Mote de Zé Carlos do Pajeú; Glosas Minhas
E é porque eu não sei de nada.
Imagina se eu soubesse!
1
Sei que na Mesopotâmia
Houveram muitos combates.
Que, entre o Tigre e o
Eufrates,
Provou-se a honra e a
infâmia.
Tal qual flor de macadâmia,
Nessa região floresce
A Suméria que aparece
Qual luz na treva fechada...
E é porque eu não sei de
nada.
Imagina se eu soubesse!
2
Sei que a escrita cuneiforme
É a' escrita que se tem
Como a mais velha e mantém
Ainda essa marca enorme.
Com a mesma, cada informe
De argila inda permanece
Gravado e se estabelece
Como fonte apreciada...
E é porque eu não sei de
nada.
Imagina se eu soubesse!
3
Sei que da Ur dos caldeus
Foi que Abraão enviou
Eliezer e o mandou
Por-se entre os parentes seus
Pra trazer, de entre os
hebreus,
Uma mulher que pudesse
Unir a' Isaque e lhe desse
A descendência almejada...
E é porque eu não sei de
nada.
Imagina se eu soubesse!
4
Sei que o reino de Sargão
Tinha seu centro em Acad.
E que, mais tarde, a cidade
De Nínive teve
ascensão.
E a Babilônia, em função
Do seu local, acontece
De vir a ser, por benesse,
A capital mais falada...
E é porque eu não sei de
nada.
Imagina se eu soubesse!
5
Eu sei que na dinastia
De Ur foi unificado
O terreno margeado
Por rios em guerra
tardia...
E a Mesopotâmia iria
Ver do elamita a messe
E do amorreu a “quermesse”
Co'a dinastia acabada...
E é porque eu não sei de
nada.
Imagina se eu soubesse!
6
Sei que Assíria e Babilônia
Dominaram com vigor
A Mesopotâmia. E dor
Causaram sem parcimônia.
Mas a Pérsia a cerimônia
Das duas findou sem prece
E deu cabo sem estresse
Da' autoridade instaurada...
E é porque eu não sei de
nada.
Imagina se eu soubesse!
7
Também sei que, após a
Grécia,
Nas famosas Guerras Médicas,
Pôr fim às excelsas
“prédicas”
Persas com tal peripécia,
Meteu-se em pândega néscia
Interna e, ao que se parece,
Desde aí, num “sobe-e-desce”,
Viu sua armada arruinada...
E é porque eu não sei de
nada.
Imagina se eu soubesse!
8
Sei que a forte Macedônia
Do rei Filipe II
Tomou quase todo o mundo
E aos grandes causou
insônia...
Reino virando colônia
Do reino que prevalece...
Desse aí ninguém esquece.
Nem a chã subjugada...
E é porque eu não sei de
nada.
Imagina se eu soubesse!
9
Eu sei que Alexandre, o
Grande,
Que foi filho de Filipe
Aprontou a sua equipe,
Não como um Mahatma Ghandi,
Pois lutou e fez de estande
O globo azul por “finesse”
Pra expor sem reza ou prece
A sua glória alcançada...
E é porque eu não sei de
nada.
Imagina se eu soubesse!
10
Mas sei que jovem morreu
O Alexandre macedônico
E o império faraônico
Que um dia erigiu, cedeu.
E o reino que o sucedeu
Foi Roma que pôs o “S”
Do seu SUCESSO
e beneSSe
Sob a lâmina da
espada...
E é porque eu não sei de
nada.
Imagina se eu soubesse!
Autor: RF Amaral
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