sexta-feira, 6 de abril de 2012

Poetic-lit – O Viajante – 1º Parte

1
Eu tomei a decisão
De partir pra viajar
Por toda a minha nação
A fim de poder achar
Lugares onde eu pudesse
Minha vida aproveitar.
2
E um dia então quis marcar
Pra dar início à missão
De seguir país afora
Pra procurar diversão.
E, ao chegar o dado dia,
Eu não tive hesitação.
3
Tomei minha posição
De viajante a buscar
Aventuras necessárias
Pra se poder gargalhar.
Isso, porque em minha vida
Prazer eu via faltar.
4
Assim, a confabular
Toda a minha decisão,
Num ajuste de detalhes
Sem ver indisposição,
Parti pra realizar
Minha presente missão.
5
Entrei numa condução
Que iria me levar
À capital do estado,
Onde eu iria ficar
Por uns dias, mas depois
Iria a outro lugar.
6
E, sem me preocupar
Co'a saudade, dei razão
À minha longa jornada
E parti em direção
À capital do estado,
Iniciando a missão.
7
Naquela transladação,
Parei em muito lugar.
Conheci muitas garotas
Onde tive que parar.
Fora as de dentro do ônibus,
Com quem vinha a conversar.
8
Seis horas “deu” pra contar
Naquela transladação.
Mas a viagem me fora (^)
Motivo de distração.
Cada ponto, uma paquera,
Um lanche e uma diversão.
9
Cheio de descontração,
Resolvi não me calar.
Alguém entrava no ônibus,
Outros tinham que o deixar...
Com todos fiz amizade
Por querer me aproximar.
10
A ninguém quis irritar,
Por isso é que eu fiz questão
De não tocar em assuntos
De árdua continuação.
E optei por citar coisas
Que não causassem tensão.
11
Assim, segui numa ação
De ali me relacionar
Com todos com muito afinco,
Mas sem deixar me levar
Por desconfortos que uns poucos
Insistiam em causar.
12
Soube a hora de parar
E dar continuação.
Agi cautelosamente
E não causei confusão.
E a maioria findou
Dando a sua aprovação.
13
Ao descer da condução,
Não “hesitei de” apertar
A mão do bom motorista
Que me ouvira a conversar
Sempre co'um riso nos lábios
E pronto a me incentivar.
14
Tratei logo de buscar
Canto pra'acomodação,
Ao sair daquele ônibus,
Pra não me ver sem ação
Já altas horas da noite,
Por não tomar decisão.
15
Após a'interrogação
De uns que estavam a passar,
Quis então me dirigir
Ao mais citado lugar
Onde eu poderia, enfim,
Um bom hotel encontrar.
16
Tive a certeza, ao chegar,
Que toda a informação
Que ali na rodoviária
Recebera, com razão,
Era precisa e direta,
Sem haver “enganação”.
17
Tive a boa condição
De no local encontrar
Um hotel contendo quartos
Vagos e ali quis ficar.
Tudo muito aconchegante,
Adentrei pra me hospedar.
18
Depois de me acomodar,
Fui logo à recepção
Pra saber onde ficavam
Bons locais pra refeição.
Mas disseram que a estada
Já cobria essa questão.
19
Todavia, eu disse não
Com muito apreço ao falar.
Porque queria ir à rua
Pra tentar aproveitar
Tudo o que pudesse ainda
Daquele dia sem par.
20
Que o rubor crepuscular
Ali fazia menção
De um fim de tarde fugaz
E de uma iniciação
De uma noite um tanto breve
Pra quem busca distração.
21
Por isso é que eu fiz questão
De ir ali perguntar
Sobre alguns cantos “legais”,
Onde eu pudesse jantar.
Tudo era novo pra mim
E eu queria aproveitar.
22
Após muito me informar,
Saí com empolgação
À rua atrás dos lugares
Dos quais fizeram menção
As moças que me atenderam
Ali na recepção.
23
Sem levar carteira à mão,
Relógio nem celular,
Só um bom cartão de crédito
E uma “grana” pra gastar,
Parti pra o canto avistado
Pra, afinal, poder jantar.
24
Cheguei olhando o lugar
E entrei na ocasião.
Sentei em uma das mesas
Dispostas sobre o salão.
E aguardei os atendentes
Ali, co'o cardápio à mão.
25
Logo tive a atenção
De um dos garçons do lugar.
Tinha um bloco de papel
Numa das mãos pra'anotar
O pedido que eu faria
De algo bom para o jantar.
26
Comecei, pois, a olhar
O “menu” e fiz menção
De’iguaria apropriada
Praquela situação
E um vinho pra'acompanhar
Toda aquela refeição.
27
Ele fez anotação
E eu me pus a esperar,
Olhando as mesas em volta
Com'um pessoal a falar,
Aí me senti sozinho
Demais naquele lugar.
28
Porém não dei a pensar
Que aquilo era uma razão
Pra vir a me exasperar
E desistir da missão
Que, ao certo, ainda teria
Uma longa duração.
29
Veio da recepção
Um garçom pra colocar
O prato na minha mesa.
E, outro de modo exemplar,
Abriu o vinho e o serviu
Na taça sem derramar.
30
Provei-o sem hesitar
Misturado à refeição.
Agradou-me o paladar
Aquela degustação.
E “comecei comer” sem
A ninguém dar atenção.
31
Até que uma ocasião
Fez-me deixar de ficar
Tão voltado pra comida
De agradável paladar.
Foi uma garota bela
Que “passou” a me encarar.
32
Estava em dado lugar
Sentada, em situação
De reunião familiar,
Sem tocar na refeição.
E o que impressionava era
Sua desinibição.
33
Sua insistência em ação
De essência tão singular,
Fez-me ficar tão sem jeito,
Que eu quis até evitar
Continuá-la encarando,
Porém não pude parar.
34
Tentei até desviar
Ali a minha visão,
Mas havia algo na moça,
Uma espécie de atração
Tal que não me permitia
Colocar-me em negação.
35
“Com pouco”, ela fez menção
De querer se retirar.
Talvez pra ir ao banheiro.
E eu pude isso confirmar
Quando ela passou por mim
Encarando sem parar.
36
Apressei-me pra buscar
A moça na'ocasião.
Levantei-me da cadeira
Cheio de motivação.
Andei e pude encontrá-la
Bem distante do salão.
37
Estava com'um lenço à mão.
Por certo, pra retocar
A maquiagem, limpando
O que viesse a borrar.
Fui ao seu encontro e ela
Nem pensou em se esquivar.
38
Ficou ali a olhar
Numa mesma direção.
A direção dos meus olhos.
E eu não tirei a visão.
Cheguei onde a moça estava
E estendi a minha mão.
39
Ao cumprimentá-la, então,
Pude, por fim, perguntar
Seu nome e ela me olhou,
Sorriu e quis hesitar,
Mas, no final, terminou
Por “me”* querer revelar.
(*certo seria 'mo'= me+o)
40
Deu então pra avaliar
Seu grau de disposição.
Falei que queria vê-la
Em outra situação
Pra poder falar com ela
Com menos inibição.
41
É que ela, na'ocasião,
Tinha que se retirar
Pra evitar que os seus pais
Viessem-na a encontrar
Ali e dissessem algo
Que a pudesse envergonhar.
42
Caminhei pra retornar
À mesa da refeição.
Ela também caminhou
Praquela reunião
De pessoas da família
Que havia ali no salão.
43
Mas, antes, da sua mão,
Deu tempo para pegar
Seu número escrito em papel
Que eu vim a desembrulhar,
Cheinho de expectativas,
Sorrindo ali sem parar.
44
Eu pude a ver levantar
Da mesa da refeição.
Seguiu seus pais e entrou
Num dos carros, em questão,
Parados ali em frente
Em dada situação.
45
Minha desanimação
Ficou de não se ocultar.
Terminei a refeição.
Paguei e fui caminhar
Até o canto onde outrora
Viera a me hospedar.
46
Chegando àquele lugar,
Com tal precipitação,
Fui ao quarto pra pegar
O celular em questão,
O qual havia deixado
Ali por pura opção.
47
Peguei o bilhete à mão
O qual ela quis me dar.
Disquei o número com pressa.
E, ao começar a chamar,
Vi-me tão apreensivo
Que mal podia falar.
48
Ouvi sua voz no ar
Em viva-voz, mas eu não
Tinha voz pra responder,
Devido à minha emoção.
Nunca havia me encontrado
Como em tal situação.
49
Depois da repetição
Do seu nome eu escutar,
Foi que eu pude responder,
Bem perto do celular,
Que a não havia escutado
Direito ali a falar.
50
Foi só pra me desculpar
Que eu fiz pronunciação
Tão errada desse jeito,
Mas a continuação
Foi em tudo verdadeira
Sem haver indecisão.
51
Marquei a ocasião,
O horário e o lugar:
Um jantar, às vinte horas,
Lá no canto singular
Onde havíamos nos visto
Naquela noite sem par.
52
Pra'um dia após quis marcar
E ela não fez negação.
Ficaria então firmado
O encontro ali, por razão
De outrora não haver chance
Pra longa conversação...
[Fim da Primeira Parte]

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