sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Uma Sábia Conversa - RF Amaral


Uma Sábia Conversa - RF Amaral

Quando sentar para conversar com os bobos que infestam as ruas das cidades pequenas, seja reconhecedor de suas supostas grandes capacidades intelectuais. Pare e deixo-o falar, mesmo sabendo ser muito incômodo ouvir pessoas que pensam dominar o mundo em sua volta só pelo fato de conseguirem ainda manterem-se vivas com salários de fome. Não que dinheiro importe. Costumeiramente, os sábios rejeitam fortunas, e o viver de impressionar, e o chamar todas as luzes à sua face. O fato de sentar-se e ouvir pessoas, que pensam ser importantes, é um teste de domínio próprio e uma oportunidade para se aprender como não se deve ser. Se incetam conversas voltadas para suas áreas de atuação na vida profissional, seja educado, mostre interesse, mesmo compreendendo que muito daquele palafrório todo não passa de exibicionismo tolo que singra, ao fim, para o que todos por ali buscam: "status social". Você sabe possuir saúde e vivacidade, reconhece já não depender do que a conjuntura social dita para para se afirmar. Na verdade, "afirmar-se" nem seria o dito correto, pois resguarda semanticamente o que os seus interlocutores buscam. Há uma autossuficiência sem idolatria e sem orgulho naquele que vive bem com o que tem e procura a paz através de constante rejeitar da inqueitação do mercado. Poderíamos ter tudo que quiséssemos! Mas certo é que não hesitarão em perguntar por que, então, estamos vivendo como estamos. Se não respondemos, somos taxados de fracassados. Mas não compreendemos e, isto, sinceramente, que nossas habilidades não nos deveriam propiciar conforto em abastança. As ideias brilhantes de pessoas que tiveram suas luzes apagadas pela mão da má conjuntura social vigente, ideias essas, que se veem abundantemente registradas nas enciclopédias e "bons" periódicos (ainda que se reconheça que tudo trabalha para o mesmo chefe!) comprovam que não se deva comprovar mais nada. Cala-se o sábio e os aplausos tomam as casas dos tolos. Neste momento, há coisas mais importantes a fazer. Resolver problemas de verdade! Claro que sabemos que há muitas mentes fecundas a serviço de serviços errados, mas não será por isso que nos entragaremos ao mesmo fado. Caminhamos e buscamos achar lugar de repouso. E o repouso maior encontramos dentro de nós. Não precisamos de adendo. Mas dirão que, se não nos entregarmos, iremos morrer. Preferimos confiar na voz do vento que diz "tudo coopera a favor da ordem". Sendo que só desordem vemos, não poderemos deixar-nos influenciar pelo medo de não nos encaixarmos nunca em qualquer sistema de coisas que nos rodeia. Sentamos em outro bando, buscamos uma outra luz, atentamos para nossos próprios pensamentos. A noite está fria, mas o calor da sabedoria não deve ser desprezado. "Por que não refletem?" - inquirimo-nos. Mas, quando assim fazemos, muitas vezes damos azo a uma irritação que nos torna selvagens. "Quem disse que tem que ser assim?" - aqui, desviemo-nos da pergunta, citando os estóicos conformistas... Insistem os pensamentos: "Poderemos suportar esta pressão social?" - respondemos que sim. Lembramos os sábios do Cinosargo e prosseguimos à cata de homens hontestos de fato. Mas há perguntas para as quais ainda queremos respostas. A vida do sábio é labuta contante, ainda que digam que isso não é vida, nem ocupação honrada. Dizem: "Os sábios têm seus diplomas à mão!" Mas dar-lhes atenção seria uma perda de tempo tremenda. Recostamo-nos em algum banco de praça e pedimos a Deus que nos mostre a luz do seu rosto. O sábio não almeja títulos. O sábio quer resolver problemas. O maior seria a insistência em rotulações por parte de manietados pelo Ciclo da Vaidade. O correr atrás de vento não nos atrai. Confiamos em Deus. Não é por que visamos viver em paz que devemos ser castigados. A quietude é tudo o que queremos. Mas não conseguimos um minuto só de silêncio. Temos que ser assim, comprarmos isso e aquilo, vestimo-nos de tal forma... Todos os anos fustigamos nossa carne habitando no meio de um povo de impuros costumes. Sacudamos de nós as ataduras! Façamos para nós esconderijos! Erijamos fortalezas! "Com que recurso?" Se buscarmo-lo, seremos como os demais são. Se são humanos, pergunta a sua mente. Se são tranquilos. Não sei o que é calma e satisfação para este povo. O que venha a ser tranquilidade para os tais que lotam ruas à noite. Quiça nem jazigo!

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