O
Teletransportador – RF Amaral
1
Depois de me
revoltar
Com tanta
corrupção
No meu país de
origem,
Quis partir em
direção
A um canto onde
pudesse
Descansar
da'agitação.
2
Numa
peregrinação,
Que eu já via se
tratar
De um feito que
levaria
Toda uma vida
pra’estar
Totalmente
terminado,
Eu segui sem
recear.
3
De tanto me
deslocar
A pé e de avião,
Achei-me na
Noruega
E, ali tive uma
visão...
Era 9 de novembro
A citada ocasião.
4
Em 2009, o ano
Daquela visão sem
par,
Olhei pra o céu e
avistei
Algo estranho a
se formar.
Era um vórtice
gigantesco
Girando ali sobre
o mar.
5
Ali no Golfo de
Áden
Houve uma
aglomeração
De uma gente
estarrecida
Com o tamanho
clarão
Produzido pela
“coisa”
Que brilhava em
rotação.
6
12 minutos aquilo
Ficou ali a
girar.
Quando parou,
todo mundo
Tentou querer
explicar,
Mas “acaba” que
as dúvidas
Ninguém pôde
elucidar.
7
Eu caminhei pelo
meio
Daquela
aglomeração.
Queria partir pra
casa
Pra pensar sobre
a visão.
Mas, no caminho
de volta,
Conheci um
cidadão.
8
Seu nome, Dêinel
Istêndin,
Habitante do
lugar.
Contou-me que,
muitas vezes,
Que achava de
ressonar
No alpendre do
seu quarto
Tinha visões de
assustar.
9
E o que aquilo
tinha a ver
Com o episódio em
questão?
Disse ele que havia
tido
Como uma
premonição
Que aquilo iria
ocorrer
Em tal
localização.
10
Pensei comigo que
aquilo
Tudo era de se
tratar
Como uma
impressão “barata”.
Coisa dita pra
assombrar
Os menos
apercebidos.
Nada pra se
admirar.
11
Cumprimentei o
tal homem
E parti em
direção
Ao hotel onde eu
estava.
E, sem
preocupação,
Entrei e deitei
na cama
Lá da minha
habitação.
12
Só que quando
quis dormir,
Ao me cobrir e
fechar
Os olhos ali
deitado,
Eu mal pude
acreditar...
Algo grande e
ruidoso
Veio, então, a me
acordar.
13
Era um buraco no
teto
Parecendo um
furacão,
Como o vórtice do
Golfo,
Em desmedido
clarão
E me atraindo pra
dentro
Cheio de
irradiação.
14
Quis me segurar
na cama
Pra assim tentar
evitar
Que aquele
redemoinho
Viesse a me
suplantar
As forças e me
engolisse,
Porém não pude
agüentar.
15
Sustentei o
quanto pude,
Mas, por
finalização,
Acabei dentro do
“bicho”,
Voando sem
direção
Cada vez mais
para o fundo
Daquilo sem
reação.
16
Fechei os olhos e
tive
A impressão de
parar
De voar dentro do
vórtice
Que veio a me
abocanhar,
Mas, ao abri-los,
estava
Inda no mesmo
lugar.
17
Decidi ficar, por
fim,
Buscando
concentração
Que me acalmasse,
ali dentro,
E, após uma
sensação
De tranqüilidade,
vi-me
Em uma outra
dimensão.
18
Fechei os olhos e
tive
A impressão de
parar
Novamente. Então
pensei
Em assim
continuar.
Daí, foi só algum
tempo,
Pra me achar
noutro lugar.
19
Era o centro da
cidade,
Mas a localização
Da cidade eu não
sabia
E nem qual era a
nação.
Desviei-me então
dos carros
E saí da
contramão.
20
Notei que estava
de moto.
Nunca soube
pilotar!
Mas, por alguma
razão,
Estava ali a guiar
Aquele transporte
(e bem!).
Nem podia
acreditar.
21
Parei perto de um
presídio,
Depois de
“transitação”
Por mim tão bem
sucedida
Ante tanta
condução
E arranha-céus
que chamavam
Demais a minha
atenção.
22
Era como que uma
força
Estivesse a me
levar
A fazer aquelas
coisas.
Não dava pra
evitar.
Findei dentro do
recinto
Perto do qual
quis parar.
23
Deu vontade de
dizer
Que vim pra
visitação
De um conhecido
que ali
Se encontrava em
detenção.
Disse seu nome e
um agente
Me atendeu
na’ocasião.
24
Seu nome, Dêinel
Istêndin.
Pasmei-me ao
pronunciar
Esse nome, pois
houvera
Estado em outro
lugar
Co’o sujeito, mas
não dera
Muita importância
ao estar.
25
Ele chegou e
sentou
Sem ver
preocupação.
Parecia
conhecer-me.
Então me estendeu
a mão.
Cumprimentei-o e
ouvi
Da sua situação.
26
Após falar que
haveria
De amanhã se
enforcar,
Contou-me que
teve um sonho
No qual pôde se
encontrar
Como sendo um
marinheiro
Navegando em alto
mar.
27
No sonho,
disse-me Istêndin,
Em estranha
entonação,
Chamava-se Dêniel
Foss
E guiara a embarcação
Até ela naufragar
Numa dada região.
28
Algum tempo
navegara
Antes de ele
naufragar.
Partira da
Filadélfia
Co’a intenção de
chegar
Às Ilhas da
Amizade,
Onde queria
atracar.
29
Mas deu-se uma
tempestade
E, por fim, a
embarcação
Foi sacudida de
um jeito
Que não houve
condição
De evitar que ela
virasse,
Tendo
danificação.
30
Ele nadou e ficou
Numa ilha a
esperar
Que algum barco
ali passasse
Para vi-lo a
resgatar,
Mas só depois de
8 anos
Um navio o pôde
achar.
31
Após findar o
relato,
Estendeu-me sua
mão
E me deu um
envelope,
Que eu peguei com
suspeição
Que fosse isso
algo ilegal,
Já que estava na
prisão.
32
Mas, mesmo assim,
aceitei
E me dispus a
guardar
O envelope no
bolso,
Ligeiro e sem
hesitar
Pra não levantar
suspeitas
Em quem ‘tava no
lugar.
33
Saí daquele
presídio.
Peguei minha
condução.
Mas, foi só
acelerar,
Pra me achar em
rotação
De novo naquele
vórtice,
Voando sem
direção.
34
A impressão era
certa.
Abri os olhos no
ar.
Estava dentro de
novo
Daquele tufão sem
par.
Tentei outra vez
manter
A calma ali pra
parar.
35
Bem, foi só me
concentrar,
Pra me encontrar,
sem razão,
Em um canto
diferente
E sem
localização... –
Pelo menos que eu
soubesse
Pra minha
auto-informação!
36
Na hora senti-me
em casa.
Era um “resort”
sem par.
Liguei a TV pra
ver
O que é que
estava a passar
E me deitei sobre
a cama
Para tentar
descansar.
37
Alguém bateu lá na
porta
E eu fui, pra
recepção.
Era uma jovem
garota
De uma bela
feição.
Perguntou-me o
que eu queria
Para minha
refeição.
38
Eu falei: “Agora
não”.
“É que eu quero
descansar”.
“Certo, senhor” –
ela disse
E partiu pra me
deixar
Sozinho. E eu,
logo em seguida,
Pensei num banho
tomar.
39
Tomei uma ducha
quente
E pedi a
refeição.
A garota apareceu
Co’uma bandeja na
mão
E depois, em um
carrinho
Trouxe o jantar
em questão.
40
Fiz-lhe uma
interrogação
Para poder me
informar
Sobre o lugar,
mas sem nada
De ali dar a
suspeitar
Que não sabia
onde estava
E ela tratou de
falar.
41
Aquele imenso
lugar
Já tinha
reputação,
Segundo a tal
senhorita,
De melhor da
região.
San Zi era o nome
dado.
Vi impresso num
cartão.
42
Dormi a noite
todinha.
Mas, quando pude
acordar,
Abri a porta do
quarto
Onde estava a
repousar
E vi corpos sobre
o chão
E sangue em todo
o lugar.
43
Parei. Não pude
explicar
Aquela situação.
O condomínio
geral
Tava ainda em
construção,
Mas os pedreiros
estavam
Todos caídos no
chão.
44
Aí, nessa
ocasião,
Quando eu pensava
em chamar
A polícia para
vir
Com pressa àquele
lugar,
Vi-me de novo no
vórtice
Solto, girando no
ar...
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