quinta-feira, 26 de abril de 2012

Poetic-Lit – A Inconformável Glenn

Poetic-Lit – A Inconformável Glenn
1
A Glenn já tinha vivido
Bastante em, tão esquecido,
Lugar e não tinha sido
Despertada pra pensar
Em sair daquele canto.
Então, sem qualquer espanto,
Teve uma luz e, portanto,
“Resolveu-se a” viajar.
2
Quis procurar um lugar
Que lhe pudesse ofertar
O que estava a procurar:
Alguma oportunidade
De mudar a sua vida,
Já há muito concebida
Como uma coisa vivida
Sem muita felicidade.
3
A Glenn tinha era vontade
De achar-se numa cidade
Cheia da capacidade
De fazê-la mais feliz.
Mostrar-lhe “um outro” horizonte.
Outro viver. Outra fonte
De vivências. Sim, e um monte
De coisas que sempre quis.
4
Chegando, não viu hostis
As ruas, nem pueris
Seus planos, que os juvenis
Viventes dali também
Arquitetavam seus planos,
Com vista a não verem danos,
Visando o prazer que os anos
De juventude detêm.
5
Começou a se dar bem
Quando “se impôs ir além”
E achou um emprego sem
Estresse e desassossego
Numa loja de cd’s.
Sem erros, dúvidas, porquês,
Achou-se a viver de vez
Sem pressa, arranque e ofego.
6
Sem ver “presente de grego”,
Desarranjo ou “desagrego” (^),
Angústias, desaconchego,
Levava a vida na paz.
Gostava da loja. E tudo
Tinha agora um conteúdo
De novidade e agudo
Grau de um conforto que apraz.
7
A vida que satisfaz
Ela tinha agora. Mas
Antes não tivera nas
Paragens onde morava.
Começou a estudar
Ali naquele lugar,
Após se estabilizar,
Próximo de onde trabalhava.
8
Ao centro escolar rumava.
Com muitos já conversava,
Pois com todos se enturmava...
Na verdade, quase todos!
A vida era um paraíso.
A paz ornava o sorriso.
Detinha o que era preciso
Sem se valer de engodos.
9
Não lhe faltavam “denodos”.
Via na vivência os rodos
Que lançavam longe os lodos
Que a pudessem envolver.
Via-se em tudo capaz
Levando uma vida assaz
“Motivante”, sempre atrás
De achar inda mais prazer.
10
Nessa busca, pôde ter
A alegria de ver
Alguém que viria a ser
Seu mais forte pretendente.
Colegas de faculdade,
Os dois, sem rivalidade,
Se tornavam, na verdade,
Namorados no presente.
11
Cada’um ali mais contente.
A vida assaz sorridente.
Fato é que, rapidamente,
Se viram “super ligados”.
E tudo às mil maravilhas.
Apenas risos nas trilhas
Trilhadas ante partilhas
De afetos, amor e agrados.
12
Depois de uns meses passados,
O amor fez que ambos os lados
Quisessem se ver mais dados
A’um convívio familiar.
“Agora” a Glenn o levava
À sua “city” e falava
Dos seus pais, que tanto amava,
Mas que os teve que deixar.
13
Ela queria alugar
Outra casa e, outro lar,
Constituir no lugar,
Agora, onde já se via.
Ele aceitou o convite.
E, do amor, o apetite
Cresceu sem traçar limite.
Igualmente, a alegria.
14
Uma vida dia a dia
Vivida com empatia,
Tendo do amor energia
Pra durar “eternidades”.
Todavia, algo ocorreu
Que transportaria o breu
De um sol que se escureceu
Àquelas localidades.
15
Com pouco, as intimidades,
Carícias, diversidades
De assuntos, e as liberdades
Foram ficando menores.
Havia algo em cada prédio:
Um engano sem remédio.
Desilusão... Era o tédio
Fazendo os dias piores!
16
Por melhores pormenores,
Fato é que, sem ver melhores
Tempos, ela, sem maiores
Censuras se resolveu.
Agora vive distante.
Por certo busca um instante
Mais de paz, mas, adiante,
Vê que já se arrependeu.
17
Muda de novo, pois seu
Viver já se vê no breu
Do tédio que o envolveu
E ela almeja a novidade...
Ele casou. Se conteve.
Em um amor se deteve.
E esse foi o que o manteve
Longe da frivolidade.
18
Vai de cidade em cidade
Ela em busca, na verdade,
De uma tal felicidade
Que nunca haverá de achar.
E, assim, se vão os amores.
Aos corações restam dores.
E, a ela, somente flores
Sem aroma pra cheirar.

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