Há
um terror cadavérico
Na
noite turva e silente.
1
Risadas de
pandemônios
Que enchem
do abismo a garganta;
Morto
febril que levanta
Para
assustar os campônios;
Mal que
corrompe os neurônios
Da massa
sobressalente;
Grito
medonho e estridente
Em
terrível surto histérico.
Há um
terror cadavérico
Na noite
turva e silente.
2
Crânio
que o lar sobrevoa
Em dia de
tempestade;
Túmulo do
qual se evade
A múmia
que amaldiçoa;
Medo que
aflige a pessoa
Com tremor
intermitente;
Boca de
convalescente
De negrume
periférico.
Há um
terror cadavérico
Na noite
turva e silente.
3
Miasma de
esgotos crípticos
Nas
enxovias da morte;
Luciférica
coorte
Em dias
apocalípticos;
Ungüentos
iatralípticos
Que não
curam o doente;
Gargalhada
no batente
De
espírito antiquimérico.
Há um
terror cadavérico
Na noite
turva e silente.
4
Esqueletos
tremulantes
Na' escada
que “dá pra” o quarto;
Gritos de
mulher de parto
Quando em
febres galopantes;
Impulsos
vis de rompantes
Lúgubres
de corpo ausente;
Abantesma
evanescente
De bafejar
climatérico.
Há um
terror cadavérico
Na noite
turva e silente.
5
Caveira
que ganha vida
Nos vãos
cemiteriais;
Fogos-fátuos
infernais
Que
“rescendem da” jazida;
Sepulcral
e enegrecida
Flor de
odor desvanecente;
Fantasmagoria
ingente
De cenho
frio e colérico.
Há um
terror cadavérico
Na noite
turva e silente.
6
Dança de
ossos saltitantes
Defronte
ao lar em que habitas;
Pragas,
moléstias malditas
Ceifando o
elã dos andantes;
Conversas
de almas errantes
No
despenhadeiro à frente;
Bola de
fogo candente
Vinda do'
ar atmosférico.
Há um
terror cadavérico
Na noite
turva e silente.
Mote e
glosas:
Poeta
Felipe Amaral
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