1
Só à noite eu
consigo imaginar
O que pode
existir de mais poético.
Levo a pena ao
papel e, em traço estético,
Delineio o que
posso vislumbrar.
Minha mente se
enleva ao navegar
Nesse mar de
acalanto e lança o fel
Do viver pra
distante e, no papel,
Acha um modo de
dar à paz vazão.
Há no
espectro da noite a santa unção
Que me faz
ser na vida um menestrel.
2
No noturno
painel há paz e alento
Que me fazem
cantar entusiasmado.
E, ao achar-me
inspirado encontro agrado
Em poder
decantar o que o momento
Me permite
externar diante do vento
Que me acalma e
retira o mal revel
Do meu peito pra
que eu vire um segrel
A’espraiar do
amor a emoção.
Há no
espectro da noite a santa unção
Que me faz
ser na vida um menestrel.
3
A verdade é que
a noite me ilumina
O espírito
pra que eu me encontre em gozo
E feliz possa
alçar melodioso
Som que espalhe
prazer que se destina
A fazer mais
alegre quem se inclina
Pra ouvir-me a
canção em decibel
Que produz, como
em versos de um cordel,
Paz, lazer e
total satisfação.
Há no
espectro da noite a santa unção
Que me faz
ser na vida um menestrel.
4
O sossego da
noite me faz bem.
O esplendor do
luar me faz tranqüilo.
O fulgor estelar
tem o estilo
De beleza e capricho
que são sem
Similar, sem
igual, pois vão além
Do que eu possa
pensar, que o seu painel
Foi pintado,
deveras, co’o pincel
Do perfeito
Senhor da criação.
Há no
espectro da noite a santa unção
Que me faz
ser na vida um menestrel.
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