segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Só faço aquilo que sou/ Dotado para fazer.

Só faço aquilo que sou
Dotado para fazer.
1
Não me peça pra pensar
Em problemas complicados
Que só são solucionados
Depois de muito penar.
Não queira me convidar
Pra fazer o que é dever
De quem nasceu pra viver
Dando o duro que eu não dou.
Só faço aquilo que sou
Dotado para fazer.
2
Não faço qualquer esforço
Naquilo ao qual não me inclino.
Se não sei fazer, atino,
Paro e não mais me contorço.
Não busco aulas de reforço
Pra tentar inda aprender,
Porque não me dá prazer
“Rir em teatro sem show”.
Só faço aquilo que sou
Dotado para fazer.
3
“Bancar uma de” palhaço,
Tentando agradar a todos,
Embora só vendo engodos
E pedras a cada passo,
Eis um “troço” que eu não faço,
Mesmo tendo que sofrer
Críticas por não atender
A quem a tal me ordenou.
Só faço aquilo que sou
Dotado para fazer.
4
Não tente me conduzir
Por caminhos pedregosos,
Porque por trilhos danosos
Eu não gosto de seguir.
O mundo vive a pedir
Pra que deixemos de ser
O que somos, mas vai ver
Que eu nesse trilho não vou.
Só faço aquilo que sou
Dotado para fazer.
5
Não consinto em me dispor
A obras que prejudicam
Meu corpo e me comunicam
Menoscabo, alquebro (^) e dor.
Não nasci pra me propor
A tentar obedecer
Quem quis me ver padecer,
Pois que jamais me ajudou.
Só faço aquilo que sou
Dotado para fazer.
6
Ninguém pense que eu vim
A este mundo pra dar
Uma de zé e ficar
Lamentando-me no fim.
Todo serviço ruim
Pra o meu corpo, eu hei de ter
Por refugo, e só me ater
Ao pra o qual propenso estou.
Só faço aquilo que sou

Dotado para fazer.

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