Na
Casa Malassombrada
1
Fui
convidado a entrar
Numa
casa diferente,
Reparei
que havia gente
Demais
naquele lugar,
Porém,
não quis questionar
Como
a casa era encontrada,
Vez
por outra, “entupetada”
E,
outra vez, vista vazia,
Num
mesmo instante do dia,
Qual
coisa malassombrada...
2
Quando
eu decidi ficar
Morando
naquele canto,
Tive
por demais espanto,
Quando,
só, via me achar.
Via
rede a balançar
Sem
ter ninguém na danada,
Cadeira
sendo arrastada,
Cama
afundando e sofá
E
pensei que a casa lá
Fosse
sim malassombrada.
3
Ouvia
riso sem gente,
Grito
sem ninguém que grite,
Assovio
que se emite
Entre
platéia somente.
Vi
na janela, de frente
Do
quarto, uma mão sem nada,
Dando
sinal de chamada,
Mas,
quando eu fui atender
Não
mais a consegui ver
Na
casa malassombrada.
4
Se
eu ia tomar café
Algo,
de mim, vinha atrás
E
tirava a minha paz,
“Aprontando”
por má-fé...
É
que, enquanto eu tava em pé,
Preparando
na bancada
Um
ovo, uma “malassada”,
Meu
café era engolido
E
eu ficava aborrecido
Co'a
ação malassombrada.
5
Se
eu ia assistir TV,
Sofria
e passava mal,
Que
algo mudava o canal,
Só
pra causar fuzuê.
Naquele
teretetê,
Era
eu sentado, e a danada
Da'assombração,
por piada,
Trocando
o canal botado
E
eu findava revoltado
Co'a
coisa malassombrada.
6
Pegava
um livro pra ler
E
um se danava a falar,
“Zumbizar”,
cantarolar,
Assoviar
e bater.
E,
se eu pedia pra ter
Silêncio
ali na morada,
O
espanto dava lapada
Que,
lá de fora, se ouvia
E
eu me irritava e não lia
Na
casa malassombrada.
7
Ia
à varanda pra ter
Um
descanso disso tudo,
Mas
um espanto abelhudo
Começava
a me ofender.
Xingava,
sem ninguém ver
De
onde a fala era emanada
E
eu saía da sacada
Pra
ir pra o quarto dormir,
Mas
não deixava de ouvir
Essa
voz malassombrada.
8
Quando
deitava na cama,
Pra
ver se dava um cochilo,
Eu
me sentia intranquilo,
Pois
continuava o drama...
O
espanto seguia a trama
Rindo,
fazendo zoada,
Puxando
a cama forrada
E
o lençol que me cobria
E
eu levantava e saía
Da
casa malassombrada.
9
Quando
ao lar eu retornava,
A
coisa estava mais calma,
Nenhum
barulho de alma
Na
morada eu escutava.
Ia
dormir, pois achava
Aquela'hora
apropriada,
Mas
sonhava co'a zoada
Da
fantasmada arredia,
Que,
só assim, eu dormia
Na
casa malassombrada.
10
Por
fim, acabei saindo
Daquela
“casa-fantasma”,
Já
maluco e de alma pasma,
Porém
me curei partindo.
Hoje
relembro, sentindo
A
coluna arrepiada,
Daquela
casa enfezada
E
me entrego a juras tais
De
não voltar nunca mais
À
casa malassombrada.
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