segunda-feira, 23 de abril de 2012

Batalha de Embolador (Escrito Acordelado)




Batalha de Embolador
(Escrito Acordelado)

Refrão meu e quadras minhas:
Meu bem, vem olhar
A praia do Arpoador:
Colibri beijando a flor
Ante a beleza do mar.

1
Se prepare aí, doutor,
Que a minha rima é pesada.
Senão vai levar lapada
De o espinhaço esquentar.
2
A mente está preparada.
Enfrento qualquer peleja.
Que eu não vou dar de bandeja
Glória a quem vem me enfrentar.
3
Esteja ele onde ele esteja,
Cantor não me causa dano.
Que eu meu verso é sobre-humano
E a rima, espetacular.
4
Deixa de espalhar engano,
Que o teu verso não me acoita.
Por que quem se esconde em moita
Não vê o claro solar.
5
Eu vim topar esta “loita”
Sem me esconder do conflito.
Mas, se quer causar atrito,
Eu tô pronto pra brigar.
6
Você não canta bonito.
Nunca prestou. Nunca vence.
A quem a glória pertence
É que se tem que exaltar.
7
Sua fala não convence.
Seu estilo é muito fraco.
Não confiei em seu taco
E nunca irei confiar.
8
Feito um peba num buraco
É você aqui “de banda”.
Se nunca dançou ciranda,
Se prepare pra “dançar”.
9
Você, que não tem demanda
Pra vir “topar” meu fabrico,
Não me amedrontou “um tico”,
Por isso não vai ganhar.
10
Falo de pobre e de rico;
De barão de vagabundo;
De quase tudo no mundo,
Mas tu não “sabe” cantar.
11
Meu conhecer é profundo.
Teu conhecer é mesquinho.
De gênio eu me avizinho,
Você faz é se afastar.
12
Com todos tenho carinho,
Mas com você eu não tenho.
Longe de ti me mantenho,
Que é pra não me misturar.
13
Sempre tive um desempenho
Pelos outros invejado.
Só fica aqui do meu lado
Vate que souber cantar.
14
Você tá adoidado,
Pensando que é eficaz.
O que eu faço, ninguém faz;
Onde estou, não vais estar.
15
Teu verso não satisfaz
A platéia que é seleta.
Que escutar trova incompleta,
Ninguém “se atreva escutar”.
16
Eu prossigo em linha reta,
Mas a tua é tortuosa.
Nem no verso e nem na prosa
Tu “pôde” se destacar.
17
Tudo é fácil pra quem dosa
Tudo como a conta-gotas.
Mas as tuas trovas rotas (^)
Não podem me alcançar.
18
Os rapazes e as garotas
Que escutam, me admiram.
Mas pra fazer que prefiram
Teu verso, isso não vai dar.
19
Bom é que todos confiram
As coisas que você fala.
Porque tudo o que propala
É asqueroso e vulgar.
20
Eu, que tenho uma escala
De valores, não me importo
Com ameaças, que entorto
Quem quer me desconsertar.
21
Boas notícias reporto.
Não gosto de parvoíce,
Mentira, “disse-me-disse”,
Conversa de lupanar.
22
Eu não prezo a “gaiatice”
De gente que se envaidece.
Se conhece, então,“comece
Reconhecer” seu lugar.
23
Tem gente que se apetece
Com ameaças vazias.
Mas suas propostas frias
Não podem me amedrontar.
24
Eu topo todos os dias
Com cantadores ridículos
Que se socam em cubículos
Pra ninguém os criticar.
25
Não erro a citar versículos
Das Escrituras Sagradas;
Incisos de Leis frisadas...
Mas tu não “sabe” os citar.
26
São balelas reputadas
Por conversas desmedidas
Estas tuas desvalidas
Palavras soltas no ar.
27
Minhas frases conhecidas
São respeitadas por todos.
Mas tu só trazes engodos (^)
Em tudo que “vem” falar.
28
Pra limpar “precisam rodos”
Que lancem fora os teus versos.
Que estes teus termos dispersos
Não “dão” pra se apreciar.
29
Conhecimentos diversos
Não são nunca apreciados
Por sujeitos afetados
Propensos a “se orgulhar”.
30
Meus versos são fabricados
Com esmero e com talento.
Mas vate ruim, não agüento,
Que só vêm pra me irritar.
31
Tudo aquilo que comento
Tem dosagem, tem medida,
Mas, quem se dá mal na vida,
Não visa a ninguém prezar.
32
A pessoa envaidecida
É de mim muito diversa,
Pois visa em toda conversa
A ofender quem falar.
33
Uma advertência inversa
Aqui não se faz presente.
Quem é esperto pressente
Quando deve se acertar.
34
Você se mostra contente
Querendo me corrigir,
Mas não sabe dirimir
As dúvidas do seu falar.
35
Quem não sabe admitir
Que vive em erro na vida
Segue em jornada sofrida
E não quer se consertar.
36
Tô bem em minha guarida.
Respeito todos os meus.
Você que implore aos seus
Pra virem “lhe” perdoar.
37
Admoestações de Deus
Eu escuto todo dia.
Mas quem vive de anarquia,
Nem fala em se sujeitar.
38
O justo tem ousadia
De vir na vida a fazer
Todo esforço pra manter
A sua vida no altar.
39
Mas você não quis dizer
Nada que venha propor
Mudança em qualquer setor
Da sua vida vulgar.
40
Não é vulgar meu dispor
Nem chula a minha existência.
Esta tua advertência,
Tu “é” que “tem” que escutar.
41
Tenho plena consciência
Que você enlouqueceu...
Ainda não percebeu
Que és tu quem tem que mudar?!
42
Não menospreze o meu “eu”.
Não diga coisas banais.
Que por frases triviais
Você vai ter que pagar.
43
As danações infernais
Só maltratam quem se porta
Mal como tu... E importa
Que lá você vá queimar.
44
Tu tens a tua’alma morta.
Dá pra ver pelo teu porte.
Nem pense que a tua morte
Pra o céu irá te levar!
45
Eu já tenho o passaporte.
O transporte é o caixão.
E o corpo é hoje a mansão
Que, ao morrer, eu vou deixar.
46
O fogo da perdição
Espera todos que morrem
E ao Salvador não recorrem
Antes de “vir a tombar”.
47
As minhas práticas concorrem
Pra minha demonstração
De que sou salvo... Isso não
Não poderá me assustar.
48
O Reino da Salvação
Será pra os bons e clementes.
Porém as chamas ardentes
Hão de te fazer pagar...
49
Sigamos nós como crentes
Sem julgamentos errados.
Porque só trazem agrados
Os que se podem provar.
50
Há nos Escritos Sagrados
Avisos contra as más práticas.
As punições são dramáticas
Pra quem Deus desrespeitar.
51
Vamos findar as enfáticas
Falas de céu e de inferno.
Pois quem teme ao Ser Eterno
Há de deixar de pecar.
52
Que nós sigamos em terno
Procedimento de amor
Pra gozarmos do Senhor
O Livramento sem par.
53
Quero acabar o labor
Aqui na nossa batalha
Certo e sem cometer falha
Quando ele finalizar.
54
Então esconda a navalha
E o revólver jogue fora
E me cumprimente agora
Pra gente se dispersar.
55
Tá certo, então, nesta hora,
Acabo a rixa da gente.
Você foi inteligente
E eu também fui singular.
56
Que Deus abençoe a gente
E que outra vez nós venhamos
Nos ver de novo e possamos
“Noutra” disputa adentrar.
_ Autor: RF Amaral _

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