quarta-feira, 16 de março de 2016

Crônicas Minhas A Crônica de uma Coruja por Felipe Amaral


Crônicas Minhas

A Crônica de uma Coruja
por Felipe Amaral

Não sabia bem por que vivera assim tanto tempo sem se dar conta que era humano, mas em corpo de coruja. Sobrevoou o mercado e pensou em ir às compras. Mas, aí, deu-se de novo que era uma ave e que aves não costumavam fazer compras em mercados. No máximo, em florestas fechadas! Sua passada encarnação talvez tivesse lhe sido mais confortável. Lembrar ser humano e achar-se em corpo de ave não era algo muito salutar para o seu ego. Queria se libertar desse pesadelo, mas não achava oportunidade para tal. Nem jeito, diga-se de passagem! Olhou para baixo e viu as pessoas passando. Pensou que era uma delas. Indo à escola ou ao trabalho: coisas frívolas da vida terrena dos seres humanos. Tornou à sua condição de coruja mentalmente outra vez e lamentou ter tido só um leve lapso de momento. Queria falar, não dava. Queria fazer coisas que humanos fazem, mas nada lhe era possibilitado. Uma prisão. Merecera? Ninguém saberia explicar-lhe tal. Respostas não havia. Havia uma condição insólita e fim. Daqui a pouco iria começar a chover. Voara para se abrigar debaixo das árvores frondosas que ainda escapavam aos cortes contínuos perpetrados por homens maus na cidade grande. Quando chegou ao lugar desejado, acordou. Era mais um daqueles sonhos de coruja mesmo e só. Ainda continuava uma coruja...

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