sábado, 16 de fevereiro de 2013

Maurício e o Furacão

Maurício e o Furacão
1
Maurício se encaminhava
Pra casa pra relaxar
Quando viu algo de estranho
No horizonte a brilhar
Era uma imagem sinistra
Que lhe veio amedrontar.
2
Começou se perguntar
O que era aquela visão.
Parecia um torvelinho
Co’ a força de um furacão,
Porém não levava nada
Do que havia sobre o chão.
3
Diante daquela questão
Sem resposta pra explicar,
Ele se viu impotente,
Tentando achar um lugar
Onde pudesse daquilo
Tudo vir a se amparar.
4
Correu a fim de chegar
A uma edificação
Que tivesse uma marquise
Que lhe desse proteção,
Já que pensava que aquilo
Liberava radiação
5
Perto estava da estação
Do trem, que iria chegar,
Mas não havia ninguém
Naquele dado lugar.
Era uma coisa suspeita
Que não sabia explicar.
6
Depois de ele se abrigar
Em determinado vão
Da’ estação sob a marquise
De esvaziado galpão,
Decidiu ficar por lá
E dormir na estação.
7
Inda buscou a visão
E pôde se deparar
Com luzes tão reluzentes
Pras quais nem podia olhar
Por muito tempo, pois elas
Eram de um brilho sem par.
8
Pensou logo se tratar
De uma sinistra invasão
Alienígena ao planeta,
Mas findou sem condição
De crer naquilo por ser
Real só na ficção.
9
Teve uma percepção
Que aquele espetacular
Fato que ali ocorria
Era algo a relacionar
Com algum teste de mísseis
Que estava a se efetuar.
10
Dormiu ali pra esperar
Do sol a iluminação,
Se bem que, daquele “troço”,
Tal era a fulguração
Que não dava nem pra ver
A’ estelar constelação.
11
Mas essa cintilação
Em nada o vinha inspirar
A se encaminhar seguro
Naquela noite ao seu lar,
Que abduzido ele achava
Que poderia se achar.
12
Não era de confiar
Em estranha aparição.
Aquilo mais parecia
Negócio” de ficção.
Era melhor se manter
Ali naquele galpão.
13
Demorou e a estação
Pegou”, então, a lotar.
Mas ele não entendia
O que viera a se dar
Praquele povo todinho
Co’ aquilo não importar.
14
O tufão veio a girar
A poucos metros do chão.
Antes fazia das nuvens
Como um cone em rotação
Feito “como” de sorvete:
Era o que dava a’ impressão!
15
Ao olhar a estação
Lotando pôde avistar
Que muitas pessoas vinham
Daquele tufão sem par...
Simplesmente escorregavam
Pra o chão daquele lugar.
16
Pensou, aí, se tratar
De “uma outra” locomoção
Que os países de primeiro
Mundo e de mais instrusão
Haviam desenvolvido
Pra o transporte da nação.
17
Talvez aquela estação
Fosse usada pra testar
Protótipos de aquipamentos
Que se queriam levar
Às indústrias montadoras
De artigos sem similar.
18
Ou talvez dado lugar
Detivesse a condição
Perfeita praqueles testes
Desse transporte em questão
Que mais parecia um cone
De vento de furacão.
19
Aquela reflexão (c-s)
Fez ele até se acalmar.
Mas o fato é que nem isso
Conseguiu o encorajar
A deixar o tal galpão
No qual viera a estar.
20
Não queria se arriscar
Naquela sua missão
De descobrir toda a trama
Sobre aquela aparição
Tão doida que acontecia
No largo da estação.
21
Ficou como um espião
Que fica a bisbilhotar.
De vez em quando botava
A cabeça pra olhar
De fora o que acontecia
No âmbito da terra e do ar.
22
Mas, aí, pôde notar
Uma coisa “sem noção”.
O rosto daquele povo
Brilhava em transmutação.
E quem era uma pessoa
Era outra em transformação.
23
É que, na ocasião
Em que se podia olhar
Pra face de uma pessoa,
Ali no dado lugar,
Via-se como fossem duas,
Ao se diferenciar.
24
Dava tanto pra notar
Uma devida feição
Como pra’ avistar que a face
Estava em transformação.
Era algo sem precedente.
Coisa sem comparação.
25
Depois daquela visão,
Maurício quis escapar
De toda aquela loucura,
Mas não pôde se encontrar
Em condições pra fazê-lo,
Pois já não podia andar.
26
Algo o vinha segurar
Pelas pernas co’ uma mão
Gigante que abarcava
Toda a sua compleição.
Tamanha era a sisnistrez,
Que ele se viu sem ação.
27
Tentou gritar, só que não
Via forças pra falar.
Havia algo muito estranho
Que o vinha a intimidar.
Tudo era um vil pesadelo
E não podia acordar.
28
Quis correr. Tentou gritar.
Quis fazer gestos co’ a mão.
Tentou balançar com força
A cabeça, só que não
Conseguiu mais fazer nada
Naquela situação.
29
Nem sua imaginação
Veio mais a funcionar.
Se encontrou” vegetativo,
Sem forças pra respirar
E terminou falecendo
Naquele dado lugar.
30
Fato é que estava a passar
Por surtos, na’ ocasião,
De esquizofrenia aguda
E ataque do coração.
Nem o juízo ia bem,
Tão pouco a circulação.
31
Morreu tendo a impressão
Que o que estava a divisar
Era real, mas não era,
Porém não pôde escapar,
Faleceu no ambulatório
De um recinto hospitalar.
32
Todavia, questionar
O veredito em questão
Pode ser bem proveitoso
Pra quem tem convicção
De que o Maurício é que estava
Com a inteira razão.
33
Poderia a ilusão
De algo real se tratar.
O hospital ser mentira,
Surto não se constatar,
Nem seu jovem coração
Estar prestes a parar.
34
Mas isso é de se esperar
De filmes de ficção.
Todavia ninguém pense
Que tem, de todo, a razão,
Pois nossa realidade
Pode ser uma ilusão.

Autor: RF Amaral

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