quarta-feira, 18 de abril de 2012

Poetic-Lit – Tom e Rana – Cordel-Lit

Aviso: Caso haja erros, avisem-me e eu os corrigirei posteriormente. É muito texto. Há possibilidades reais de falhas na escrita. Boa leitura!

Poetic-Lit – Tom e Rana – Cordel-Lit

1
Tom havia convivido
Em tão tranqüilo lugar
Com a Rana muitos anos,
Porém sem deixar notar
A sua paixão por ela,
Que nunca a quis revelar.
2
E não dava pra negar
Que ela também, por razão
De já ter passado tanta
Coisa co'o Tom. Mas, em vão,
Insistia em esconder
Também a sua paixão.
3
Não achavam condição
De virem a revelar
Aquela paixão sentida,
Que, há muito, estava a pulsar
Em ambos os corações,
Mas sem poder se mostrar.
4
Gostavam de passear
Sem “ver” localização
Certa onde fossem parar,
Que encontravam distração
Em cada fala e sorriso,
Seguindo em conversação.
5
Vez por outra uma tensão
“Se dava”, mas sem causar
Qualquer desentendimento
Que viesse a perdurar.
Era só coisa de amigos!
Nada pra se preocupar.
6
As avenidas, o ar,
Folhas caídas no chão
E o sol brando no horizonte
“lhes” deslumbrando a visão.
Tudo até que cooperava.
Só que, ao final, era em vão.
7
Eles pensavam que o não
“Se exporem*” viria dar
Sempre azo àquelas conversas
Tranqüilas num caminhar
Sem as preocupações
Que o amor vem suscitar.
*cuidado! Aqui é infinitivo!
Não “se expuserem”,
Que é futuro do subjuntivo!
Ex. de Inf. pronominal:
“Para eu me expor;
Para tu te expores;
Para ele se expor;
Para eles se exporem).
8
Era mau continuar
Co'aquela situação
De ocultação de um amor
Que, há muito, no coração
Já encontrara lugar...
Mas, exteriormente, não.
9
Seu ofício e ocupação
Era em cafés do lugar.
Ela tinha uns espalhados
Pela “city” e vinha arcar
Co'a responsabilidade
De os tais administrar.
10
Já ele, a gerenciar
A grande empresa do irmão,
Levava todo o seu tempo.
Mas não achava razão
Pra se mal dizer do “trampo”,
Pois não via inquietação.
11
Vivia em reunião,
Isso, quase sem parar.
Ela vivia centrada
Em idéias pra tornar
Inda maior o negócio
Do qual estava a cuidar.
12
Ele conseguiu ficar
Bem de vida por razão
Do'emprego e dos bons negócios
Que, sem ver hesitação,
“Tocava pra frente”, sempre
Obtendo êxito na ação.
13
E a administração
Dedicada e exemplar
Que a Rana desempenhava
“A fazia” prosperar.
E, assim, os dois faturavam
Alto naquele lugar.
14
No fim de semana o ar
Mudava e a ocupação
Ficava de lado pra
Que os dois fizessem questão
De darem continuidade
À “velha” conversação.
15
Pode haver indagação
Sobre o fato de se achar
Sempre tempo pra conversas
Que vinham sempre a tomar
Muito tempo de eles dois
Na'andada pelo lugar.
16
Certo é que o Tom vinha achar
Numa e noutra reunião
Sempre alguém com quem ficar,
Porém, só por diversão
Pra em “uma e outra” noite
Escapar da solidão.
17
Fato era que, em seu colchão,
Várias queriam posar.
Assistentes, empresárias,
Advogadas, que o ar
Das tais reuniões tinham
Um poder de as excitar.
18
Já a Rana, pra'escapar
De uma mesma solidão,
“Se envolvia” com uns caras,
Até de um alto padrão
De moral, mas, ao fim, sempre
Desfazia a relação.
19
Certo era que cada um não
Sabia se nortear
Sem o outro e sua vida
Insistia em lhes mostrar
Que só seriam felizes
Juntos naquele lugar.
20
Então... Deu-se o grande azar
Do Tom encontrar razão
Pra prosseguir num namoro
Com alguém da região
Que, embora não fosse a Rana,
“O amava” de coração.
21
Diante dessa informação,
A Rana não quis mostrar
Que estava ali abalada,
Tratou de ir procurar
Alguém entre os muitos caras
Co'os quais viera a ficar.
22
A Ghy teve o grande azar
De ser a sua opção.
Azar, porque o coitado
Ia pôr o coração
Numa relação sem nada
De sincera relação.
23
A Anne tinha a visão
De vir logo a se casar
Com'o Tom e ele não mostrava
Objeção ao falar
E se metia mais fundo
No que lhe traria azar.
24
Isso, porque, ao se passar
O tempo, a tal relação
Ia ficando mais séria
E a Anne, sem ver razão
Pra hesitar, mais se atinha
Àquilo de coração.
25
Agora, a conversação
Que os dois buscavam levar
Sem “ver” preocupações
Começava a complicar,
Pois nada era mais o mesmo.
Já não dava pra negar.
26
Começaram a pensar
Em evitar que a razão
Que os levava a se encontrarem
Praquela conversação
“Os levasse” novamente
Àquela situação.
27
Então, cada um fez questão
De se desconectar
Do outro, dando desculpas
E evitando se deixar
Em situações favoráveis
Praquilo outra vez se dar.
28
Depois de muito ficar
Distante da relação
De amizade que antes tinha
O Tom viu, pois, que a razão
De se esconder não devia
Mas ter a sua atenção.
29
Mas só que agora a questão
É que estavam pra casar.
E agora? Como fazer
Pra de novo renovar
Os seus laços de amizade
E voltarem a falar?
30
Ele estava num lugar
Distante da região
Onde ele estivera outrora.
E ela também fez questão
De se mudar, só por raiva
Dessa sua decisão.
31
O fato é que aquela ação
De voltar a se encontrar
Com ela o impulsionou
A desistir e deixar
A relação que já vinha,
Há muito, a alimentar.
32
Mas a Rana, ao encontrar
Com ele, viu-se em um vão
De lógica e não pôde achar
Jeito pra, na relação
Em que vivia, botar
Um fim. Ficou sem ação.
33
De surpresa a reação
Dela foi, ao constatar
Que ele agora estava só
E pretendia falar
Com ela no sábado à tarde,
Como sempre, e caminhar.
34
Mas iria se casar
No outro mês e razão
Praquele encontro não viu,
Então decidiu que não
Iria ao local marcado
Praquela conversação.
35
Fim de semana e o vão
Da'ausência dela a ficar
Visível naquele canto
Onde ele quis esperar
“O fez” ficar muito triste
E ele se pôs a chorar.
36
Ante aquilo, quis ligar
Pra ela, que fez questão
De deixar o celular
Bloqueando ligação
Que procedesse do dele.
E ele, assim, tentou em vão.
37
E é o fim da narração,
Visto se verificar
Que a vida real não é
Como os filmes que vêm dar
Razões pra pensar que tudo
Na vida pode mudar.
38
Ele teve que casar
Com a Anne, por razão
De não mais ver a amiga
Pra qual ocultou paixão
Que não devia ocultar...
Mas insistiu nessa ação.
39
A Rana vive em Milão.
Co'o Ghy não quis se casar,
Porém acabou casando
Com um ricão, pra deixar
Claro que não foi amor
Que a fizera isso aceitar.
40
Já que não podia estar
Com quem ama, por razão
De ele também se negar
A fazer revelação
Do amor que tem, pelo menos
Agora vive em Milão!
41
Abastada condição
Tem e não quer se deixar
Hesitar dizer que aquilo
Tudo que tem veio a dar
A ela ao menos conforto,
Mesmo tendo um viver morto
E o seu porvir absorto
Longe de quem quis amar.
_ RF Amaral _

Nenhum comentário:

Postar um comentário