terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A História da Minha Vida - Fragmento 11 - Felipe Amaral

Fragmento 11


    Eu preciso mais disso. Disso de pensar que a vida pode ser do jeito que insisto em conceber como sendo a verdade. Necessito de mais. Como o sabor dos lábios da garota mais linda... Sensacional seria. É como cantar doces canções. Como o Natal em luz. Como o mar e um longo romance juvenil. Folhas ao vento que trazem lembranças alegres. Como a face do meu bem. Se houvesse algum bem. Mas a vida é dolorosa por demais. Os filmes acabam. Temos que retornar à realidade. Temos que abrir os olhos. Precisamos "é" de dinheiro! A família futura irá precisar. A precisão nunca fora tão exata!
    Penso que seria bom para mim apaixonar-me. Acho que já mencionei isso aqui. A paixão enlouquece, mas poetifica a vida. Entre beijos e joviais carinhos, tudo se transforma. Tudo se transporta. Haurir a volúpia que incensa o ar. Sorver a magia doce dos dias de felicidade fácil. Correr aos seus braços. Abraços. Espaços preenchidos pelo desvelo dos amores. Flores que brotam. Azul de um céu azul... Ou seriam seus olhos? Ou seriam negros seus olhos? Ou seriam os meus vendo fantasias? Sou fácil de emocionar...
    Cativo da dor, estranho as páginas. Não ganho respeito. Por isso, paro. Bebo vinagre a cada frase. Ponho a língua em salitre. Ácido sulfúrico. Ou seria clorídrico? Eu não sei mais quem sou! Quero chorar. E chorar não é tão típico assim para mim...
    Talvez estando longe... Tenho medo! Não faço grandes empreitadas. Não sou de fazê-lo. Sou de ficar parado e escrever. Descrever o que pensaria fazer. Torná-lo real na página branca. Mas tudo me obriga a parar a descrição. O ofício do tédio espera-me. O ofício da dor. E a dor é chaga viva...
   

Nenhum comentário:

Postar um comentário