segunda-feira, 30 de abril de 2012

Poema ao Gozo da Noite - em oitava-rima

Poema ao Gozo da Noite

1
A noite hoje nos convida
A vivermos nova vida
Que a pura paz consolida
Como a luz que não definha.
É o prazer que nos chama.
O riso de quem nos ama.
O alento dessa flama
Que no coração se aninha...
2
O segredo que convinha
Desvendar a cada linha
De assunto que se avizinha
Aos ouvidos já atentos.
Esse fervor nos atiça.
Esplendor que nos ouriça!
A vida que faz justiça
Aos nossos seres sedentos.
3
Sintamos nós esses ventos
Que fogem dos nevoentos
Céus e trazem adventos
De uma alegria sem fim.
O fulgor que nos cativa.
O “vivor” que nos aviva.
A pulsação convulsiva.
E um fim pra todo esse esplim.
4
“A lua cor de marfim”.
O perfume de jasmim
Que toma todo o jardim.
E o firmamento que traz
A brisa que nos liberta,
O sopro que nos oferta
A força que em nós enxerta
Uma overdose de paz.
5
Tudo vivo. Tudo assaz
Inspirador e capaz
De nos fazer ir atrás
De mais do melhor que existe.
Um calor que nos impele
A dançar, suar a pele,
Obedecer quem compele
A vida a ser menos triste.
6
Um voejo em cada alpiste.
Uma sensação que insiste.
A emoção que persiste
Em fazer-nos jubilar.
O teor dessa energia
A nos doar alegria.
Grande torpor que extasia:
É Deus que vem nos tocar!
7
O som das ondas do mar.
A branca cor do luar.
A amplidão do lugar.
O coração que se apraz.
O prazer que nos destina
A’um porvir que nos inclina
A ir até a marina
Contar os barcos do cais.
8
Alvores celestiais.
Resplendores divinais.
Refulgências siderais
Que bailam soltas no ar.
O impulso que nos povoa.
A música que o vento entoa.
A mão que nos abençoa.
Luz que ilumina o olhar.
9
Tudo é belo e salutar.
A ventania a cantar
Nos faz correr e pular
De alegria em meio à praia.
O peito se robustece.
E a felicidade aquece
A alma que se oferece
Pra que a maré a distraia.
10
Borda branca de cambraia.
Curvas de mulher em saia
Feita da canga, que espraia
Os seus traços femininos.
Lábios que aprisionam lábios.
Ressábios. Doces ressábios!
Volúpias que fazem sábios
Perderem-se em desatinos.
11
Os mais sortudos destinos.
Foz dos prazeres mais finos.
Voz dos melhores ensinos.
Brilho dos olhos do céu.
Remanso do mar da paz.
Descanso santo que apraz.
Som divino que não traz
Inquietações e escarcéu.
12
Iluminuras de véu
Celeste voando ao léu.
Felicidade de ilhéu
Que avista o barco a chegar.
O frio que alivia a alma.
A ventania que acalma.
Vida vivida sem trauma.
Vontade de gargalhar.
13
Marulho da’água do mar.
Silêncio vindo ecoar
Em cada canto do lar.
Prodígios de Deus que dão
Sossego ao impaciente,
Nova saúde ao doente
E, para o ser descontente,
A plena satisfação.
_Autor: RF Amaral_
_____________________

Nenhum comentário:

Postar um comentário