domingo, 15 de abril de 2012

Poetic-Lad-Lit _ Lue _

Aviso: Caso ocorram erros, avisem-me e eu corrigirei posteriormente. Este Cordel-Lit é baseado no filme "Ele é demais para mim", mas com ligeiras mudanças. Boa leitura!

Poetic-Lad-Lit _ Lue _
1
Lue era um cara comum
Que não buscava mudar.
“Se contentava” co’a vida
Que, há muito, estava a levar.
E não achava motivos
Pra vir a se reclamar.
2
“Se mantinha” a trabalhar
Com muita satisfação
Em um dos aeroportos
Que havia na região
Onde morava e não via
Naquilo uma inquietação.
3
Amigos, na profissão,
Insistia em cultivar.
Havia três que acabaram
Por dividir o lugar
Onde moravam com ele,
Pra o poderem ajudar.
4
O fato era que, em seu lar,
Com seus pais, via tensão.
Queria a independência.
Então decidiu que não
Moraria mais ali.
E mudou de habitação.
5
Porém, depois de um tempão,
Solitário a habitar
Naquele lugar distante,
Resolveu, então, pensar
Em aceitar a proposta
Dos caras e se mudar.
6
Veio, enfim, a se instalar
Naquele “apartamentão”
Que os amigos dividiam
Sem qualquer desunião.
E, assim, acabaram todos
Nessa mesma habitação.
7
Era aquela a solução
Para tentar se enturmar
De uma forma mais profunda
E, assim, por fim, suscitar
Uma amizade inda mais
Enraizada no lugar.
8
Gostavam de conversar
Sobre a sua condição.
Cada’um ali planejava
Deixar a tal profissão
No aeroporto dali.
O Lue, entretanto, não.
9
A sua conformação
Era algo de admirar
Quem convivia com ele,
Visto poder constatar
Que aquele emprego não era
Coisa “na qual” se apegar.
10
Era um “trampo” popular:
Média remuneração;
Direitos todos certinhos;
Em boa ambientação...
Mas faltava a perspectiva
De uma futura ascensão.
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Galgar uma elevação
De salário era um penar.
Acontecia, mas não
Era capaz de tornar
Alguém mais capacitado
A algo mais alcançar.
12
É que’a’inflação vinha arcar
Co’a vergonhosa missão
De transformar todo aumento
Em verdadeira ilusão.
Pois que o mesmo nunca fora(^)
Páreo pra vil inflação.
13
Assim sendo, a sensação
De aumento vinha a constar
Como sendo só mais um
Engano ao qual se apegar
Pra se tentar impedir
De se desesperançar.
14
Até se punha a falar
A favor da profissão.
Mas seus amigos o ouviam
Sem muita motivação,
Porque sabiam que aquilo
Era uma “auto-enganação”.
15
Independente da’ação
De vir a se colocar
A favor da profissão
Que estava a desempenhar...
O Lue vivia sem rusgas
Ali naquele lugar.
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Flint queria lidar
Co’a arte. Isso, por razão
De já ver na sua banda
Uma boa formação
Pra seguir uma carreira
Sem ver preocupação.
17
Já Zeno, por profissão,
Desejava trabalhar
Como sendo colunista
De gazeta, a destacar
As notícias do esporte
De uma maneira sem par.
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Nill disse querer ficar
Na área de criação
De “softwares” pra jogos
Feitos pra recreação
De crianças e adultos
Que a isso dão atenção.
19
Flint, em apresentação,
Procura o público agradar;
Zeno já mandou currículos
Pra na gazeta ficar,
Mas não foi aceito; e Nill
Ainda insiste em tentar.
20
Flint veio a se formar
Em Administração;
Zeno, na área visada,
Jornalismo, com razão;
E Nill, acertadamente,
Na’área da Computação.
21
Mas pra saber a razão
Porque vieram a’estar
Ali no aeroporto
Trabalhando sem “gostar”
É preciso falar sobre
Cada’um em particular.
22
O Flint quis se deixar
Levar pela opinião
Do pai. E seguiu a área
Da Administração.
Arrependeu-se e depois
Não quis a tal profissão.
23
O Zeno, por opção
Própria, decidiu tomar
Suas próprias decisões.
Mas, ao final, pra achar
Emprego demorou muito
E ele parou de tentar.
24
Já o Nill, ao se formar,
Foi buscar ocupação.
Mandou currículo que só,
Mas não viu resposta não
À sua busca incessante,
Mas não parou a missão.
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Não levavam jeito não
Pra numa escola ensinar.
Então, de vez, resolveram
Vir a se “candidatar”
Aos cargos no aeroporto
E conseguiram passar.
26
O Lue, após completar
A sua graduação,
Que era na área de Letras,
Fez especialização
Em Literatura Inglesa,
Mas não seguiu profissão.
27
Viu que aquela admissão
Naquela’área “popular”
De supervisão geral
No aeroporto ia dar
Pra ele viver tranqüilo
Sem ter com que estressar.
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Havia com que ficar
Propenso à irritação
Ali naquele serviço,
Mas ele não via não
Um motivo pra querer
“Vir mudar” de profissão.
29
Até que ali no salão
De embarque veio a parar
Uma mulher muito linda
Que pediu pra lhe ajudar
Dando-lhe as informações
Que ali estava a buscar.
30
E ele falou sem cessar,
Dando toda informação
Que ela pedia e a deixou
A par de toda questão
Que envolvia o aeroporto
Naquela situação.
31
Ficou ela com a mão
A balançar sem parar
Quando da hora de ir,
No momento de embarcar.
Por certo tinha que ir,
Porém pensava em ficar.
32
Ao conseguir embarcar,
Lembrou na ocasião
Que deixara o celular
Na cesta, na inspeção,
Das malas, logo ao entrar
No aeroporto em questão.

33
Mas já via decolar*
Naquela'hora o avião.
Só o que fez foi ligar
Ali pra recepção
Pra guardar o telefone
Diante da ocasião.
34
O Lue, pra devolução
Do “bendito” celular,
Já tinha se deslocado,
Mas se dispôs a guardar,
Ao ver que não mais daria
Pra o telefone entregar.
35
Soube que ela ia voltar
No outro mês, por razão
Daquela viagem sua
Ser curta; e que ele não
Devia preocupar-se
Co’aquela situação.
36
Ele, na ocasião,
Pôde se tranqüilizar.
Seus três amigos vieram
Pra tentar lhe perguntar
Sobre aquela confusão
E ele se pôs a’explicar.
37
Mas não deu pra’acreditar
Naquela sua versão,
Que aquela mulher tão linda
“Lhe dera” alguma atenção,
Pois era quase impossível
Dada a sua posição.
38
O fato é que a condição
Dele não veio importar.
Ela o tinha paquerado.
Isso não deu pra negar.
Mas quem viu não se deixou
Convencer ao embarcar.
39
Flint, Zeno e Nill, a par
De tudo, deram razão
Aos demais que constataram
Aquela situação,
Mas quiseram se negar
A darem crédito à visão.
40
O mês passou e a versão
Do Lue veio a se mostrar
Verdadeira, pois a “gata”
Demonstrou ainda estar
“De alguma forma” “gamada”
Nele naquele lugar.
41
Difícil de acreditar,
Porém impossível não.
Só que um dos amigos seus,
Diante da ocasião,
Resolveu desanimá-lo
Guiado* por presunção.
(*movido)
42
Pois, pra ele, aquela ação
Só poderia se dar
Com um cara mais bonito.
E não se verificar
Voltada a um zé-ninguém
Visto ali a trabalhar.
43
Começou, sem maneirar,
A falar que a união
Dos dois não daria certo
Devido à situação
Financeira que insistia
Na diferenciação.
44
Ele era só um “peão”
E ela a “rainha” a andar
No “tabuleiro” da vida.
Não dava pra comparar.
Era bem melhor pra ele
Desistir do que tentar.
45
Porém Lue quis arriscar,
Mesmo diante do não
Do seu colega de emprego,
Que, frente à situação,
Só se havia mostrado
Em vez de amigo, um vilão.
46
Foi fazer a ligação
Pra o número que ela quis dar.
Quando o celular chamou,
Até tentou desligar,
Mas a fé não “lhe” deixou
Aquilo realizar.
47
Pouco ele viu demorar,
E ela atendeu de roupão,
Tinha saído do banho
Às pressas na’ocasião,
Visto já desconfiar
Ser ele na ligação.
48
Deu-lhe tal explicação,
Ao pegar o celular.
Marcou um lugar “legal”
Para o poder encontrar.
Desligou... Antes pediu
Pra ele não se atrasar.
49
“Se encontraram” no lugar
Marcado pra outra ação,
Não a de trocar detalhes
De embarque e aviação,
Mas pra poderem dar asas
À sua imaginação.
50
E nada se fez em vão
Na relação singular
Que eles dois perpetuavam
Com um amor exemplar.
Foram diversos encontros,
Nada do amor definhar.
51
Ele decidiu mudar
De casa e ela fez questão
De chamá-lo pra morar
Com ela em sua mansão.
E os dois se deram tão bem...
Não havia confusão.
52
Certo que houvera “tensão”
Entre os dois, mas sem causar
Qualquer desentendimento
Que viesse a perdurar.
Eram briguinhas à toa.
Coisa pra se relevar.
53
Ele chegou a pensar
Em mudar de profissão.
Enveredou pela área
De escritos de ficção.
Findou trocando o crachá
Por uma caneta à mão.
54
Não demorou e a razão
De ele o emprego deixar
Começou dar muitos frutos
E ele pôde se encontrar
Famoso devido aos livros
Que insistia em publicar.
55
O Flint pôde avistar
Um horizonte que não
Viesse a mostrar-lhe o quanto
Seu plano era uma ilusão.
Com uma ajuda do Lue
Lançou uma gravação.
56
Zeno, na publicação
Impressa, pôde ingressar.
Depois de um empurrãozinho
Do Lue que o quis ajudar
A realizar seu sonho
De naquilo trabalhar.
57
Já o Nill não quis olhar
De jeito algum pra feição
Vitoriosa do Lue,
Porque se viu sem ação
Diante de todo o progresso
Visto em sua relação.
58
Foi pra outra região.
Dizem que veio a deixar
O emprego no aeroporto
Por conseguir alcançar
Uma vaga de “assistente”
No que insistiu em buscar.
59
Pra o Lue restou o exemplar
Sucesso na relação;
Pra os dois, o Flint e o Zeno,
Esperança e condição
De apostarem nos seus sonhos...
E espero que, ares risonhos,
Pra o Nill, na Computação!
_ AUTOR: RF AMARAL _

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