sexta-feira, 20 de abril de 2012

Poema ao Criador - Canto I

Poema ao Criador – Canto I

1
Ó Deus de poder infindo,
Minha alma por ti suspira.
Dá-me um verso "escol" e lindo
Que o dom perenal inspira.
Doa-me estímulo sem fim.
Procura achegar-te a mim,
Supremo Deus imutável,
Pra que eu tua voz escute
E, assim, minha'alma desfrute
Da'inspiração infindável.
2
Tu que és o insofismável
Criador do universo.
Deus de força imensurável,
Abençoa este meu verso...
Vê, Senhor, o quanto almejo 
Apresentar-te o versejo
Que da minha pena emana.
Porém, só não terá fim
Se tu, ó grande Eloim,
Tocares minha'alma humana.
3
Meu ser agora se irmana
Ao teu Ser, ó grande Deus.
Livra-me da frase insana
Permear os versos meus.
Eu sou teu servo e te peço
Perdão por todo insucesso
Que tive em minhas ações.
Toca meus olhos, meus lábios.
Faz-me como os santos sábios
De inefáveis visões.
4
Dá-me as mais belas canções,
Os mais belos pensamentos
Pra que, em elucubrações,
Realize os meus intentos.
Ó onipotente Rei,
Inspira-me hoje, pois sei
Que só tu podes fazer
Com que eu exulte feliz
Ao ver, como antes já quis,
A minha obra se erguer.
5
Tu que tens todo o poder
Nos céus e na terra, vem,
Toca profundo o meu ser,
Pois tua'unção me faz bem.
Ilumina, ó Deus de paz,
De uma maneira vivaz
Meu limitado intelecto
Para que eu possa cantar
A canção mais singular
De um "escol" e puro aspecto.
6
Simples é este prospecto
De propaganda divina,
Mas é livre do infecto
Orgulho que ao mal atina...
Sei que não sou nada e quero
Empreender o que espero
Poder com fé construir...
Mas é que sou insistente!...
Porém, confiantemente,
Eu sei que irei conseguir.
7
Ajuda-me hoje a seguir
Pelas vias divinais
De um dom que é qual elixir
Que nutre os versos primais,
Os quais dão origem certa
Ao poema audaz que oferta
Ao ser um toque do céu.
Ó Deus, a vida te canta.
Dá-me o dom que me acalanta,
Que ele há de ser meu troféu.
8
Venho a ti sem escarcéu
Pedir com zelo e fervor
Para cobrires co'o véu
Da paz meu verso de amor.
Não deixes, Deus, que eu me sinta
Sem a condição distinta
De escrever este poema
E alfarrábio qual baú;
Trabalho no qual és tu
O principal e único tema.
9
Aniquila o vil problema
De haver "bloqueio mental"
Que me ponha em um dilema
Que venha a me fazer mal...
Ó Deus, faz-me não chorar
Por não poder acabar
Esta obra que eu inicio.
Dá-me um gole do teu estro
Pra que eu possa achar-me destro
Para exarar o que crio.
10
Eis o dia que anuncio
Como sendo o meu primeiro,
Visto que nele hoje eu fio
Um trabalho verdadeiro.
Grande Senhor, vê que obra!
Consente tu que a manobra
Perfeita por mim se faça.
Não deixes, Pai, que eu lamente.
Enche tu continuamente
Este poema de graça.
11
Faz com que eu beba da taça
Do vinho da'insuflação
Infinita que ultrapassa
Os limites da razão.
Iavé, leva-me ao teu
Lar para que o verso meu
Não seja denominável...
Que não haja nele abalo
E só ousem compará-lo
A algo incomensurável.
12
Que ele seja admirável,
Pois ele de Ti provém:
Não é meu este insondável
Dom que me leva ao além.
Iavé, és tu meu Guia
Na'estrada da poesia
Onde intentei caminhar.
Minha inspiração Tu és,
Por isso eu venho aos teus pés
Para poder te adorar.
13
Queiras tu, Deus, colocar
Tua mão sobre o meu ombro,
Ainda que venha alçar
Ela, em mim, um grande assombro...
Quero sentir o teu toque,
Embora até me coloque
À disposição do medo.
Todavia, ainda almejo
A tua unção e desejo
Não guardar nenhum segredo.
14
Viso correr no arvoredo
Propagando o que fizeste.
Bradar de um alto rochedo
E andar de leste a oeste,
Norte a sul dizendo tudo
Que vi, tendo por escudo
Tua Palavra fiel.
Irei às extremidades
Do mundo sem vaidades
Pregando o Deus de Israel.
15
Tu, que és escudo e broquel
E o Autor da criação,
Doas-me o maior laurel,
Que é o dom da salvação.
E agora me inspiras tanto
Que em mim causas um quebranto
Que inquieta a minha alma.
Mas esse quebrantamento
Traz-me o arrependimento
E o perdão que me acalma*.
(*"acalma" está concordando só com "perdão")
16
Adoro ao Senhor com palma.
Canto com todo o meu ser.
E, sem trauma, mas com calma,
Entrego a Ele o viver.
A todos eu digo agora:
É feliz o ser que adora
O Senhor Onipotente!
Ó Deus, eu propago a tua
Palavra que em mim atua
E me faz um ser contente.
17
Levo-te diariamente
Dentro do meu coração.
Ó Deus zeloso e valente,
Pai Doador do perdão.
Diante disso, eu te imploro - 
Porque é por Ti que eu choro - 
Dá-me insuflação infinda
Para que eu te compreenda
E expectativas atenda
Nesta minha obra tão linda!
18
Almejei sempre "essa" vinda
De inspiração tão vivaz
A qual de Ti é provinda
E a minha'ânsia satisfaz...
Hoje eu peço, brado e grito,
Suplico pelo bendito
Estro que pode insuflar
Meu ser e "fazer-me" todo
Propenso a vir com denodo (^)
Glorificar-te ao versar.
19
Bom é poder jubilar
Diante de Ti, meu Pai.
E, após, com fé, levantar
Um louvor santo que sai
De dentro do coração
E soa sem distorção
No recinto onde é alçado,
Para que chegue aos teus ares
E nos celestes lugares
No tempo determinado.
20
Ó Deus, tu que tens cuidado
De mim de forma tão pura,
Ante a água, ergue o cajado
E me livra da'amargura
Que às vezes quer me amarrar,
Oprimir e encarcerar
Nas grades da agonia...
Hoje, eu te suplico, toca
Na minha mente e coloca
Em mim estro e alegria.
21
Deus, a tua companhia
É para mim qual alento
Que dirime a nostalgia
E me arremessa no vento
Do plectro mais fumegante,
Brusco, intenso e cintilante
Qual ciclone impetuoso.
Ó majestoso Senhor,
Abençoa este labor
Para mim tão precioso.
22
Eu não me faço orgulhoso
Por motivo de hoje alçar
Verso tão maravilhoso
Provindo do Deus sem par.
Eu oferto este poema
Belo e que tem como tema
A exaltação divina
A todos para que olhem
Que os bons são os que escolhem
Seguir a Santa Doutrina.
23
Vejo o Deus que me ensina
Qual o caminho a seguir,
Soprando a fria neblina,
Fazendo a chuva cair,
Bradando e, assim, abrindo
Rochas num caminho infindo
Que insiste em perpetuar...
É grande esse Deus tão forte
E pode livrar da morte
Todo o que "a Ele aceitar".
24
Deus Pai começa a falar
E a montanha, então, se abre;
E o seu tão cortante olhar
Penetra mais do que sabre.
Ele bebe a chuva fina;
Duas de uma só colina
Ele faz, partindo ao meio
Aquela que, antes inteira,
Completando a cordilheira,
De nada tinha receio.
25
Daqui vejo um lago cheio
E pequenas ondas fracas.
Porém, vindo um vento alheio
A tudo arranca as estacas
Que contornavam, no'esmero (^)
Das tardes sem desespero,
O lago belo e pomposo.
Deus nesse vento aparece
E esfria o sol que aquece
Aquele solo garboso.
26
Oro pra que o venturoso
Dom de Deus em mim atue.
Lance-me o sabor ditoso
Que em meu "eu" se perpetue...
Cada verso meu pressente
Que o toque de Deus consente
Que eu possa emanar essência,
A qual estimula os seres
E os preenche dos prazeres
Da celeste residência.
27
Peço a Deus a'inteligência
Divina, "inspiracional",
Leve, pura; e a ciência
Da arte sentimental,
Que é para eu ver se consigo...
Sim... Se com tudo o que digo
Conseguirei provocar
Sensações emocionais,
Poéticas e divinais
Naquele que me escutar.
28
Não é de se admirar
Que eu insista tanto assim
Pra que Deus venha tocar
Meu "eu" que, "dentro de mim",
Vagueia em busca de mais
Insuflações magistrais
As quais me fazem poder
Enxergar o invisível,
Expressar o "indisível"
E preencher o meu ser.
29
Bom é poder entender
O que diz o oceano;
O que fala o meu viver;
E o que canta o ventre humano.
Deus Pai, olha para mim,
Por que o teu olhar, assim
Que me almeja, eu fico bem
De saúde e poesia,
Decantando a brisa fria
Que me acalanta também.
30
Tua voz ressoa além
Das montanhas, ó Senhor,
Qual maré num vai-e-vem
Perante todo o verdor
Do matagal radiante,
Inspirador, excitante,
Bucólico e de tom suave.
Só tu és a "força-máter"
Que lapida o meu caráter
Ao quebrar qualquer entrave.
31
Eu te dei a áurea chave
Do meu peito quebrantado
E fui liberto qual ave
Que voa perante o prado.
Sou agora um despenseiro,
Servidor e apregoeiro
Da verdade divinal.
Sou teu e tu és meu Pai.
Ó Deus, grandioso Adonai,
Estou liberto do mal.
32
Contemplo a fenomenal
Obra que em mim tu fizeste.
Vejo que o que era banal
Desprezaste e não quiseste.
Operaste de tal forma
Que aquela vil plataforma
Da'idolatria esmiuçaste.
Transformaste-me no novo
Ser, que, agora, ante um vil povo,
Divulga o que lhe ensinaste.
33
Qual uma rede de arraste
É o mal que há no mundo.
Mas desse mal me livraste
Para que eu viva um fecundo
Viver a ti reservado
E em ti fundamentado,
Repleto do amor vivaz...
Minha vida era mesquinha.
Antes a paz eu não tinha,
Mas agora eu tenho paz.
34
O Senhor me satisfaz
Com seu poder imanente
De me fazer eficaz
Mental e corporalmente.
E pela graça dos céus,
Eu não vivo “aos emboléus”,
Mas de forma santa e justa.
Deus me ensinou a viver
E agora eu posso dizer
Que o Diabo não mais me assusta.
35
A tua glória é augusta,
Ó Onipotente Deus.
Tua virtude robusta
Realiza os planos teus.
Força, ousadia, honra e luz,
Poder que o amor produz
São a base do teu trono.
És a justiça, a verdade,
Perfeição e santidade,
Porque do’universo és dono.
36
Não deixas no abandono
Aquele que em ti confia.
És segurança no sono,
No’escuro, és luz que irradia
A perfeita florescência,
Que és tu a fonte da’essência
Poética e transcendental,
A qual nos faz mais alegres
Para que tu desintegres
Todas as setas do mal.
37
Creio no rei Divinal
Que pinta o painel da’aurora
E do’arrebol colossal
Quando o sol vai-se indo embora.
Creio nele, que Ele é
Criador e Autor da fé
Que em meu peito faz morada.
É meu resplendor, meu Guia,
Meu Mestre, minha alegria,
Meu transporte e minha estrada.

_ Autor: RF Amaral _

Nenhum comentário:

Postar um comentário