domingo, 31 de maio de 2015

Soneto de Lutuoso Plectro - Felipe Amaral

Soneto de Lutuoso Plectro 
Felipe Amaral

I
No chão fétido de atro mausoléu
Vejo bichos gosmentos rastejantes.
Passam vultos escuros crocitantes.
O negrume da noite toma o céu.

Uma chama tremula no escarcéu
Lutuoso de espirros e rompantes
De "deploros (^)" e vozes soluçantes
Ante o féretro envolto em negro véu.

Ri a morte ao fitar do morto a face.
Uma rasga-mortalha, o desenlace
De alma e corpo, celebra em voz que arranha.

Eis um corvo imponente sobre a tumba.
Frente a tudo não há quem não sucumba
À tristeza que o óbito acompanha.

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