segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Refletindo Sobre O Eclesiastes - RF Amaral

Refletindo Sobre O Eclesiastes - RF Amaral

As palavras do mestre, filho de Davi, rei em Jerusalém: "Que grande inutilidade!" - diz o mestre - "Que grande inutilidade! Nada faz sentido!" (Ec 1.1,2)

Aplicação: 
Há aqueles que alcançam status de grande mestre seja pela via acadêmica, seja pelas experiências da vida. Pessoas sempre se alegram em saber resolver problemas insolucionáveis aos olhos alheios. Suas palavras são ouvidas com bastante atenção. Sabemos haver mestres humildes e mestres soberbos; palavras brandas e palavras advindas da arrogância. E, com certeza, consideraríamos verdadeiros mestres os que tratam com humildade. No máximo, intelectuais seriam aqueles outros. Afinal, parece sim haver uma enorme diferença entre inteligência (entenda-se intelectualismo) e sabedoria (prudência, sensatez e capacidade de adequação cabida do conhecimento). Intelectos abundam; sábios são raros!
Linhagens (enfoque em "Filho de Davi") de enorme prestígio estão dispostas em todo o globo. Seus membros aparecem nos jornais, nas capas das revistas e têm seus nomes mencionados, exaltadamente, nas rádios em todo o mundo. A coroa faz reluzir o rosto de nobres em toda a esfera. Todos almejam a honra e suas honrarias. Mas sabemos de há muito não serem dinastia, posição social e a abundância de troféus que, definitivamente, tornam homens felizes. Alguns simplesmente já têm mente estável, outros não, posto que a riqueza é um adendo - mas não que isso a faça menos causadora de prazer ao seu possuidor.
Será que a realeza do rei seria mesmo o seu sustentáculo? As dores atingem a todos. Podemos intervir cirurgicamente em várias delas. Para outros casos, há psicólogos e psiquiatras, hipnoterapêutas ou, talvez não exista auxílio terreno. Há males misteriosos aos olhos humanos! Todo rei tem seus súditos, seus servos, camponeses. As pessoas afluem de toda parte ao seu encontro. Mas, às vezes, há um "andar solitário entre o povo".
"Que grande inutilidade!" é o que a vida nos grita aos ouvidos, quando nos esfalfamos em demasia tentando pôr em operação isso que se chama "arte pela arte". Muitos de nós notamos que a vida não se basta. Buscamos sempre transcender. E, até o que é útil dá impressão de estar sempre deslocado.
O que é "fazer sentido"? Nunca encontro resposta definitiva para tal pergunta quando olho em volta. Há muita gente, casas e dinheiro em circulação, mas nada disso advoga sentido para si, muito menos capacidade de dar o que já não tem aos seus "concidadãos". Pensando profundamente, deparamo-nos sempre com uma mente insistindo em conformar-se com respostas parciais. E esta aqui, por ela mesma, continua o sendo também! Serve, entretanto, como em linguagem de acomodação, para alertar-nos a ir mais além do vácuo.

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