idolatria esmiuçaste.
Transformaste-me no novo
Ser, que, agora, ante um vil povo,
Divulga o que lhe ensinaste.
33
Qual uma rede de arraste
É o mal que há no mundo.
Mas desse mal me livraste
Para que eu viva um fecundo
Viver a ti reservado
E em ti fundamentado,
Repleto do amor vivaz...
Minha vida era mesquinha.
Antes a paz eu não tinha,
Mas agora eu tenho paz.
34
O Senhor me satisfaz
Com seu poder imanente
De me fazer eficaz
Mental e corporalmente.
E pela graça dos céus,
Eu não vivo “aos emboléus”,
Mas de forma santa e justa.
Deus me ensinou a viver
E agora eu posso dizer
Que o Diabo não mais me assusta.
35
A tua glória é augusta,
Ó Onipotente Deus.
Tua virtude robusta
Realiza os planos teus.
Força, ousadia, honra e luz,
Poder que o amor produz
São a base do teu trono.
És a justiça, a verdade,
Perfeição e santidade,
Porque do’universo és dono.
36
Não deixas no abandono
Aquele que em ti confia.
És segurança no sono,
No’escuro, és luz que irradia
A perfeita florescência,
Que és tu a fonte da’essência
Poética e transcendental,
A qual nos faz mais alegres
Para que tu desintegres
Todas as setas do mal.
37
Creio no rei Divinal
Que pinta o painel da’aurora
E do’arrebol colossal
Quando o sol vai-se indo embora.
Creio nele, que Ele é
Criador e Autor da fé
Que em meu peito faz morada.
É meu resplendor, meu Guia,
Meu Mestre, minha alegria,
Meu transporte e minha estrada.

_ Autor: RF Amaral _