sábado, 26 de março de 2016

Claridades de efusivo refulgir de vivo gozo - por Felipe Amaral



Claridades de efusivo refulgir de vivo gozo
por Felipe Amaral

Caminhava em desmedida carreira e o globo,
A fitar a luz da existência que almejava,
Abria-se todo para reter, em vívido “afobo” (^),
O menor raio do alvor que já brilhava.
Prazer em plectro de poesia celestial.
Anjos que cantam o doce das melodias brancas.
O visceral sentimento súbito e transcendental
Que revigora os sonhos e as opiniões mais francas.
Vida que goza a claridade eterna
Num bulício de ímpeto brusco e sobre-humano.
Claros veios de sóis sem o calor-caserna
Que incendeiam a alma do frígido ardor palaciano.
Passos à procura do fúlgido e são matiz
Das formas alvi-sidéreas da felicidade.
Anos de busca. Calmas horas de expectativa feliz
Invadindo o riso dos lábios da eternidade.
Meses de um incentivo ainda mais clari-luzente
Voltado para os oníricos dons da fantasia
Que se mostra real ante um cintilar patente
De lírios que infestam o descampar da serrania.
Amor em haustos de princesa loira.
Miscibilidade dos néctares do luar.
Inflorescência espiritual que doira
O arcano do amor puro que orna os umbrais do lar.
Mares de água cândida e límpido prodígio
De quimeras que se fazem valer dentro do eu,
Iluminando a atmosfera interna, sem litígio,
Clarificando o espírito e alçando a alma ao apogeu.
Clímax da trama vital de existir nivoso
Na brancura da clâmide láctea do riso.
Hora tranquila das manifestações do gozo.
Brisa prazenteira que penteia os cabelos de Narciso.
Longa jornada do enlevo que anima o peito.
Nascer de faustos em ávidas celebrações.
O alvor das primaveras nos campos em que me deito
Para fazer repousar devaneios e paixões.
O enamorar sem dor, sem hora de partida.
Um céu em flor. Um rio de brancas flores raras.
Alumbramento sem ilusões na vida.
Doce milagre que reaviva emoções já claras.
Embevecimento de proporções sem conta
No coração das intenções do gozo
Fazendo pulsar rios de desejo em monta
Descomunal que liberta um mar já caudaloso.
Inspirações sobrenaturais que bailam à roda
Dos pensamentos poéticos da criatividade.
Loucuras sãs da mente universal à moda
De bardos alados sobre nuvens de perpetuidade.
Danças de frêmitos audazes de prazer
Sempiterno que exala o néctar da ambrosia
Que fortalece o poeta em seu fazer
De santo artista que em rimas se extasia.
Estremecimentos de origem não contada
Que logram o êxito de tornar viçosa
A vida da célere nota executada
Pela “corda” vocal da boca mais jocosa.

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