1
Há
pessoas na praça, reunidas
Para
a festa que o riso proporciona.
Sensações
há da paz que vem à tona
A
invadir corações, preencher vidas.
Vejo
casas à noite revestidas
De
alegria e abertas ao que abona
Dos
transportes da noite uma carona
Para
os bailes em festas promovidas.
Há
cadeiras e mesas simplesmente
Apinhadas
de gente sorridente
Envolvida
em uma clima fraternal.
Violões
há que doam melodia
Aos
encontros passados na'harmonia
Do
boêmio convívio social.
2
O
sossego dos jovens a passar
Frente
às casas de bairros luzidios.
Os
casais joviais em balbucios.
As
garotas alegres a chegar.
Bancos
cheios dos mais que vêm sentar
Para
em “papos” passarem fugidios
Tempos,
rindo da vida em extravios
De
momentos que Deus os vem doar.
Tudo
mais em fugaz desfrute esvai-se.
Um
lazer que em instantes sobressai-se
Como
sendo infantil, embora alente.
Mas
a vida é assim, luz que divaga:
O
sorriso se esgota, o alvor se apaga.
Faz-se
o show, mas seu fim já se pressente.
3
Boemia
de brilho e de ilusão
Que
convence os viventes citadinos
De
imortal existência; e dos destinos,
Devaneios
e ais faz omissão.
Boemia
de fama e emoção
Que
cativa do ser seus genuínos
Sentimentos
e os torna em desatinos
No
final de um prazer vazio e vão.
Em
resumo, tudo é só vaidade:
Num
abismo de morte, a paz se evade;
Num
desfecho de vida, a luz sucumbe.
Catacúmbicas
covas nos esperam.
Vão-se
os corpos aos solos onde imperam
Vermes
vis, sobre os quais a mosca zumbe.
4
Toda
vida é um vento que se passa.
Uma
brisa que vem pra se esvair.
Um
afeto que, ao fim, vem convergir
No
exaspero sem fim que nos abraça.
O
sorriso atual, a dor transpassa.
O
vigor de hoje, a morte faz partir.
Bens
e fama não são de resistir
Aos
acintes do tempo que os enlaça.
Nas
algemas humanas da velhice
O
folguedo definha e a fanfarrice
Desmorona,
apesar da relutância.
Com
o tempo, se vê que tudo é vão.
O
sucesso se acaba; a ilusão
Vai
abaixo; e desaba a jactância.
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