sexta-feira, 11 de março de 2016

Minhas Crônicas - Criando na falta de criatividade - por Felipe Amaral


Minhas Crônicas

Criando na falta de criatividade
por Felipe Amaral

Não sei o que acontece com a nossa mente nestes dias modernos. Tanta informação, mas cada vez menos criatividade. A gente se perde na crise econômica sem lembrar nem por que veio a se perder. O futebol é recorrente. Não consome tanto a mente como falar sobre acordos gramaticais e equações ainda não resolvidas à espera de outro aspirante ao prêmio Field (nem sei se se escreve assim!). Eu mesmo, leio cem páginas por dia, mas, quando me dou à escrita, o que sai são estas palavras pífias. Pífias como as argumentações da última semana dos advogados de defesa de algum acusado na Operação Lava-Jato (acho que, só antigamente, escrevia-se com hífen. Maldito “desacordo ortográfico!”). Não sei mais o “quem é quem” da política nem discernir mais a qualidade do leite de caixa comprado no mini-supermercado ao lado de casa (acho que estão colocando água em todos). Não se pode mais dar opinião direito. A mídia está aberta demais. Sei lá. Entrei em parafuso. Às vezes, penso que a incapacidade de discordar, ou de permitir a gritaria incivilizada, de hoje está fazendo com que todos vivam de forma concorde demais. Mas não que isso traga algum tipo de paz verdadeira. As pessoas, por dentro, continuam deblaterando. Dá pra notar isso na forma como se contêm forçosamente, depois de alguma escapadela. Têm vezes que só queremos é meter a mão na cara de alguém mesmo. Comigo mesmo acontece de querer pôr fogo no Congresso (ainda que insistam que é lá que nós temos voz – indiretamente – contra os desmandos do executivo. Coisa que me irrita ainda mais, pois sei que isso, este lembrete, é, nada mais nada menos, que um rebento desse espírito de concordância forçada que nos foi e é imposto)... Eu quero pôr fogo no Congresso e pronto! Opa! Desculpem! Escapou. Deve ser meu “alter ego”. Percebi quando escrevi agora a expressão (ou deveria ser palavra?! Junto ou separado?) “alter ego” que estou enferrujado demais. Há muito não me dou às laudas brancas, tentando expressar-me assim, com ideias desconexas e loucas como os subterfúgios do Maluf, quando o inquirem acerca de paraísos fiscais. Eu queria ser normal como todo o mundo, mas escolhi ser eu mesmo. Refrigeração não é minha área. Fui obrigado pelas circunstâncias a fazer, mas ainda resisto de pé, tendo sempre o menosprezo das opiniões dos populares aos meus ouvidos. Mas a gente não pode discordar de nada fervorosamente hoje. Como eu disse e torno a dizer, o mundo hodierno impele-nos a concordar toda hora. A polidez rende-nos. Mas você poderia dizer que isso é uma grande mentira, pois que, no mundo atual, temos o usufruto da abertura total para tal. É verdade e não é ao mesmo tempo e no mesmo sentido (abaixo a Lei da Não-contradição!). O caso é que suspeito que, até quando discordamos concordamos. Não somos legítimos. Parece uma peça encenada por atores pagos por um grande estereotipador mundial. E é aqui que me permito entrar na pauta da tão falada por poucos Conspiração Global. Calma! Não me ateria muito a isso. É tanto texto pra ler, que eu chego a ficar com sono só de pensar (e vou ver se uso isso como artifício para ir dormir mais cedo). Fato é que pode até não ser conspiratório nada aqui (coisa que eu duvido muito também!), mas que, muitas vezes, parece que estamos num palco repetindo falas escritas por sei lá quem, ah isso parece! Mas, deixando isso pra lá, a bolsa de valores está fechando tão em baixa ultimamente , que eu penso que, daqui a pouco, até os figurões vão desistir do papel-título (e do papel-moeda também!) e vão tornar à velha permuta dos tempos imemoriais do comércio. Disney deixou de ser atração há muito. Orlando mudou-se pra o bairro da Caixa D'água. E Ohio (ou seria “O Raio”?) não mais continua “não caindo” no mesmo lugar. Os presidentes estão de cabelo em pé. Penso que tudo é culpa do Grande Irmão mesmo. O George estava certo sim. Também, poderia não estar certo alguém que se voltasse atenciosamente para data tão auspiciosa como a data de 1984? Ventos de criatividade aqueles que trouxeram à luz este poeta que vos fala! Mas é tanta coisa pra falar... Ou melhor, escrever, que eu chego a me perder em discursos que nem deveria ter começado. Muitas vezes, viso uma lauda e acabo por estender-me por, nada mais nada menos, que duas! Que grande criatividade! Obrigado pelos risos. Vou ali “no” banheiro e já volto.

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