quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Cena 2 - O Andarilho da Mente

Cena 2 - O Andarilho da Mente

1
Lembro quando foi rever
Pra minha descontração
Amigos que conheci
Numa localização
Diferente de onde habito
Sem ver inquietação.
2
De viagem à nação
Aonde iria parar,
Pensei em como estariam
Os amigos que, em lugar
Tão distante eu conseguira,
Na minha vida, agregar.
3
Chegando, fui procurar
Lugar de acomodação.
E, depois de repousar
Num confortável colchão,
Decidi sair à rua
Para buscar distração.
4
Aluguei a condução
Com a qual iria estar
Todo o tempo que passasse
Ali naquele lugar.
E, com ela, então parti
Pra' os amigos encontrar.
5
Cheguei de forma a não dar
Definitiva impressão
Que se tratava de um cara
Que ali morara um “tempão”
E fizera amigos muitos
Em devida região.
6
Fui tomando informação
Com quem não pôde notar
Que se tratava de alguém
Que ali viera habitar
Há um certo tempo atrás
E que estava a retornar.
7
Só falei co' o popular
Que, naquela região,
Via-me de vez em quando,
Quando da minha opção
De me estalar por ali,
Dada a localização.
8
Era boa a região
Por isso quis habitar
Por ali. E o meu serviço
Também só vinha a distar
Algumas quadras do canto
Onde eu estava a morar.
9
Pra me socializar
Com total dedicação
Com todos nunca me fora (^)
Possível, dada a razão
De que havia muita gente
Em tão vasta região.
10
E alguns desses, co' os quais não
Pude me socializar
Intensamente no tempo
Que ali estava a morar,
Não me acharam ser de fato
Assim tão familiar.
11
Alguns até que no' olhar
Deram-me a leve impressão
De suspeitarem poder
Ser aquele cidadão
Familiar, mas hesitaram
Externar tal conclusão.
12
Juntei toda informação
Que eu iria precisar
Pra encontrar os amigos
Co' os quais queria falar
E os achei mesmo no canto
Habitual de os achar.
13
A lanchonete “O Bazar”
Tinha essa dada inscrição
Pelo local antes ser
De comercialização
De artigos muito diversos
Vistos em exposição.
14
Foi só chegar no salão
Daquele dado lugar,
Que os meus amigos notaram
Meu jeito peculiar.
E a familiar feição
Veio-me a denunciar.
15
Um veio a me interrogar,
Portando em sua feição
Um sorrisinho, num misto
De grande estupefação
E alegria, ante o evento
Daquela situação.
16
Trazia um copo na mão
E, logo ao se apresentar,
Reconheceu-me e apontou
Pra mim, já sem suspeitar,
Mas tendo certeza plena
De quem vinha a se tratar.
17
Não querendo me ocultar,
Eu estendi minha mão:
- É o Roberto Felipe!
Tá reconhecendo não? -
Exclamei e indaguei
Retoricamente o irmão.
18
- Ô beleza! O Felipão! -
Falou ele a me abraçar.
- Ô cara, já faz um tempo...
- É... Voltei pra vistar
Mesmo vocês, “que é” pra gente
Se juntar pra conversar.
19
- “Vamo” ali pra “tu falar”
Co' os outros na' ocasião.
- “Oxen”! “Vamo” ver o povo
E dar continuação
A conversa até o sol
Perder a' iluminação.
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Conversei com cada irmão.
Depois fomos passear.
Revi também as garotas
Co' as quais vim a me apegar
Quando ainda me encontrava
Vivendo em dado lugar.
21
Só que após me aproximar
Dos amigos em questão.
De passear, conversar,
Sair a ver distração,
Ocorreu algo comigo
Pra o qual não vi condição.
22
Perdi-me sem ver razão,
Pois conhecia o lugar.
É que uma vertigem louca
Sucedeu de “me atacar”
E eu fiquei desnorteado
Enquanto estava a andar.
23
Fui parar em um lugar
De uma localização
Desconhecida pra mim
Dentro de uma região
Que eu já não sabia se era
À que fiz visitação.
24
Perdi toda a direção
Que tinha pra me guiar,
Mas acabei me sentindo,
Mesmo assim, voltado a dar
Chance àquela caminhada
Que antes queria abortar.
25
Só sei que o desenrolar
Da caminhada em questão
Guiou-me até um casebre
E, eu, ao chegar no portão,
Vi-me propenso a chamar
Alguém, mas sem ver razão.
26
- Olá!Andrey?... - Do portão
Eu ouvi alguém falar.
Era um jovem maltrapilho
Vindo de dentro do lar.
Cumprimentou-me e chamou
Pra que eu viesse adentrar.
27
De supetão pôs-se a dar
Azo a tal conversação
Lá que eu não compreendia
Nem entendia a razão.
Mas continuei ouvindo
Toda a sua narração.
28
- Eu vim de uma outra estação
Em uma nave estelar.
Passei por muitas pessoas
Depois de vir ao lugar
No qual me encontro morando,
Mas é celeste o meu lar.
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Pensei, desde aí, estar,
Na presente ocasião,
De frente de algum lunático
Num dia de confusão
Mental a qual lhe afligia
Vez por outra a compreensão.
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- Eu tenho percepção (p-ç)
Sem par que pode provar
Tudo isto que eu “tô” dizendo.
É só você me deixar
Olhar dentro dos seus olhos
Que eu posso “te” mapear.
31
Ele pôde suspeitar
Que havia em mim suspeição
Com relação à pessoa
Dele na ocasião.
Mas, devido' a' alguma coisa,
Foquei a sua visão.
32
- Sua designação
É Felipe. Já seu lar
É Tabira, em Pernambuco,
Um brasileiro lugar.
O pai, “Josa” e a mãe “das Neves”,
Como costumam chamar.
33
Aquilo foi “de assustar”...
Só na primeira impressão...
Na verdade, ao que parei
Pra fazer ponderação,
Vi que tudo poderia
Ser só muita informação.
34
Em tal localização -
Bem, na que eu pensava estar -
Eu tinha muita amizade...
E dava pra se informar
A meu respeito com todos
Ali daquele lugar.
35
Até o cara falar
Algo, em sua explanação,
Que eu não saberia dar
Causa, motivo ou razão
Que explicasse aquilo tudo,
Eu não dei muita atenção.
36
Foi aí que o cidadão
Falou-me bem devagar
Os números da “Megassena”
E eu não quis acreditar,
Por bem poder referir-se
A um palpite vulgar.
37
Inda falou-me o placar
Do jogo da seleção
De basquete americana
Co' a seleção do Japão.
O que escutei, só “por alto”,
Sem dar-lhe muita atenção.
38
Disse “tchau” e fiz menção
De abrir a porta do lar.
Ele pediu que eu ficasse,
Que o jogo iria passar
Logo na televisão,
Dando pra verificar.
39
Parti sem nem me explicar
E, nessa exasperação,
Tomei da rua em que estava
Uma incerta direção,
Porém, mesmo assim, cheguei
À minha acomodação.
40
Não entendi a razão
De, ainda assim, me encontrar
Em condições de poder
Chegar ao dado lugar
Onde me achava hospedado,
Podendo, assim, descansar.
41
Depois de um banho tomar,
Liguei a televisão
Mesmo quando estavam dando
Os números, na' ocasião,
Da Sena, os quais recordei
Sem nenhuma explicação.
42
Fui conferindo a visão
Mental que eu tinha, ao lembrar
Do rapaz que me falara
Cada número no seu lar,
Quando eu ainda me achava
No referido lugar.
43
Depois de me admirar
Com tamanha precisão.
Decidi não evitar
Botar, na televisão,
Mesmo no canal do jogo,
Que já passava a' um “tempão”.
44
Ao fazer aquela ação,
Vi os números do placar:
Estados Unidos 100,
Já o Japão a contar
Seus noventa e oito pontos,
E o jogo “pra” se findar.
45
Não demorei pra lembrar
O placar na' ocasião.
O Japão iria ser
O vencedor na questão
E haveria empurra-empurra
No fim da competição.
46
Mas a finalização
Já estava pra se dar.
Alguns segundos faltavam
Pra América comemorar
Mais um título conseguido
No que veio a disputar.
47
Foi quando estava a faltar
10 segundos que o Japão
“Roubou” a bola ligeiro,
Mas longe do garrafão,
E um deles arremessou
Em grande exasperação.
48
Voando todo o salão,
A bola pôs-se a girar.
O cronômetro marcou zero
E a bola ainda no ar.
Foi, então, que a mesma entrou
E eu mal pude acreditar.
49
Corri logo, a me apressar
Pra ir à habitação
Daquele jovem rapaz
Que me dera a previsão
Do jogo. E da Megassena
A sua numeração.
50
Mas perdi a direção.
Não pude a casa avistar.
Andei. Andei. Caminhei
Sem o rapaz eu achar...
Foi espantoso encontrá-lo,
Quando não quis encontrar.
51
Adentrei o tal lugar,
Que era a sua habitação.
Mas, “agora”, parecia
Ter diferenciação
De quando ali eu entrara
Em passada ocasião.
52
Mas não dei muita atenção
Ao caso em particular.
Fui conversar co' o rapaz,
Atrás de poder pegar
Qualquer outro resultado
No qual pudesse apostar.
53
Só fui eu cumprimentar
O jovem na' ocasião
Pra' o sofá dar “como” um giro
E se desprender do chão
Co' a casa, e nos encontrarmos
Em uma outra dimensão...

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