Quadras Emboladescas
(a caminhada da vida)
Refrão alheio; quadras abaixo minhas:
Eu vou
viajar
Por aí de
mundo afora
Sem saber
qualquer é a hora
Que eu volto
pra meu lugar.
1
Para rimar
sem demora
Eu começo
deste jeito,
Que o
improviso é perfeito
Quando é
feito sem pensar.
2
Caio,
levanto, me deito;
Me deito,
caio, levanto.
No improviso
eu garanto
Não deixar a
desejar.
3
Minha rima é
acalanto
Pra aliviar
as dores.
Pra senhoras
e senhores.
Se pedir, eu
vou cantar.
4
Gosto de
olhar os rubores
Do céu
quando o sol se põe.
A minha rima
compõe
A aquarela
do ar.
5
Meu verso se
sobrepõe
Nesse
improviso pacato,
Que eu sou
poeta de fato
Nascido pra
improvisar.
6
Nunca
divulguei boato.
Meu talento
é fazer versos,
Decantando
os universos
Que a minha
mente criar.
7
Meus
improvisos dispersos
Ajudam quem
pede ajuda.
A minha rima
não muda.
Se vem, é
pra agradar.
8
Eu agrado a
quem estuda.
Não gosto de
porcaria.
Falando com
ousadia,
Canto pra me
deleitar.
9
A minha rima
sadia
Também
satisfaz a mente.
Canto de
costas, de frente,
Na posição
que mandar.
10
Meu verso é
incandescente
Feito brasa
de fogueira.
Fogo
queimando a madeira
E o sol
esquentando o ar.
11
Minha rima
prazenteira
Eu mostro e
nada comento,
Pois quando
eu me apresento,
Só venho pra
agradar.
12
Me esforço,
caminho e tento.
Não deixo a
rima cair.
Todos param
pra ouvir,
E eu começo
a me alegrar.
13
Eu decidi
insistir
Nesse
improviso maneiro,
Levando o
viver inteiro
A versejar
sem parar.
14
Como bom
pajeuzeiro
Que sou, eu
canto com garra.
Vou até
quebrar a barra.
Até o sol
declinar.
15
Não faço
versos na farra.
Canto com
seriedade,
Que a minha
simplicidade
Não deixa eu
me exaltar.
16
Eu tenho a
capacidade.
E ela vem de
Jesus Cristo.
E é por isso
que eu insisto
Em vir a
cantarolar.
17
Canto sem
ver imprevisto,
Num misto de
simpatia,
Força, dom e
maestria,
Luz e
talento exemplar.
18
Com muita
supremacia,
Na primazia,
eu adentro
O improviso
e concentro
Tudo de
forma sem par.
19
E eu, nesse
mesmo epicentro,
Não cochilo
nem me encosto.
Cantar
improviso eu gosto:
Razão de eu
continuar.
20
Jamais a
alguém desgosto.
Tosto o
juízo e me esquento,
Mas não mudo
o meu intento
De nunca a
ninguém xingar.
21
Eu encontro
um grande alento
Naquilo em
que permaneço.
O meu
repente eu conheço.
Sei o que
devo falar.
22
Ao erro eu
não tenho apreço,
Que a minha
rima é zelosa.
Que é uma
coisa horrorosa
Vir a se
desmantelar.
23
Na’improvisação
garbosa
O meu
sistema de rimas
Só visa
matérias-primas
Boas pra se
trabalhar.
24
Nas
colheitas das vindimas,
Letigimo o
meu progresso.
Só alcancei
o sucesso
Por saber
como avançar.
25
Também, no
mesmo processo,
Eu cheguei a
cantos altos,
Pisando
muitos asfaltos
Pra chegar
num limiar.
26
Sem
trambiques nem assaltos;
Trapaças,
roubos, cartéis
Cheguei a
por os meus pés
No mais alto
patamar.
27
As minhas
frases fiéis
Me levam a
cantos bons.
Vou
lapidando os meus dons
Sem parar
pra descansar.
28
Delineio em
sobretons
De glória
esse meu trajeto
E, no
repente, arquiteto
A’estrada em
que vou pisar.
29
Fazendo bem
meu projeto,
Auxilio a
todo mundo.
E, de um
modo mais profundo,
Alcanço o
que procurar.
30
Meu verso
bom e fecundo
Me
transporta e auxilia,
Que essa
minha poesia
Me leva ao
mais alto andar.
31
Com força e
com harmonia,
Caminho com
segurança,
Tendo no
peito esperança
E vontade de
avançar.
32
Não tenho
desconfiança.
Parto com
intrepidez.
Garanto por
minha vez,
Nada deixar
me faltar.
33
Sem medo,
pausa ou mudez,
“Acanhez” ou
falsidade
Eu parto com
lealdade
Pra’alcançar
um bom lugar.
34
Minha’alta
mentalidade
Me
proporciona o melhor.
Porém, só
tem o pior
Quem quer
viver a errar.
35
Aguardo o
prêmio maior,
Porque
batalho pra isso.
No verso
mostro serviço.
Não permito
desandar.
36
Tenho forte
compromisso
Com a rima
verdadeira.
E sigo dessa
maneira
Do modo mais
salutar.
37
Sem tempo
pra brincadeira,
Palmilho
essa estrada minha.
Colho os
frutos dessa vinha
Que fiz
questão de plantar.
38
Caminhar
assim convinha
E eu parti
com avidez,
Com ânimo e
com lucidez
Pra’o sonho
não desabar.
39
Sem falha ou
estupidez
Palmilhei a
minha estrada
Co’a cabeça
levantada
E sem
procurar azar.
40
Foi longa
essa caminhada,
Mas eu, de
cabeça erguida,
Enfrentei
tudo na vida
Sem vir me
desesperar.
41
Encontrei
colo e guarida
No meu
talento ardoroso.
Busquei gozo
e achei gozo
Onde
planejei buscar.
42
Num trabalho
portentoso,
Caminhei sem
ver cansaço.
Me esforcei,
não vi fracasso;
Lutei; venci
por lutar.
43
Segui no
mesmo compasso,
Ouvindo a
mesma canção
Sem mágoas
no coração,
Pra vida não
desandar.
44
Entre
capacitação
E
habilidades achadas,
Palmilhei
com fé estradas
Longas, mas
sem hesitar.
45
De passadas
a passadas,
Cheguei ao
meu paradeiro
E completei
o roteiro
Que
intentava completar.
46
Enfrentei
bala e morteiro
Que o viver
em mim lançava.
Todavia, eu
caminhava,
Por que
queria chegar.
47
Sem erro,
parada ou trava,
Hesitação
nem pendência,
Caminhei com
competência
E pude o
topo alcançar.
48
Atingi com
consciência
À minha
sobriedade
Que hoje
exibo, na verdade,
Porque’insisti
em lutar.
49
Com muita
sagacidade,
Andei por
ruas estreitas,
Vielas,
travessas feitas
Pra virem me
intimidar.
50
Minhas
passadas direitas
Me levaram
para o cume.
E eu pude
encontrar perfume
Na vida,
após batalhar.
51
Pra que a
gente se acostume
Com dureza tão
ridícula
Sorve a bile
da vesícula
E o fel que
vem amargar.
52
Busca-se em
cada partícula
Da vida
prazer e alívio.
Porém, é só
co’o convívio
Que a gente
entende o azar.
53
Encruzilhada,
quadrívio,
Beco
estreito e mau caminho
Se encontram
no desalinho
Que a vida
vem nos lançar.
54
Mas, sem
caminhar sozinho,
Parti com fé
no Senhor
E pude achar
um valor
Em tudo o
que quis tentar.
55
Também achei
um sabor,
Embora muito
tardio.
Enfrentei
calor e frio,
Mas, no fim,
pude ganhar.
56
Evitando
árduo desvio,
Segui com
muita coragem
E obtive,
então, vantagem
Em ir sem me
desviar.
57
Sem tropeço,
sem chantagem,
Malandragem,
“fingidez”,
Parti, tendo
a sensatez
Na vida pra
me guiar.
58
E, assim,
sem desfaçatez,
Adquiri o
meu prêmio,
Como o
boêmio abstêmio
Que sóbrio
almeja ficar.
59
Sou bem
visto em cada grêmio.
Não me meto
em confusão
E tenho a
convicção
Que adiante
é só gargalhar.
60
Cada dor,
cada lição;
Cada luz,
cada negror,
Tudo me fez
vencedor
E agora eu
posso cantar.
_Autor: RF Amaral_
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