A Cruz e Sousa e
Augusto dos Anjos
1
Vede a mosca que
zumbe sobre a lama
Mal-cheirosa do
esgoto que recebe
Os sargaços do
sangue em frente à sebe
Dos bueiros por
onde se derrama.
Crede
em mim, pois que o antro que o difama
É mais sujo que
o tal que em si concebe
Tapurus, vermes
vis, larva que embebe
De uma gorda(´)
o paul que a seiva mama.
Há no lodo da
alma mais detritos
Que no bojo dos
fossos esquisitos
Onde corpos de
ratos bóiam podres.
Mesmo que’ haja
quem diga ser prezado,
Ao final, mostra
só estar turbado
Pela vil embriaguez
que rompe os odres.
2
Uma trupe de
vermes lamacentos
Andam sobre as
entranhas do planeta.
Regurgitam na
baba lisa e preta
Dos canais
golfos vis e fedorentos.
E, nos mesmos
canais que, purulentos
Se apresentam,
residem na sarjeta
Ratos sujos
lambendo atra valeta
Onde há lesmas e
lodaçais gosmentos.
Se há um corpo
no caldo intestinal
Do ventral bojo
imundo e abissal
Dos esgotos
urbanos, não há medo
Nos ferais
animais que ali habitam,
Todavia, apetite
que os excitam
A sorverem do
morto o caldo azedo.
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