segunda-feira, 25 de maio de 2015

Horror Na estrada 4 – Por Felipe Amaral

Horror Na estrada 4 – Por Felipe Amaral

I

Sempre fui de passear

Pra aliviar a tensão.

Gosto de olhar as pessoas

Que também passando estão.

Percorro longas distâncias,

Procurando aproveitar

Tais momentos de lazer

Sem com nada me importar.

Penso ser um andarilho

Que perdeu a direção.

Finjo ser outra pessoa.

E, assim, galgo a condição

De poder satisfazer

Meu ser, que vive a encontrar

Muito em meu cotidiano

Que chega a o inquietar.

Fato é, que sempre utilizo

Essa minha distração,

De andar por extensas ruas,

Como uma medicação

Contra o marasmo da vida

Que tanto vem me ofertar

Impaciência e tristeza

Ou outro mal similar.

II

Mas, estando preparado

Pra mais uma diversão,

Sobreveio, certo dia,

Uma estranha sensação...

Deixou-me meio propenso

A pensar coisas sem par

E eu me vi aperreado,

Mas parti e fui andar.

O céu estava nublado.

Dando uma forte impreessão

Que fosse chover, tão logo

Desse (´) movimentação

Às minhas tão magras pernas,

Porém não quis hesitar

Em dar início à mais uma

Caminhada salutar.

Mas umas ideias bobas

Vinham à imaginação

E não me deixavam ter

Paz em minha distração,

Então comecei a ver

Algo com que me importar

Quando me vi dominado

Por pensamentos sem par.

Pensei estar sendo visto

Por uns, na ocasião,

De atra pele descarnada

E essa revel impressão

Perdurou por longo trecho,

Mas não podia avistar

Pessoa alguma me olhando

Em todo aquele lugar.

Depois vi-me atormentado

Por uma vil sensação:

É que, quando eu me movia,

Tinha uma forte impressão

Que umas mãos em mim tocavam

E apalpavam sem parar

Pra logo após começarem

A me empurrar e espancar.

Até caía no solo

Quando insistia, em razão

De à minha sã caminhada

Dar sã continuação.

Algo me lançava contra

As paredes do lugar

Ou me jogava no mato

Que lá'stava a margear.

Certo é que me constrangia

Co'a dada situação.

Todavia percebia

Que ninguém, na extensão,

Toda do lugar passado,

Algo notava, apesar

Das minhas quedas constantes,

Quando insitia em andar.

III

Era pensar em besteira,

Um troço estranho em questão

Ocorria pra aumentar

Minha forte apreensão.

Não controlava os meus ânimos

Diante do ato invulgar...

Até que me decidi

A parar e me sentar.

Sentei-me ali em um banco,

Mas tive a clara impreessão

Que algo sentou-se comigo

Na devida ocasião.

O caso é que eu fiz de tudo

Pra tentar me desviar

Dessa impressão que me havia

Tomado em dado lugar.

Fiz um esforço tremendo

Pra esquecer a sensação.

Mas, quanto mais ignorava,

Mais sentia apreensão.

Não havia o que fazer.

Não adiantava apelar

Pra coisa alguma diante

De algo tão particular...

Foi "aí" que me lembrei

Que um amigo de um irmão

Morava perto dali

E então fui em direção

Da casa do tal amigo

Pra tentar me dispersar

De toda aquele empecilho

Que impedia de estar

Tranquilo naquele dia...

Parti sem mais me importar

Com nada que ali tentasse

Evitar-me de chegar

Em tal lugar pretendido

Por minha obstinação.

E, a quedas e levantadas,

Cheguei à habitação.

IV

Bati na porta ligeiro

E ouvi alguém a chegar

Próximo a mesma pra vir

Atender-me no lugar.

Mas hesitou e voltou

De onde parou, por razão

Que eu, ali, desconhecia.

E eu fiquei sem condição

De efetuar algo rápido

Pra conseguir provocar

Um retorno da pessoa

Pra me recepcionar.

Bati, bati e gritei

Em tal localização.

O povo nada escutou

Em toda aquela extensão.

Era estranho não notarem

A minha exasperação!

Vendo que nada podia

O caso solucionar,

Parti de volta à estrada

Para, enfim, continuar

A caminhada e poder

Chegar ligeiro ao meu lar.

V

Vendo que as quedas pararam

E os empurrões, apesar

De eu não haver feito nada

Pr'aquilo tudo sanar,

Apressei, então, o passo,

Com grande convicção

Que fosse ver, sem demora,

Minha bela habitação.

Queria tomar um banho

E logo após me deitar

Pra esquecer tudo aquilo

Que veio a me aperrear,

Mas, foi só eu pensar nisso,

Pra o troço virar no Cão.

Apareceram uns vultos

Em dada situação

E começaram a vir,

Em brados, me aporrinhar.

Sobrevoando-me o ser,

Querendo me atrapalhar

Pra que eu, ali, desistisse

De dar continuação

À caminhada apressada

Que impreendia desde então.

VI

Passados alguns instantes

Naquele imbróglio sem par,

Eu já estava parado,

Não conseguia voltar

A caminhar, pois que os vultos

Vinham, em forte agressão,

Contra a minha alma indefesa,

Causando-me atra tensão.

Aparecendo uma ave

De um aspecto singular,

Um lobo uivou logo ali

E um rosnado irregular

Começou a ser ouvido

Naquela imediação.

Coisa pra lá de esquisita.

Fato sem explicação.

Havia uns olhos me vendo

E uma risada a soar,

Enquanto ainda arriscava

Uma andada devagar.

Quando não mais aguentei,

Corri, em grande aflição.

Gritei, gritei, mas ninguém

Ouvia, na condição,

Meus gritos de desespero

Dados naquele lugar.

Achava-me em um inferno
Sem ver mais como escapar...

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