segunda-feira, 4 de junho de 2012

Quero a brisa a me ofertar/ Lampejos de inspiração.

1
O céu se mostra cinzento
E eu muito desalentado.
Mas aguardo com agrado
Pelo sussurrar do vento.
Que ele me traz o alento
Do qual tenho precisão.
Pois é na ventilação
Que eu posso a alma insuflar.
Quero a brisa a me ofertar
Lampejos de inspiração.
2
A tarde se mostra opaca.
O peito ainda vazio.
No entanto, chegando o frio,
A tristeza em mim afraca.
Porque a brisa destaca
O plano da imensidão
E, em cada estrela, uma mão
Que me ajuda a levantar.
Quero a brisa a me ofertar
Lampejos de inspiração.
3
As nuvens acinzentadas
Fazem o céu mais escuro...
E o que eu buscava, procuro
Nas estrelas camufladas
Pelas nuvens anegradas
Pelo clima temporão.
Então recebo a missão
De uma canção decantar.
Quero a brisa a me ofertar
Lampejos de inspiração.
4
O céu azul dá entrada
A um mais escurecido
E eu encontro algum sentido
Pra canção ser decantada.
Entro pela madrugada
Tocando o meu violão
Pra que toque o coração
De quem vem a me escutar.
Quero a brisa a me ofertar
Lampejos de inspiração.
5
Parto seguindo a estrada
Dos bardos medievais,
Tendo a aragem que traz
Doce encantamento a cada
Estrofe por mim cantada
E encontro satisfação
Andando na condição
De poeta popular.
Quero a brisa a me ofertar
Lampejos de inspiração.
6
É na brisa fria e leve
Que eu acho aquilo que busco,
Contemplando o brilho fusco
Da noite invernal que deve
Entusiasmar muito em breve
O meu espírito cristão
Pra que eu, em composição
Bela, a possa retratar.
Quero a brisa a me ofertar
Lampejos de inspiração.
7
A ventania me leva
A lugares de delícias
E, assim, esqueço as sevícias
Da vida que “aos” males ceva.
Que, mesmo fitando a treva
Noturna, eu acho a visão
Mais bela na amplidão
Da’inspiração salutar.
Quero a brisa a me ofertar
Lampejos de inspiração.

Nenhum comentário:

Postar um comentário