sexta-feira, 18 de março de 2016

Minhas Crônicas - Tudo o fazemos... por Felipe Amaral


Minhas Crônicas

Tudo o fazemos...
por Felipe Amaral

Tudo o que a gente faz é vão. A gente é que pensa ser útil. Quando me pego a escrever ou quando leio por horas a fio, vejo que o mundo lá fora não se interessa por essas coisas. Não importa como você ganhe dinheiro: ganhe! Você é o que você consegue. Se, como um suposto rei sem trono, você se mantém, pode não aguentar o desprezo no olhar de cada pessoa que passa. Uma ilusão é pensar que a inteligência (conhecimento, conexões cerebrais) alcançada nessas horas lendo irão redimir cada passo seu. Não se iluda! A vida é muito curta para se viver de ilusão. O povo quer ver dinheiro. Quer ver fama. Status. Não pense no melhor, quando o melhor para os demais (dominantes) é só uma conta gorda no banco. O quadro que a gente pinta da vida é constantemente manchado pelos comentários dos outros. Mesmo eu dizendo a mim, todos os dias, para não dar bola para tudo o que se diz de mim, não consigo suportar. Uma hora ou outra, acabo caindo no mesmo erro de dar atenção aos robôs do sistema. Mas alguém poderia me questionar quanto a essa expressão “robôs do sistema”. Poderia exclamar: “Temos que nos sustentar de alguma forma! Assim nos mantemos vivos! Talvez alguém te tenha mantido vivo até agora, sendo isso que você acabou de falar”. Bem. Eu sei que a vida é dura. Estou escrevendo e, muitas vezes, não atino para isso. Mas não posso simplesmente negar o que faço há anos e dizer “pare tudo!”. Posso até morrer pela causa. Talvez. Não penso que, ao fim, tudo irá dar errado. Sou cheio de defeitos. E o mundo aí também. Na verdade, nem sei por que o mundo questiona tanto meu jeito de encarar a vida se ele nem sabe mesmo o que é certo ou errado. Todos deveriam se manter em silêncio. Mas esse é o erro do mundo: falar. Rebaixam-me, mas eu continuo firme, seguindo. E o meu objetivo é nobre, apesar de eu não o ser (financeiramente) como exigem todos. Uma tia minha chamou-me de louco (meio que indiretamente). Disse que eu precisava me tratar. Um psiquiatra poderia me receitar algumas doses de “conforme-se ao sistema!”, sabe? Isso é o que todos dizem. Todos querem crescer em áreas diferentes, mas acabam por fazer sempre as mesmas coisas. Tudo bem. Há uns que querem mesmo fazer o estão fazendo. Outros se amoldam bem à ditadura. Claro que eu sempre penso que, no fim, o que querem de fato é fazerem o que estão fazendo, visto que não se dão valor o suficiente. Mas eu sei também que isso de não se darem valor pode soar contraditório. Visto que esse povo todo vive de querer me dizer o que devo fazer para crescer na vida. É que são incongruentes mesmo! Eles não podem admitir “é” que estejam sós nessa de se viver a vida como um robô. Se você é rebelde, eles te xingam. Vociferam. Deblateram. Não podem se conter diante do diferente. Eles querem te matar, se possível. Mas acabam por se conter de modo relutante, pois isso de matar seria incivilizado demais, mesmo para eles. Então estou eu aqui, seguindo minha vida. Não sei bem de nada, porém permaneço caminhando. Já faz bastante tempo que eu sigo por essa via. Não quero mudar. Estudo todos os dias. Leio mais do que aqueles que me criticam. Reflito sobre tudo. Dou asas à imaginação. Não sou um inútil que pensa que é útil. Paradoxal? Oximórico? Veja bem. Apesar de o começo deste texto começar dizendo que nada que fazemos é proveitoso, não quer dizer que não o quereremos fazê-lo. Acho que o fazendo permaneço no páreo. Parar é “jogar a toalha”. Na verdade, tudo, no fim, é vaidade, então por que me criticam ainda? Ora bolas!

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