quarta-feira, 9 de maio de 2012

Embola-Cordel

Embola-Cordel

Refrão alheio; quadras minhas, abaixo:
Vou amar. Vou amar.
A mulher é uma flor
E o homem é seu amor.
Tem prazer em “lhe” adorar.

1
Meu verso tem esplendor.
Minha rima é caprichosa.
Na luta maravilhosa
Do verso eu vou adentrar.
2
Batalha prodigiosa
É essa do improviso.
Tire o verso do juízo,
Que a coisa vai esquentar.
3
Só tu não “sabe” que eu piso
O chão onde você pisa.
Minha cabeça improvisa,
Que eu nem preciso pensar.
4
O verso não finaliza
Na minha mente ouriçada.
Só canto a rima que agrada.
Só faço o verso exemplar.
5
No coco da embolada
Eu não respeito a ninguém,
Que eu sempre vou mais além
Que qualquer que me enfrentar.
6
Minha inspiração provém
Da zona onde Deus habita.
Que’a’insuflação infinita
Só Ele é quem pode dar.
7
Minha rima não irrita.
Meu verso não aborrece.
A’estrofe não causa estresse.
E a voz não pode enjoar.
8
Eu, te olhando, até parece
Que você canta repente.
Mas, na verdade, valente,
Só há uma nesse lugar.
9
Deixo co’um caco de dente
Quem me desafia em rima.
Se você vier pra cima,
Saiba o que vai te esperar.
10
Nesse duelo de esgrima
Eu já peguei meu florete.
Vou te dar é um cacete
Pra você me respeitar.
11
Na mão eu pego um porrete.
Te meto no espinhaço.
Toda ruindade hoje eu faço
Pra poder te desbancar.
12
Você tem muito é fracasso.
Vitória você não tem,
Porque nunca cantou bem
Nem pôde a goela afinar.
13
Eu nunca temi ninguém
E não vai ser nessa hora
A primeira vez. Cai fora
Pra você não apanhar!
14
Minha rima o povo adora.
Não tenho medo de ti.
Acabo o teu frenesi
E, o teu frisson, vou findar.
15
Tu “deixa” de tititi,
Que eu não vou te dar arrego.
Vou acabar teu sossego
Da pisa que eu vou te dar.
16
Eu vou tirar teu emprego,
Tua força, tua estima,
Teu verso, a’estrofe e a rima.
E findo por te matar.
17
Aqui na minha auto-estima
Ninguém colocou a mão.
Se vier, saiba, é em vão
Tentar querer me afrontar.
18
Nunca temi ninguém não,
Porque vou temer agora?
Hoje o teu corpo estupora
Dá surra que eu vou te dar.
19
Você se caga e implora
Pra todo coquista bom
Não pôr fim no seu frisson,
Quanto mais eu no lugar?!
20
Você tá ficando com
Algum tipo de doença.
Tá doido, mas a sentença
Eu não irei revogar.
21
Pra que você hoje vença
Essa peleja da gente
Precisa que o fogo ardente
Do’Inferno venha apagar.
22
É impossível somente
Pensar em você ganhando.
Tu é quem “vive” apelando.
Mas não adianta implorar.
23
Você tá é se mijando
Com medo de levar surra.
Vou fazer você de burra,
Depois em cima montar.
24
Eu sou um leão que urra.
É melhor tu “ter” cuidado.
No repente improvisado
Nunca deixei de ganhar.
25
Sou muito capacitado
Pra cantar em qualquer canto.
Mas, de você, só garanto
Que nunca vai me assombrar.
26
Vou te causar um quebranto,
Que tu “vai” ficar de cama,
Depois te espojar na lama
Pra o barro te sufocar.
27
Pra acabar minha fama
É preciso, em alto grau,
Que Jesus se torne mau
E Deus queira isso aprovar.
28
Eu vou fazer um jirau,
Que é pra servir de tapume.
É bom que já se acostume
Com’o jeito de eu te tratar.
29
És um cravo sem perfume;
Uma estrela sem ter brilho;
Caminho de trem sem trilho;
E uma praia sem ter mar.
30
Você é um empecilho
Pra o povo que quer ouvir
Verso bom e aplaudir,
Pois ninguém quer te escutar.
31
Você não sabe é pedir.
Peça que eu te solto agora,
Nesse instante, muito embora,
Eu queira te torturar.
32
Eu vou te rasgar de espora.
Te marcar de cinturão.
Por fim, te entregar ao Cão
Pra ele te carregar.
33
Tanta ameaça assim não
Me causa qualquer temor.
Só tem medo do senhor
Quem não sabe improvisar.
34
Vou calcar teu resplendor.
Exterminar tua glória.
Consagrar minha vitória.
E, no fim, te destronar.
35
Tu “é” fraco da memória!
Nunca me venceu na vida.
Tua titela comprida
Hoje aqui vai me pagar.
36
Tu és louco sem guarida.
bado querendo uma dose.
Drogado em plena neurose.
Mendigo pedindo em bar.
37
Vou te causar overdose
De tanto versejo ouvir.
Toma hoje o teu elixir,
Que isso eu não vou te negar!
38
Você que precisa vir
A tomar algum remédio.
Só é por meu intermédio
Que tu “pode” te curar.
39
Molestação e assédio
É prática de delinqüente.
E você, que é indecente,
Não vive sem praticar.
40
Você é um indigente
Que a polícia tá atrás.
Deixa quem é bom em paz!
Vai procurar teu lugar!
41
O fruto do Satanás
É só o mau proceder.
Mas você sabe fazer
O que ele faz piorar.
42
Quem pensa sabe entender
Tudo isso que a gente diz.
Mas tu és um infeliz
Que nada sabe inculcar.
43
Eu nunca me satisfiz
Com poeta “labrojeiro”.
E hoje tive o dia inteiro
Pra com você me irritar.
44
Quero dizer que, primeiro,
Você que tem “labrojice”.
Segundo, um disse-me-disse
Que ninguém pode agüentar.
45
Deixa de tanta tolice,
Que eu tô co’os ouvidos moucos
De ouvir esses versos loucos
Que tu “insiste” em cantar.
46
Quis até mostrar aos poucos
Meu talento e minha força.
Mas, por mais que eu me contorça,
Você não quer me deixar.
47
Eu quis te poupar que torça
Por uma vitória tua,
Que aqui no meio da rua
Você só veio apanhar.
48
Não se iluda com a lua,
O céu, o mar, as estrelas,
Ao contrário, lute pelas
Verdades quando falar.
49
Estrelas?! Eu posso vê-las,
Mas nem por isso me iludo.
Só digo a verdade em tudo.
Não sou de vir me enganar.
50
Diante disso eu fico mudo!
Pensei que a verdade fosse
Que não há fel no que é doce
Nem brilho no teu cantar!
51
A tua rima compôs-se
De ludíbrio e de vasculho.
Mas, inda que faça entulho,
No lixo vai acabar.
52
Já teu verso é cascabulho.
Resto do coco sem água.
Mas meu repente é a frágua
Pra o teu restolho queimar.
53
Nem subindo o Aconcágua
Você vai ficar por alto.
Sou lava quente, basalto
Em brasa pra te esquentar.
54
Eu sou liga de cobalto,
Ouro, prata, ferro e cobre...
Mas, no fogo, se descobre
Que não dá pra desmanchar.
55
Você não é metal nobre.
É do pior. Não perdura.
Sua prata não é pura;
E o ouro é do mais vulgar.
56
Falando, eu não quebro a jura.
Prometendo, eu não desdigo.
Se eu disser algo, o que eu digo
Há de se concretizar.
57
Vou acabar teu castigo,
Porque já bati demais,
Que me cansei... Aliás,
Eu nem queria parar!
58
Inda tô com todo o gás.
Mas você é chulo e fraco.
Já te enterrei no buraco.
Só falta a cruz colocar.
59
Certo! Esse teu verso opaco
Só vinga em troça e mentira.
Mas vou apagar a pira.
Não tem graça mais ficar.
60
Ninguém aqui te admira...
Mas, tá certo, eu também paro
Ao ver que não tens preparo
Pra poder me suportar.
_Autor: RF Amaral_ 

Um comentário:

  1. Olá, Estou procurando está música há muito tempo. Vc sabe qual o nome e o grupo que canta ? se tiver un link no youtube seria ótimo. Muito Obrigada!

    ResponderExcluir