Para tudo
existe um jeito.
Só não
há jeito pra morte.
No
entanto, eu não tive sorte,
Ao ver
ferido o meu peito.
Pois, se
acordo ou se me deito,
Uma
pungência me invade...
E eu
prefiro a mortandade
A ficar
como eu fiquei.
Ao
perdê-la, eu me encontrei
Sentindo a
dor da saudade.
Às vezes
ela aparece
Na cidade
onde eu resido...
De nada eu
tenho esquecido,
Só que
ela de tudo esquece.
Finge que
não me conhece.
Nem tem a
civilidade
De tratar
com piedade
Quem amou
como amei.
Ao
perdê-la, eu me encontrei
Sentindo a
dor da saudade.
Lamentei
sua partida
E caí em
depressão
Devido à
tribulação
Que me
sobreveio à vida.
E, hoje, o
ser que me convida
Para uma
festividade
Não acha
uma que me agrade,
Que eu
nunca mais me alegrei.
Ao
perdê-la, eu me encontrei
Sentindo a
dor da saudade.
Fiz tudo
para agradá-la,
Mas não
findei exitoso,
Que ela
não achava gozo
No que me
pus a doá-la.
Meu amor é
de uma escala
De
altíssima intensidade,
Mas seu
amor, na verdade,
Muito sem
vigor achei.
Ao
perdê-la, eu me encontrei
Sentindo a
dor da saudade.
No amor
não tive sucesso,
Pois que
tudo o que encontrava
Era um
alguém que não dava
Ao mesmo
amor um progresso.
Sendo
assim, eu me despeço
Da vil
amabilidade,
Que em
minha afabilidade
Foi
“onde”, ao fim, naufraguei.
Ao
perdê-la, eu me encontrei
Sentindo a
dor da saudade.
Causei
muito mal à alma
Quando a
amar me dispus.
Nas
trevas, não a luz;
Pra'
inquietação, não vi calma.
Sofrendo
na vida um trauma
Pela
sociabilidade,
Findei
detento na grade
Do mal que
eu mesmo forjei.
Ao
perdê-la, eu me encontrei
Sentindo a
dor da saudade.
A
minh'alma não repousa
Devido à
inquietação
E à dor
da recordação
Que no meu
coração pousa.
Mas uma
coisa inda ousa
Resistir
com hombridade:
O amor –
pra que ainda eu brade
Chamando
quem sempre amei.
Ao
perdê-la, eu me encontrei
Sentindo a
dor da saudade.
O seu amor
é pra mim
Uma jóia
preciosa;
E a
minh'alma, jubilosa,
Ria antes
de ver o fim.
Mas se
acabou tudo assim
Como por
banalidade,
Feito a
nebulosidade
Desfeita
ante o astro-rei.
Ao
perdê-la, eu me encontrei
Sentindo a
dor da saudade.
Ela
cometeu um crime
Ao me
deixar no abandono...
Vou
dormir, não tenho sono;
Da dor
ninguém me redime...
Nosso amor
era sublime,
Mas ela,
por crueldade,
Deu-se à
criminalidade
Pra qual
não existe lei.
Ao
perdê-la, eu me encontrei
Sentindo a
dor da saudade.
Ela
arrasou meu viver,
Partindo
daquela forma,
Desviando-se
da norma
Que o amor
teima em manter.
Não há
mais o que fazer
Depois da
deslealdade...
E a nossa
antiga amizade
Não
ficará mais “oquei” (Okay).
Ao
perdê-la, eu me encontrei
Sentindo a
dor da saudade.
Nosso
filme terminou
Como uma
horrenda tragédia.
Parece até
ser comédia,
Mas foio'
horror que vingou.
Em cena, a
gente atuou
Com
talento e afinidade.
Mas, do
final, na verdade,
Ainda vejo
o “replei”.
Ao
perdê-la, eu me encontrei
Sentindo a
dor da saudade.
Nosso
relacionamento
Se acabou,
depois de anos,
Porque ela
mudou os planos
Já antes
do casamento.
O noivado,
num momento,
Ela rompeu
por vaidade,
Só que o
anel, por ruindade,
Pôs pra
vender no “ibei” (e-bay*):
Ao
perdê-la, eu me encontrei
Sentindo a
dor da saudade.
*”site”
de anúncio de venda na internet.
Mote e glosas: Poeta Felipe Amaral - RF Amaral.