Poema ao Criador – Canto I
1
Ó Deus de poder
infindo,
Minha alma por ti
suspira.
Dá-me um verso
"escol" e lindo
Que o dom perenal
inspira.
Doa-me estímulo sem fim.
Procura achegar-te
a mim,
Supremo Deus
imutável,
Pra que eu tua voz
escute
E, assim,
minha'alma desfrute
Da'inspiração
infindável.
2
Tu que és o
insofismável
Criador do
universo.
Deus de força
imensurável,
Abençoa este meu
verso...
Vê, Senhor, o
quanto almejo
Apresentar-te o
versejo
Que da minha pena
emana.
Porém, só não terá
fim
Se tu, ó grande
Eloim,
Tocares minha'alma
humana.
3
Meu ser agora se
irmana
Ao teu Ser, ó
grande Deus.
Livra-me da frase
insana
Permear os versos
meus.
Eu sou teu servo e
te peço
Perdão por todo
insucesso
Que tive em minhas
ações.
Toca meus olhos,
meus lábios.
Faz-me como os
santos sábios
De inefáveis
visões.
4
Dá-me as mais
belas canções,
Os mais belos
pensamentos
Pra que, em
elucubrações,
Realize os meus
intentos.
Ó onipotente Rei,
Inspira-me hoje,
pois sei
Que só tu podes
fazer
Com que eu exulte
feliz
Ao ver, como antes
já quis,
A minha obra se
erguer.
5
Tu que tens todo o
poder
Nos céus e na
terra, vem,
Toca profundo o
meu ser,
Pois tua'unção me
faz bem.
Ilumina, ó Deus de
paz,
De uma maneira
vivaz
Meu limitado
intelecto
Para que eu possa
cantar
A canção mais
singular
De um
"escol" e puro aspecto.
6
Simples é este
prospecto
De propaganda
divina,
Mas é livre do
infecto
Orgulho que ao mal
atina...
Sei que não sou
nada e quero
Empreender o que
espero
Poder com fé
construir...
Mas é que sou
insistente!...
Porém,
confiantemente,
Eu sei que irei
conseguir.
7
Ajuda-me hoje a
seguir
Pelas vias
divinais
De um dom que é
qual elixir
Que nutre os
versos primais,
Os quais dão
origem certa
Ao poema audaz que
oferta
Ao ser um toque do
céu.
Ó Deus, a vida te
canta.
Dá-me o dom que me
acalanta,
Que ele há de ser
meu troféu.
8
Venho a ti sem
escarcéu
Pedir com zelo e
fervor
Para cobrires co'o
véu
Da paz meu verso
de amor.
Não deixes, Deus,
que eu me sinta
Sem a condição
distinta
De escrever este
poema
E alfarrábio qual
baú;
Trabalho no qual
és tu
O principal e
único tema.
9
Aniquila o vil
problema
De haver
"bloqueio mental"
Que me ponha em um
dilema
Que venha a me
fazer mal...
Ó Deus, faz-me não
chorar
Por não poder
acabar
Esta obra que eu
inicio.
Dá-me um gole do
teu estro
Pra que eu possa
achar-me destro
Para exarar o que
crio.
10
Eis o dia que
anuncio
Como sendo o meu
primeiro,
Visto que nele
hoje eu fio
Um trabalho
verdadeiro.
Grande Senhor, vê
que obra!
Consente tu que a
manobra
Perfeita por mim
se faça.
Não deixes, Pai,
que eu lamente.
Enche tu continuamente
Este poema de
graça.
11
Faz com que eu
beba da taça
Do vinho
da'insuflação
Infinita que
ultrapassa
Os limites da
razão.
Iavé, leva-me ao
teu
Lar para que o
verso meu
Não seja
denominável...
Que não haja nele
abalo
E só ousem
compará-lo
A algo
incomensurável.
12
Que ele seja
admirável,
Pois ele de Ti
provém:
Não é meu este
insondável
Dom que me leva ao
além.
Iavé, és tu meu
Guia
Na'estrada da
poesia
Onde intentei
caminhar.
Minha inspiração
Tu és,
Por isso eu venho
aos teus pés
Para poder te
adorar.
13
Queiras tu, Deus,
colocar
Tua mão sobre o
meu ombro,
Ainda que venha
alçar
Ela, em mim, um
grande assombro...
Quero sentir o teu
toque,
Embora até me
coloque
À disposição do
medo.
Todavia, ainda
almejo
A tua unção e
desejo
Não guardar nenhum
segredo.
14
Viso correr no
arvoredo
Propagando o que
fizeste.
Bradar de um alto
rochedo
E andar de leste a
oeste,
Norte a sul
dizendo tudo
Que vi, tendo por
escudo
Tua Palavra fiel.
Irei às
extremidades
Do mundo sem
vaidades
Pregando o Deus de
Israel.
15
Tu, que és escudo
e broquel
E o Autor da
criação,
Doas-me o maior
laurel,
Que é o dom da
salvação.
E agora me
inspiras tanto
Que em mim causas
um quebranto
Que inquieta a
minha alma.
Mas esse
quebrantamento
Traz-me o
arrependimento
E o perdão que me
acalma*.
(*"acalma"
está concordando só com "perdão")
16
Adoro ao Senhor
com palma.
Canto com todo o
meu ser.
E, sem trauma, mas
com calma,
Entrego a Ele o
viver.
A todos eu digo
agora:
É feliz o ser que
adora
O Senhor
Onipotente!
Ó Deus, eu propago
a tua
Palavra que em mim
atua
E me faz um ser
contente.
17
Levo-te diariamente
Dentro do meu
coração.
Ó Deus zeloso e
valente,
Pai Doador do
perdão.
Diante disso, eu
te imploro -
Porque é por Ti
que eu choro -
Dá-me insuflação
infinda
Para que eu te
compreenda
E expectativas
atenda
Nesta minha obra
tão linda!
18
Almejei sempre
"essa" vinda
De inspiração tão
vivaz
A qual de Ti é
provinda
E a minha'ânsia
satisfaz...
Hoje eu peço,
brado e grito,
Suplico pelo
bendito
Estro que pode
insuflar
Meu ser e
"fazer-me" todo
Propenso a vir com
denodo (^)
Glorificar-te ao
versar.
19
Bom é poder
jubilar
Diante de Ti, meu
Pai.
E, após, com fé,
levantar
Um louvor santo
que sai
De dentro do
coração
E soa sem
distorção
No recinto onde é
alçado,
Para que chegue
aos teus ares
E nos celestes
lugares
No tempo
determinado.
20
Ó Deus, tu que
tens cuidado
De mim de forma
tão pura,
Ante a água, ergue
o cajado
E me livra
da'amargura
Que às vezes quer
me amarrar,
Oprimir e encarcerar
Nas grades da
agonia...
Hoje, eu te
suplico, toca
Na minha mente e
coloca
Em mim estro e
alegria.
21
Deus, a tua
companhia
É para mim qual
alento
Que dirime a
nostalgia
E me arremessa no
vento
Do plectro mais
fumegante,
Brusco, intenso e
cintilante
Qual ciclone
impetuoso.
Ó majestoso
Senhor,
Abençoa este labor
Para mim tão
precioso.
22
Eu não me faço
orgulhoso
Por motivo de hoje
alçar
Verso tão
maravilhoso
Provindo do Deus
sem par.
Eu oferto este
poema
Belo e que tem
como tema
A exaltação divina
A todos para que
olhem
Que os bons são os
que escolhem
Seguir a Santa
Doutrina.
23
Vejo o Deus que me
ensina
Qual o caminho a
seguir,
Soprando a fria
neblina,
Fazendo a chuva
cair,
Bradando e, assim,
abrindo
Rochas num caminho
infindo
Que insiste em
perpetuar...
É grande esse Deus
tão forte
E pode livrar da
morte
Todo o que "a
Ele aceitar".
24
Deus Pai começa a
falar
E a montanha,
então, se abre;
E o seu tão
cortante olhar
Penetra mais do
que sabre.
Ele bebe a chuva
fina;
Duas de uma só
colina
Ele faz, partindo
ao meio
Aquela que, antes
inteira,
Completando a
cordilheira,
De nada tinha
receio.
25
Daqui vejo um lago
cheio
E pequenas ondas
fracas.
Porém, vindo um
vento alheio
A tudo arranca as
estacas
Que contornavam,
no'esmero (^)
Das tardes sem desespero,
O lago belo e
pomposo.
Deus nesse vento
aparece
E esfria o sol que
aquece
Aquele solo
garboso.
26
Oro pra que o
venturoso
Dom de Deus em mim
atue.
Lance-me o sabor
ditoso
Que em meu
"eu" se perpetue...
Cada verso meu
pressente
Que o toque de
Deus consente
Que eu possa
emanar essência,
A qual estimula os
seres
E os preenche dos
prazeres
Da celeste
residência.
27
Peço a Deus
a'inteligência
Divina,
"inspiracional",
Leve, pura; e a
ciência
Da arte
sentimental,
Que é para eu ver
se consigo...
Sim... Se com tudo o
que digo
Conseguirei
provocar
Sensações
emocionais,
Poéticas e
divinais
Naquele que me
escutar.
28
Não é de se
admirar
Que eu insista
tanto assim
Pra que Deus venha
tocar
Meu "eu"
que, "dentro de mim",
Vagueia em busca
de mais
Insuflações
magistrais
As quais me fazem
poder
Enxergar o
invisível,
Expressar o
"indisível"
E preencher o meu
ser.
29
Bom é poder
entender
O que diz o
oceano;
O que fala o meu
viver;
E o que canta o
ventre humano.
Deus Pai, olha
para mim,
Por que o teu
olhar, assim
Que me almeja, eu
fico bem
De saúde e poesia,
Decantando a brisa
fria
Que me acalanta
também.
30
Tua voz ressoa
além
Das montanhas, ó
Senhor,
Qual maré num
vai-e-vem
Perante todo o
verdor
Do matagal
radiante,
Inspirador,
excitante,
Bucólico e de tom
suave.
Só tu és a
"força-máter"
Que lapida o meu
caráter
Ao quebrar
qualquer entrave.
31
Eu te dei a áurea
chave
Do meu peito
quebrantado
E fui liberto qual
ave
Que voa perante o
prado.
Sou agora um despenseiro,
Servidor e
apregoeiro
Da verdade
divinal.
Sou teu e tu és
meu Pai.
Ó Deus, grandioso
Adonai,
Estou liberto do
mal.
32
Contemplo a
fenomenal
Obra que em mim tu
fizeste.
Vejo que o que era
banal
Desprezaste e não
quiseste.
Operaste de tal
forma
Que aquela vil
plataforma
Da'idolatria esmiuçaste.
Transformaste-me
no novo
Ser, que, agora,
ante um vil povo,
Divulga o que lhe
ensinaste.
33
Qual uma rede de arraste
É o mal que há no mundo.
Mas desse mal me livraste
Para que eu viva um fecundo
Viver a ti reservado
E em ti fundamentado,
Repleto do amor vivaz...
Minha vida era mesquinha.
Antes a paz eu não tinha,
Mas agora eu tenho paz.
34
O Senhor me satisfaz
Com seu poder imanente
De me fazer eficaz
Mental e corporalmente.
E pela graça dos céus,
Eu não vivo “aos emboléus”,
Mas de forma santa e justa.
Deus me ensinou a viver
E agora eu posso dizer
Que o Diabo não mais
me assusta.
35
A tua glória é augusta,
Ó Onipotente Deus.
Tua virtude robusta
Realiza os planos teus.
Força, ousadia, honra e luz,
Poder que o amor produz
São a base do teu trono.
És a justiça, a verdade,
Perfeição e santidade,
Porque do’universo és dono.
36
Não deixas no abandono
Aquele que em ti confia.
És segurança no sono,
No’escuro, és luz que irradia
A perfeita florescência,
Que és tu a fonte da’essência
Poética e transcendental,
A qual nos faz mais alegres
Para que tu desintegres
Todas as setas do mal.
37
Creio no rei Divinal
Que pinta o painel da’aurora
E do’arrebol colossal
Quando o sol vai-se indo
embora.
Creio nele, que Ele é
Criador e Autor da fé
Que em meu peito faz morada.
É meu resplendor, meu Guia,
Meu Mestre, minha alegria,
Meu transporte e minha
estrada.
_ Autor: RF Amaral _
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