segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Os Bobos Também Vivem - Prosa Poética

Os Bobos Também Vivem

             Sou um bobo a olhar luzes de fulgir intermitente. Sou um simples ser humano. Os anos passam e eu não consigo evoluir o tanto que pretendia.
             Pessoas me vêem como um indolente. É a falta de oportunidades que gera essa aparente indolência. Ela evidencia o aparente fracasso. Se bem que tudo não passa de uma pretensa impressão.
             “Todos se guiam pelas aparências”, dizem. “Não pode ser verdade”, penso. Engano-me. É verdade! A vida é mesmo uma máquina sem préstimo. Ferramenta inútil! Coisa vã, diante daquilo que ela nos faz saber. Repugnante! Mas devemos vivê-la, apesar de tudo. Correr seria um desperdício de força. Fugir, um equívoco. Parar seria ir ao encontro do nada.
             Nascemos dotados de uma capacidade de suportar calamidades. Nascemos. Iremos morrer logo, logo. Mas há ainda uma pequena diversão antes de partir.
      Mas – digo eu – mesmo que ninguém atendesse, ainda continuaria a bater à porta.

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