Boatos
que o povo conta III
1
Uns
dizem que um chupa-cabra,
Que
engole igual sucuri,
Percorre
sítio em Tabira,
Pulando
feito saci.
Eu
escuto, e me admiro,
Que
é dentudo igual vampiro
E
funéreo igual zumbi.
2
Até
viu-se aparição
Do
que o povo chama UFO
E
de uns ET's linguarudos
Dando
cuspida e barrufo.
Tem
gente até que acredita,
Mas
vendo'a'história esquisita,
Eu
de incerteza me estufo.
3
Um
dia desses, um mando
Tava
espalhando um auê
De
que a Rua 27
Tava
cheinha de ET.
Mas
deu-se que o relatado
Havia
sido inspirado
Num
boato da TV.
4
Houve
também uma troça
Que
um tal disco voador
Tinha
descido no sítio
De
Geraldo Trocador –
Que
nega veementemente
Que
o disco até puxou gente
Pr'um
teletransportador.
5
Assis
Brejinho inda alega
Que
viu descer um corisco
Do
céu e cair na roça
De
Geraldo, e deixar risco.
Ele
jura, atesta e firma,
Mas
isso ninguém confirma
Pra
se afirmar que era um disco.
6
Nego
Orácio não quer ver
Mais
ET do cabeção
Rodando
no sítio seu
E
assombrando a região,
Que
se assustou, certa vez,
Ao
ver saindo uns ET's
Daquela
nave do Cão.
7
Caso
de ET em Tabira
É
papo que causa entrave.
Tem
gente que leva a sério;
Gente
que diz não ser grave.
Certo
é que, ante o fuzuê,
Gente
afirmou ver ET
Já
saindo até da nave.
8
O
que me deixa intrigado
É
que o povo, por enquanto,
Não
resolveu se o capeta
Está
por trás desse espanto.
Um
diz que é ET – e eu temo –
E
outros, que é coisa do Demo,
Mas
nada disso eu garanto.
9
Mudando
de assunto... Tem
Um
assombramento brabo
Lá
no quartel da polícia
Que
assusta soldado e cabo.
Chamaram'até
exorcista
E,
hoje, o sargento, otimista
Diz
ter expulso esse diabo.
10
Já
lá no Lar do Idoso,
Na
conversa, o povo pasma.
Que
uns dizem ter escutado
Gargalhada
de fantasma
Rondando
aqueles recintos.
E
uns vêem vultos distintos
Cobertos
de ectoplasma.
11
A
coisa no hospital
Não
é muito diferente.
Tem
um espírito de um médico
Ali,
atendendo gente.
E,
por faltar médico lá,
Exorcizá-lo
não dá,
Nem
há quem ouse nem tente.
12
No
Espetinho tem fantasma,
No
Sandubão também tem .
E
na Praça Pedro Pires
Aparece
alma do Além.
É
um espanto esta gleba,
Que
até no Motel de Séba
Tem
malassombro também.
13
Os
assombros de Tabira
Não
tem quem “fébe” reprima:
Alma
atrás, alma na frente;
Alma
embaixo e alma em cima;
Alma
fria e alma quente;
Alma
de bicho e de gente,
Das
quais ninguém se aproxima.
14
É
a zoada na rua
E,
em meio ao balacobaco,
Surge
fantasma de gente
Que
já entrou no buraco.
Briga
de alma penada
E,
se a polícia é chamada,
Não
acha onde é o “barraco”.
15
Tem
alma que, lá na praça,
Gosta
de bater um papo.
Vulto
que dá assovio,
Vulto
que imitador de sapo
E
vulto sujo, briguento
Que
passa rápido igual vento,
Dando
no povo sopapo.
16
No
beco de Pergentino
Tem
alma que se “entramela”
No
meio do pessoal
Que
anda naquela viela.
Dá
rasteira e empurrão,
Puxão
no pé, beliscão
E
o povo cai na'esparrela.
17
E,
na hora do espanto,
Não
existe esse robusto
Que
enfrente qualquer peleja
Sem
prejuízo e sem custo,
Que
lutar contra fantasma
Ou
dá um surto de asma
Ou
mata o cabra dum susto.
18
No
Curral do Gado mesmo
Chegou
uma aparição.
O
povo correu gritando,
Pisando
os outros no chão.
E
ninguém quis expulsar
A
alma desse lugar,
Com
medo da'assombração.
19
Já
o dito Poço Escrito
Tem
fantasmada a rojão.
Alma
que voa pra cima,
Alma
que voa pro chão.
É
coisa de dá chilique.
Não
há quem danado fique,
À
noite, na região.
20
Lá
mesmo na Aroeira,
Não
gosto de olhar os poços.
Que,
à noite, eu fui pegar água
E,
após reparar uns troços,
Vi
um bicho se bulindo,
Era
um esqueleto vindo,
Do
corpo só tinha os ossos.
21
E,
já na Fazenda Nova,
Eu
parei ali na beira
Do
açude pra pegar água
E
vi surgir na ladeira
Uma
caveira dançando.
Todinha
se requebrando
A
“infiliz” da caveira.
22
É
coisa que não se acaba
Visagem
de coisa estranha.
Na
estrada da borborema
Tem
um vulto que acompanha
O
povo que anda de moto,
Porém,
quando eu vou, não noto
Essa
visagem “tacanha”.
23
Uns
dizem que em Campos Novos
Tem
um espírito escondido
De
um corpo mal enterrado
Que,
depois de falecido,
Veio
acertar umas contas.
No
entanto, só causa afrontas,
Em
casa de conhecido.
24
É
coisa muito esquisita
Essas
tais assombrações.
O
cabra fica intrigado
E
não acha soluções.
Penso
que tudo é capeta,
Que,
no fim, só o canheta
Gosta
dessas armações.
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