segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Fim de Fim de Ano I e II

Fim de Fim de Ano
1
Finda o Fim de Ano e eu findo
Acabado, refletindo
Sobre o espetáculo lindo
Que dezembro me ofertou.
Tantos risos, tantas luzes,
Como uma explosão de obuses,
Afastando o ser das cruzes
Que a dor ao ser não poupou.
2
Ainda absorto estou,
Vendo tudo o que passou
Nos “flashes” que a mente achou
De inserir-me na visão.
Tudo estava tão perfeito,
Mas, eis, que um dia eu me deito
E, ao despertar-me em meu leito,
Acho morta a perfeição.
3
Agora a desilusão
Que me invade o coração
Tira de tudo a razão...
E, sem razão, tudo segue.
Resta-nos dores mortais
Em estações infernais
Que geram lamúrias tais
As quais o ser vive entregue.


Fim de Fim de Ano II
1
Findou-se a celebração,
A festa, a animação
Do “réveillon” e a razão
Da gente comemorar.
O fim do ano abriu mão
De uma imortalização
Pra findar lançando ao chão
O que quis eternizar.
2
Numa “virada” sem par
Nosso ser, a desfrutar
De emoção singular,
Não via inquietação.
Todavia, a espreitar,
Estava ela a esperar
O Fim de Ano findar
Pra nos trazer aflição.
3
Entre riso e empolgação,
Não vimos que a sensação
De angústia e consternação
Estava a se aproximar.
Ao acordarmos, então,
A vil concretização
De ameaçadora ação
Fez-nos sofrer e chorar.
4
Agora tudo é vulgar,
Fútil, mau, “insalutar”,
Descabido, “inexemplar”,
Triste, incongruente e vão.
Foi-se a espetacular
Pompa que havia no lar
Pra' um ano novo chegar
E sepultar a' ilusão.

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