quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A Quadra do “Malassombro” (Pelada de alma penada)

E isso não é maravilha,

Porque o próprio
Satanás se transfigura
Em anjo de luz.
(II Coríntios 11.14)

Baseado em Boatos Reais


A Quadra do “Malassombro”
(Pelada de alma penada)
1
Assis, o guarda da Quadra,
Recebeu-me no seu lar,
Após saber da notícia
Que eu estava a pesquisar
Eventos fantasmagóricos
Vistos naquele lugar.
2
Pra bem o identificar
Eu lhe fiz inquirição.
E ele disse: - Eu trabalhei
Ali já faz um tempão.
Foi na década de oitenta,
Mas tenho recordação.
4
- Pra azo de informação,
A esposa do meu lar
“Se chama” dona Ceci.
E eu também posso contar
Quatro filhos que nós temos
Na união familiar.
5
- Pra quem quiser me achar,
Pegue a localização:
Chegando detrás do fórum,
Só precisa dar co’a mão
Que todo mundo “lhe” informa
Onde é minha habitação.
6
Pra’início de narração,
Assis “começou falar”
Que um dia, quase de noite,
Tava ali a vigiar,
Mesmo no portão da frente,
Quando ouviu alguém gritar.
7
Tõe de Marta, sem parar,
Desembestou num rojão
Descomedido de um jeito,
Gritando a todo pulmão
Que em cima do vestuário
Havia uma assombração.
8
E Assis foi ver se a ação
Vinha a se justificar.
Porém, quando chegou perto,
Já não podia falar,
Que havia um vulto voando
Mesmo em cima do lugar.
9
Jadílson veio pra’olhar
O que era a tal confusão,
Mas, no meio do caminho
Viu andando o caminhão
De lixo da prefeitura
Sem ninguém na direção.
10
João da Borborema não
Quis naquilo acreditar.
E, após ouvir a notícia,
Foi lá para averiguar
Se o que’ouviu era verdade
Ou Tõe falou pra “zonar”.
11
Ao adentrar o lugar,
Teve logo uma impressão
Que a ambulância, deixada
Lá em dada ocasião,
Estava lhe perseguindo
Sem muita aceleração.
12
Só que aquela condução
De enfermos só veio estar
Lá porque tava quebrada.
Disso ele pôde lembrar.
Mas era andando e a danada
“Lhe” seguindo devagar.
13
Então correu pra’avisar.
E Assis, ao ver que João
Vinha correndo com medo,
Foi em sua direção.
Aí Jadílson chegou
Correndo de outra “visão”.
14
Só sei que foi caminhão
Solto pairando no ar.
As traves daquele canto
Também subindo a “voar”.
Apareceu uma bola
E um time “pegou jogar”.
15
Ninguém sabia explicar
Aquela situação.
O vestuário voou
Após despregar do chão.
E, aí, saíram dois times
Pra’entrar na competição.
16
Dividiu-se no salão
Quem deveria jogar.
Aí, João da Borborema
Viu aquilo se tratar
De jogadores já mortos
E os pôde identificar.
17
Garrincha a se arrumar,
Ajeitando o seu meião,
Vicente Feola, o técnico,
Que já foi da Seleção,
Juvenal, “Vavá” e Zózimo
Aguardando a’escalação.
18
- Castilho e Pedrosa são
Os que hoje vão agarrar! -
Exclamou João assustado
De aquilo presenciar.
Contou uns cem jogadores
Preparados pra jogar.
19
Leônidas pegou rolar
A bola na’ocasião
Pra Didi e esse passando
Pra Zizinho de calção
Azul e co’uma camisa
Com’o brasão da Seleção.
20
Jadílson e Assis então
Se sentaram pra olhar
O jogo fantasmagórico
Que iria já começar.
Cada um comprou pipoca
E parou pra’observar.
21
Viu-se o juiz apitar
Pra dar iniciação
À partida, só que antes
Deu-se grande confusão
Que só parou quando o técnico
Mudou a escalação.
22
Deu-se início ao jogo então
E a bola pôde rolar.
E, após muita marcação,
E o ataque sem marcar,
Vavá fez um gol de mão
E o juiz “achou de” dar.
23
E a briga pegou rolar
Naquela competição.
Garrincha deu soco em um
Que voou fora o calção.
Castilho empurrou Pedrosa,
Mas findou no camburão.
24
Findada a agitação,
Tudo desapareceu.
Assis correu, foi embora;
Jadílson se escafedeu;
E João da Borborema
Nunca mais apareceu.

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