Soneto de Lutuoso Plectro
Felipe Amaral
I
No chão fétido de atro mausoléu
Vejo bichos gosmentos rastejantes.
Passam vultos escuros crocitantes.
O negrume da noite toma o céu.
Uma chama tremula no escarcéu
Lutuoso de espirros e rompantes
De "deploros (^)" e vozes soluçantes
Ante o féretro envolto em negro véu.
Ri a morte ao fitar do morto a face.
Uma rasga-mortalha, o desenlace
De alma e corpo, celebra em voz que arranha.
Eis um corvo imponente sobre a tumba.
Frente a tudo não há quem não sucumba
À tristeza que o óbito acompanha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário